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linguísticos para marcar distinções. (DUNN, 2009, p.198)<br />
No período de alta densidade e protagonismo dos movimentos contraculturais no mundo, grande<br />
parte da referência política e cultural do Brasil, da inteligência brasileira, estava exilada.<br />
No cenário de resistências, havia, entre os contestadores do regime, tensões ideológicas e<br />
discordâncias nas estratégias de luta. Da luta armada às metáforas das canções de protesto,<br />
essas experiências significam um dos mais intensos períodos no âmbito cultural e político<br />
nacional.<br />
Os debates sobre o sujeito político expressam as questões mais críticas que conduziram<br />
mudanças na esquerda tradicional. Intensifica-se, nos anos 1960-1970, a crítica (pela esquerda) à<br />
experiência marxista. Há, também, a crítica à ideia de representação e autoridade e, por outro<br />
lado, a valorização de aspectos subjetivos da experiência política, como as questões ecológicas,<br />
ou das mulheres e dos negros.<br />
No âmbito cultural, pode-se dizer que a música popular brasileira foi um dos pilares da resistência.<br />
O conteúdo de crítica sociocultural e política, presente na música e nas atitudes dos artistas,<br />
provocou mudanças de valores e comportamento na juventude brasileira.<br />
A Tropicália DEFINIR é a própria antropofagia cultural brasileira. Embalada pelo grupo de baianos<br />
Gilberto Gil, Gal Costa, Caetano Veloso, Tom Zé, Jorge Mautner, Maria Bethânia, etc... o<br />
movimento é significativo do momento contracultural brasileiro.<br />
A turnê dos Doces Bárbaros foi um símbolo da contracultura brasileira da<br />
década de 1970, expressando as aspirações de uma geração da juventude<br />
da classe média urbana durante a ditadura. (…) O desfecho fora de hora<br />
da turnê foi igualmente simbólico no Brasil contracultural sob o regime<br />
militar. Durante a visita a Florianópolis, os policiais invadiram os quartos de<br />
hotel dos músicos em busca de drogas ilícitas. Gilberto Gil e o baterista do<br />
grupo foram presos por posse ilegal de maconha e posteriormente<br />
internados em uma casa de saúde. (DUNN, 2009, p. 205)<br />
TECNOCRACIA<br />
Thaís Brito<br />
Pesquisadora - Mestre em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia