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Massimi, M. (2012). Imaginação e imagens: conceitos e práticas em tradições culturais da modernidade ocidental e do<br />
Brasil colonial. Memorandum, 23, 158-184. Recuperado em ____ de ______________, ______, de 1<br />
http://www.fafich.ufmg.br/memorandum/a23/massimi06<br />
Introdução<br />
No presente estudo, investigamos a integração entre os universos dos conceitos e o das<br />
práticas acerca da ordenação da imaginação e do uso das imagens na Idade Média e na Idade<br />
Moderna no Ocidente e no Brasil colonial. Desse modo, abordaremos o conhecimento<br />
disponível na Idade Moderna acerca das influências da imagem (verbal, visual, etc..) sobre o<br />
dinamismo psíquico dos ouvintes e acerca das potências psíquicas diretamente implicadas<br />
neste processo e as práticas culturais nele inspiradas, no horizonte do universo histórico de<br />
sua produção e em suas influências no contexto espaço-temporal do Brasil colonial.<br />
A discussão acerca da função da imagem e da imaginação nas culturas, ao longo do<br />
tempo, demanda integrar as perspectivas da história cultural, da história dos saberes<br />
psicológicos e da psicologia: ao propor este horizonte polivalente queremos resgatar uma<br />
possibilidade de diálogo entre psicologia, história e cultura.<br />
Tendo o objetivo de apresentar e discutir esta temática, traçaremos aqui um percurso<br />
com os seguintes passos:<br />
1. A posição de alguns historiadores da cultura acerca da dimensão polivalentes<br />
das imagens e da articulação entre imaginação e memória<br />
2. Os alicerces conceituais acerca de imagem e imaginação na cultura ocidental e<br />
brasileira, acompanhando assim a constituição do universo do pensável<br />
3. As relações entre universo do pensável e universo das práticas quanto a<br />
tematização e uso das imagens no universo sociocultural brasileiro do período<br />
colonial.<br />
4. Imagens e imaginação no Brasil da Idade Moderna<br />
Eliade e o debate acerca da dimensão polivalente das imagens<br />
Mircea Eliade (1952/1991) atribui o interesse pelos temas da imagem e da imaginação<br />
difundido na cultura contemporânea a vários fatores, sejam de natureza cultural, sejam<br />
ligados às ciências humanas e notadamente às ciências psicológicas. Assinala, por exemplo, a<br />
influência da psicanálise por ter introduzido na mentalidade atual o uso de termos como<br />
imagem e símbolo. Evidencia também a exigência em âmbito filosófico de superar o<br />
cientificismo, o positivismo e o racionalismo através da tematização do papel do imaginário;<br />
e a importância do movimento surrealista na arte. Segundo Eliade, o pensamento simbólico e<br />
o recurso à imagem são próprios de todo ser humano, precedendo a linguagem e o raciocínio<br />
discursivo. Todavia, a experiência humana primordial onde se insere a emergência do<br />
simbólico e do imaginário, não pertence ao domínio do reino animal ou a um substrato<br />
orgânico vitalista (conforme se acreditava no século XIX).<br />
Memorandum 23, out/2012<br />
Belo Horizonte: UFMG; Ribeirão Preto: USP<br />
ISSN 1676-1669<br />
http://www.fafich.ufmg.br/memorandum/a23/massimi06