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Untitled - Cultura Digital

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homem na iminência do aniquilamento de sua mundanidade. Mas, é pelo fato de antes, o homem<br />

já ter esquecido do ser que ele mesmo é, que ele pode ser um explorador e consequentemente<br />

destruidor do mundo, ou seja, de si mesmo, uma vez que este é fundamento essencial de sua<br />

estrutura ontológica, do seu modo de ser.<br />

Ao se relacionar com o mundo e com os entes de tal forma, o homem determina a configuração<br />

histórica de sua época, ainda inserido na dicotomia sujeito-objeto. Nessa relação assume um<br />

modo de ser que lhe dá supremacia em relação aos entes, em detrimento de modos de ser que o<br />

coloquem numa relação de proximidade originária com o mundo e com a totalidade de entes que<br />

o cerca e o constitui, mesmo que sem seu reconhecimento. Devido ao advento tecnológico, o<br />

homem pode criar máquinas, para “facilitar” seu trabalho, para substituí-lo. Computadores, eletroeletrônicos,<br />

robôs, são realidades de nossa época, usados em geral, para substituir o trabalho<br />

humano. Entretanto, essa demanda nunca é inteiramente satisfeita, e a apreensão do homem<br />

como máquina de trabalho é inevitável. Prova disso, são os grandes departamentos de recursos<br />

humanos. (cito Francisco Rüdiger):<br />

A tecnologia veicula ou articula o modo de ser da humanidade, quando sua<br />

essência tende a desapropriá-la da possibilidade de pensar seu modo de<br />

ser e, assim, a bloquear o caminho que lhe permitiria dispor de outras<br />

formas de existência que não as tecnológicas e maquinísticas. 14<br />

A configuração de nossa época como tecnológica, é uma consequência da apreensão do homem<br />

como sujeito, que por sua vez tornou-se um modo de ser efetivamente real. A partir desta<br />

consideração é que podemos afirmar com Heidegger que a época da técnica, corresponde à<br />

época do esquecimento de que o ser se demonstra de diferentes modos porque se revela de<br />

diferentes modos.<br />

É importante ressaltar que não é o fato de o homem ter sido apreendido no modo do sujeito que<br />

determina a época do esquecimento do ser. Mas, o fato de o homem se determinar a partir de um<br />

único modo de ser em detrimento das possibilidades de ser que lhe são proporcionadas segundo<br />

seu caráter de abertura; devido ao seu modo de ser lançado no mundo e da sua constituição<br />

fundamentada na estrutura do mundo enquanto horizonte de possibilidades. No entanto, a<br />

configuração de esquecimento é também um modo de desvelamento do ser. Assim, podemos<br />

afirmar que o ser se desvela em nossa época como esquecimento, o que justifica o fato de a<br />

decisão sobre os modos de ser do homem não acontecerem unicamente a partir da sua livre<br />

vontade.<br />

As possibilidades de ser do homem, abrem-se com a disposição. Esta entendida onticamente<br />

como humor, refere-se a um modo de ser-no-mundo. “O estado de humor da disposição constitui,<br />

14 RÜDIGER,Francisco. Martin Heidegger e a questão da técnica: prospectos acerca do futuro do homem. Porto<br />

Alegre: Editora Sulina,2006.p.46.

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