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Revista HUGV 2008 - Hospital Universitário Getúlio Vargas - Ufam

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EDUARDO KAUFFMAN, DOMINGOS LIMA, LUIZ PASSOS, ALETÉIA ANUNCIAÇÃO, CLAUDIA OLIVEIRA, JÚLIO RIBEIRO<br />

otorrinolaringológico (otoscopia, rinoscopia,<br />

oroscopia e palpação facial) e, em casos compatíveis<br />

com rinossinusite, tomografia computadorizada<br />

(TC).<br />

O diagnóstico de rinossinusite baseou-se<br />

nos parâmetros descritos nos Consensos Americano<br />

e Latino-americano de Rinossinusites, 19,21 ou<br />

seja, valorizados tempo de evolução, sintomas (febre,<br />

dor facial, tosse, congestão nasal e rinorreia<br />

purulenta) e tomografia computadorizada (TC).<br />

Todos os pacientes tinham dois fatores maiores<br />

(obstrução nasal, secreção nasal, cefaleia, dor ou<br />

pressão facial e distúrbio olfatório) ou um fator<br />

maior e dois menores (febre, halitose, tosse e<br />

irritabilidade) por mais de três meses e tomografia<br />

computadorizada evidenciando opacificação de<br />

um ou mais seios paranasais e do complexo óstiomeatal.<br />

Todos os pacientes assinaram termo de consentimento<br />

livre e esclarecido, aprovado pelo Comitê<br />

de Ética da Universidade Federal do Amazonas.<br />

RESULTADOS<br />

Durante o período de agosto de 2006 a novembro<br />

de 2007, foram estudados 104 pacientes,<br />

sendo incluídos na amostra 96 pacientes. Os 96<br />

pacientes incluídos tinham a idade variando entre<br />

18 e 58 anos, com média de 38,25 anos, sendo 90<br />

(93,7%) mulheres e 6 (6,3%) homens. Os indivíduos<br />

excluídos não realizaram a tomografia<br />

computadorizada ou tinham menos de um ano de<br />

diagnóstico de LES.<br />

Dentre os 96 pacientes incluídos, 25 (26%)<br />

foram diagnosticados como portadores de<br />

rinossinusite crônica. A tomografia computadorizada<br />

evidenciava, em todos os pacientes,<br />

opacificação de um ou mais seios paranasais e do<br />

complexo óstio-meatal.<br />

Os sinais/sintomas encontrados nos 96 pacientes<br />

com LES, em avaliação clínica direcionada<br />

a queixas otorrinolaringológicas, foram: cefaleia<br />

em 68 (70,8%), obstrução nasal em 36 (37,5%), espirros<br />

em 33 (34,4%), caseum em 30 (31,2%), pigarro<br />

em 26 (27%), náuseas em 24 (25%), dor facial<br />

em 21 (21,9%), anosmia em 18 (18,7%), tosse em 18<br />

(18,7%), halitose em 15 (15,6%), otalgia em 13<br />

(13,5%), disfagia em 12 (12,5%), pressão nos ouvidos<br />

em 10 (10,4%), globus faríngeo em 10 (10,4%),<br />

sangramento nasal em 8 (8,3%), odinofagia em 6<br />

(6,2%), febre em 4 (6,2%) e dor dentária em 3 (6,2%).<br />

As principais comorbidades apresentadas<br />

pelos 96 pacientes foram: hipertensão arterial<br />

sistêmica (HAS) em 29 (30,2%), insuficiência renal<br />

crônica (IRC) em 12 (12,5%), dislipidemia em 9<br />

(9,3%), cardiopatia em 9 (9,3%), diabetes mellitus<br />

(DM) em 8 (8,3%), asma em 7 (7,3%), glaucoma em<br />

5 (5,2%), fibromialgia em 5 (5,2%) e acidente<br />

vascular cerebral (AVC) em 4 (4,2%).<br />

Dos 96 pacientes com LES, 66 (68,75%) estavam<br />

fazendo uso de prednisona, 24 (25%) estavam<br />

fazendo uso de cloroquina, 18 (18,75%) estavam<br />

fazendo uso de azatioprina e 15 (15,6%) faziam<br />

uso de metotrexate.<br />

Dos 25 pacientes com diagnóstico de<br />

rinossinusite crônica, 25 (100%) faziam uso de<br />

prednisona, 14 (56%) faziam uso de cloroquina, 12<br />

(48%) faziam uso de azatioprina e 2 (8%) faziam<br />

uso de metotrexate. Durante a avaliação clínica, os<br />

pacientes relatavam apenas a medicação que estavam<br />

fazendo uso no momento.<br />

DISCUSSÃO<br />

Como as prevalências de rinossinusite crônica<br />

variam conforme o estágio de imunossupressão<br />

do paciente, o grupo de pacientes com LES acaba<br />

tornando-se um grupo heterogêneo, pois as<br />

doses das drogas imunossupressoras variam conforme<br />

o estágio de exacerbação e/ou remissão da<br />

doença, lembrando que o LES apresenta períodos<br />

de atividade e inatividade. 15 A relação rinossinusite/imunossupressão<br />

pode ser melhor estabelecida<br />

em grupos homogêneos, como os pacientes transplantados.<br />

O ponto-chave é reconhecer a maior<br />

prevalência de rinossinusite crônica em pacientes<br />

imunossuprimidos e ao mesmo tempo perceber<br />

que os corticoesteroides que, por vezes, são utilizados<br />

no tratamento da rinossinusite acabam se<br />

relacionando à própria etiologia da doença.<br />

revistahugv<br />

– <strong>Revista</strong> do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong><br />

v. 7. n. 1-2 jan./dez. – <strong>2008</strong><br />

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