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Fontgalland, R. C. & Moreira, V. (2012). Da empatia à compreensão empática: evolução do conceito no pensamento de<br />

Carl Rogers. Memorandum, 23, 32-56. Recuperado em __ de ______________, ____, de<br />

http://www.fafich.ufmg.br/memorandum/a23/fontgallandmoreira01<br />

de ser importante uma compreensão do ponto de vista dos clientes pelo terapeuta, sem<br />

identificação emocional.<br />

Ao abordar um tipo de tratamento descritivo, no qual o profissional desempenha um<br />

papel mais ou menos passivo, Rogers defende a necessidade de não deixar o paciente<br />

dependente de suas interpretações, porque a responsabilidade das decisões é do paciente e<br />

não do terapeuta. Nessa forma de terapia uma das qualificações do terapeuta seria a<br />

objetividade, a partir da qual deveria existir uma compreensão sem qualquer julgamento<br />

moral, ou seja, sem preconceito por parte do terapeuta para com seus pacientes. Essa atitude<br />

de respeito não deveria ser exageradamente sentimental, assim como não poderia ser fria e<br />

impessoal. Seria uma atitude autêntica, receptiva, que colaborasse com a compreensão dos<br />

sentimentos do cliente sem uma exagerada identificação por parte do terapeuta, com o<br />

intuito de não prejudicar o tratamento. Uma identificação "descontrolada" por parte do<br />

profissional propiciaria uma confusão dos sentimentos dele e do paciente, corroborando uma<br />

identificação emocional.<br />

É possível notar que nessa obra, Rogers (1939/1978) dá inicio a uma definição<br />

embrionária de empatia como sendo uma compreensão, por parte do terapeuta, dos<br />

sentimentos apresentados pelo paciente, o que colaboraria para a obtenção de um ambiente<br />

terapêutico. Essa atitude - que posteriormente contribuiria para a formulação do conceito de<br />

empatia - enfatiza uma relação terapêutica baseada na objetividade. Uma relação na qual o<br />

centro estaria, ainda, mais voltado para o terapeuta, pois ele interpretaria o comportamento<br />

do paciente.<br />

A abordagem rogeriana foi estudada por muitos autores que dividiram e descreveram<br />

em fases a evolução do pensamento de Rogers, que se deu a partir de sua experiência de<br />

pesquisador e de psicoterapeuta. Essas fases descritas do pensamento rogeriano têm início a<br />

partir de 1940, que é quando Rogers começa a desenvolver uma teoria própria de<br />

psicoterapia, tendo como marco sua famosa palestra em dezembro de 1941. Existem algumas<br />

divisões das fases de Rogers, mas a mais comumente utilizada é a formulada por Hart &<br />

Tomlinson de 1970, que foram abordadas por outros autores como Cury em 1987, Wood em<br />

1983, Holanda em 1994, sendo ampliada por Moreira em 1990, 2001, 2007 e mais<br />

recentemente em 2010. Essas fases estão divididas da seguinte forma: a fase não-diretiva<br />

(1940-1950); a fase reflexiva (1950-1957); fase experiencial (1957-1970); fase coletiva e interhumana<br />

(1970-1987) e mais recentemente, a fase pós-rogeriana (1987-atualidade).<br />

Evolução da ideia embrionária na fase não-diretiva (1940 - 1950)<br />

Nessa primeira fase, chamada não-diretiva, Rogers estava na Universidade de Ohio, no<br />

período de 1940 a 1950. Caracteriza-se por ter uma proposta de terapia não-diretiva, na qual,<br />

segundo Messias (2001), deveria haver um ambiente propício, que facilitasse ao cliente o<br />

Memorandum 23, out/2012<br />

Belo Horizonte: UFMG; Ribeirão Preto: USP<br />

ISSN 1676-1669<br />

http:/ /www .fafich.ufmg.br/memorandum/ a23/fontgallandmoreira01

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