Emprego da Lâmina de Imunofluorescência na ... - NewsLab
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Discussão<br />
No presente estudo, 32/72<br />
(44,4%) indivíduos apresentaram<br />
positivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, sendo estes resultados<br />
similares aos encontrados por Araújo<br />
e colaboradores (5) e por Alves<br />
e colaboradores (12). No entanto,<br />
foram inferiores aos encontrados<br />
por Santa<strong>na</strong> e colaboradores (13) ao<br />
trabalharem com crianças menores<br />
<strong>de</strong> dois anos resi<strong>de</strong>ntes em comuni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
popular <strong>de</strong> Fortaleza (53,3% -<br />
215/402), aos <strong>de</strong> Carvalho e colaboradores<br />
(14) com crianças <strong>de</strong> creche<br />
em Botucatu (53,4%, 149/279), aos<br />
<strong>de</strong> Diaz e colaboradores (15) com<br />
crianças <strong>de</strong> 0 a 14 anos <strong>na</strong> Venezuela<br />
(83,5%, 76/91) e por Muniz<br />
e colaboradores (16) com crianças<br />
oriun<strong>da</strong>s <strong>de</strong> Assis Brasil e Acrelândia<br />
<strong>na</strong> Amazônia (31,7%, 51/200 e<br />
32,4%, 127/477 respectivamente).<br />
Tais diferenças po<strong>de</strong>m possivelmente<br />
ser explica<strong>da</strong>s por diferenças nos<br />
ambientes co-parasitários <strong>de</strong> transmissão,<br />
bem como socioculturais <strong>da</strong>s<br />
populações envolvi<strong>da</strong>s.<br />
A positivi<strong>da</strong><strong>de</strong> foi observa<strong>da</strong> ape<strong>na</strong>s<br />
<strong>na</strong>s crianças com i<strong>da</strong><strong>de</strong> superior<br />
a um ano e três meses, favoreci<strong>da</strong><br />
provavelmente pelo início <strong>da</strong> fase<br />
oral e <strong>de</strong> uma maior interação com<br />
o meio ambiente associado aos precários<br />
hábitos higiênicos próprios <strong>da</strong><br />
i<strong>da</strong><strong>de</strong> ou à ausência <strong>de</strong> imuni<strong>da</strong><strong>de</strong> a<br />
algumas re-infecções, concor<strong>da</strong>ndo<br />
com o relatado por Cardoso e colaboradores<br />
(1) para a alta prevalência<br />
<strong>de</strong> giardíase em crianças <strong>de</strong> 0 a<br />
cinco anos.<br />
Consi<strong>de</strong>rando a metodologia<br />
utiliza<strong>da</strong>, 41,6% (30/72) dos indivíduos<br />
apresentaram positivi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
pela técnica <strong>de</strong> Ritchie modifica<strong>da</strong><br />
por Young, 34,7% (25/72) pela <strong>de</strong><br />
Faust et al. e 33,3% (24/72) pela<br />
<strong>de</strong> Lutz, não sendo estes resultados<br />
estatisticamente significantes. A<br />
associação <strong>da</strong>s três metodologias<br />
<strong>de</strong>tectou positivi<strong>da</strong><strong>de</strong> em 44,4%<br />
(32/72). Carvalho e colaboradores<br />
(2) encontraram 40,7% (59/145) <strong>de</strong><br />
positivi<strong>da</strong><strong>de</strong> utilizando o Coprotest ® ,<br />
39,3% (57/145) utilizando o Faust<br />
et al. e 36,5% (53/145) utilizando o<br />
Lutz, enquanto que a associação <strong>de</strong><br />
metodologias gerou uma positivi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> 50,3% (73/145). Esses autores<br />
sugerem que a utilização simultânea<br />
<strong>de</strong> técnicas com diferentes fun<strong>da</strong>mentos<br />
aumenta <strong>da</strong> acurácia diagnóstica<br />
e reduz o número <strong>de</strong> resultados<br />
falsos-negativos, fato também<br />
observado no presente estudo.<br />
Ao comparar os resultados obtidos<br />
pela técnica <strong>de</strong> Ritchie modifica<strong>da</strong> por<br />
Young com os obtidos por Carvalho e<br />
colaboradores (2) com o Coprotest ® ,<br />
pô<strong>de</strong>-se observar um aumento <strong>na</strong><br />
eficácia, provavelmente <strong>de</strong>vido à<br />
utilização <strong>de</strong> duas amostras para<br />
realização <strong>da</strong> primeira. Cartwright<br />
(7) coloca que o uso <strong>de</strong> uma amostra<br />
gera uma sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> 75%, sendo<br />
aumenta<strong>da</strong> para 92% com o uso<br />
<strong>de</strong> uma segun<strong>da</strong> amostra.<br />
Araújo e colaboradores (5) obtiveram<br />
positivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> 40,05%<br />
(302/754) estu<strong>da</strong>ndo amostras <strong>de</strong><br />
crianças em João Pessoa-PB, pelo método<br />
<strong>de</strong> Lutz, sendo que no presente<br />
trabalho o uso isolado <strong>da</strong> técnica <strong>de</strong><br />
Lutz permitiu <strong>de</strong>tectar positivi<strong>da</strong><strong>de</strong> em<br />
33,3% dos indivíduos.<br />
Em relação ao número espécies<br />
parasitárias encontra<strong>da</strong>s nos indivíduos<br />
positivos, 84,4% apresentavam<br />
monoparasitismo e 15,6% poliparasitismo,<br />
sendo similar aos <strong>da</strong>dos<br />
obtidos por Schmitt & Paes (17) em<br />
crianças <strong>de</strong> 0 a 17 anos em uma<br />
comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> em São Joaquim-SC e<br />
por Díaz e colaboradores (15) em<br />
crianças <strong>de</strong> Zulia, Venezuela. Carvalho<br />
e colaboradores (2) relataram<br />
em crianças <strong>de</strong> Botucatu 57,72%<br />
(86/279) <strong>de</strong> monoparasitismo e<br />
42,28% (63/279) <strong>de</strong> poliparasitismo.<br />
Já Mello & Bohland (18) relataram<br />
alta prevalência (80,8%) <strong>de</strong> poliparasitismo<br />
em crianças <strong>de</strong> área rural,<br />
discor<strong>da</strong>ndo do observado neste<br />
estudo. Tal fato po<strong>de</strong> ser justificado<br />
pela menor exposição às fontes <strong>de</strong><br />
infecção dos indivíduos que resi<strong>de</strong>m<br />
em áreas urba<strong>na</strong>s, quando comparados<br />
aos <strong>de</strong> área rural.<br />
A técnica <strong>de</strong> Ritchie modifica<strong>da</strong><br />
por Young, quando compara<strong>da</strong> às<br />
<strong>de</strong>mais, obteve uma maior sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>na</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> Giardia<br />
lamblia, Entamoeba histolytica e<br />
Blastocystis hominis. Esta técnica<br />
também foi capaz <strong>de</strong> evi<strong>de</strong>nciar<br />
ovos <strong>de</strong> Ascaris lumbricoi<strong>de</strong>s e<br />
Trichuris trichiura, concor<strong>da</strong>ndo<br />
com os resultados <strong>de</strong> Mello e colaboradores<br />
(19, 20). Carvalho e<br />
colaboradores (2) evi<strong>de</strong>nciaram<br />
maior eficiência <strong>na</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong><br />
Blastocystis hominis utilizando a<br />
técnica do Coprotest ® .<br />
Quando utiliza<strong>da</strong> isola<strong>da</strong>mente,<br />
a técnica <strong>de</strong> Ritchie modificado por<br />
Young foi a que apresentou maior<br />
eficiência, aproximando-se do resultado<br />
obtido pela associação dos<br />
três métodos, <strong>de</strong>tectando também<br />
um número maior <strong>de</strong> espécies parasitárias,<br />
embora estatisticamente a<br />
diferença observa<strong>da</strong> não tenha sido<br />
significativa.<br />
Correspondências para:<br />
Profa. Claudia Maria Antunes Uchôa<br />
uchoa@radnet.com.br<br />
138<br />
<strong>NewsLab</strong> - edição 91 - 2008