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Sumário - Núcleo de Estudos da Antiguidade - UERJ

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THOR, O DEUS DO TROVÃO<br />

Prof. Ms. Luiz Claudio Moniz<br />

Des<strong>de</strong> a Antigüi<strong>da</strong><strong>de</strong> até a era viking, que vigorou aproxima<strong>da</strong>mente <strong>de</strong> 750<br />

d.C. a 1050 d.C., Thor foi venerado pelas tribos germânicas e escandinavas. A<br />

quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> mitos relacionados ao <strong>de</strong>us do raio e do trovão atesta a predileção<br />

pelo seu culto.<br />

Existe, no entanto, uma gran<strong>de</strong> dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> no que diz respeito às fontes<br />

capazes <strong>de</strong> nos remeter a <strong>da</strong>dos fi<strong>de</strong>dignos sobre a religião e os cultos dos<br />

germanos. Mircea Elia<strong>de</strong> em sua monumental obra História <strong>da</strong>s crenças e <strong>da</strong>s<br />

idéias religiosas — tomo II — volume I, diz que:<br />

“As fontes são <strong>de</strong> natureza diferente e <strong>de</strong> valor <strong>de</strong>sigual: peças arqueológicas,<br />

escritos <strong>da</strong> época romana (em primeiro lugar a Germania <strong>de</strong> Tácito),<br />

<strong>de</strong>scrições dos missionários cristãos e, sobretudo, os poemas dos escaldos<br />

islan<strong>de</strong>ses, completados por um precioso manual compilado por Snorri<br />

Sturluson, no século XIII. Por outro lado, foi somente na Islândia, cristianiza<strong>da</strong><br />

bastante tar<strong>de</strong> (no ano 1000), que se conservou uma tradição oral<br />

suficientemente coerente para nos permitir reconstituir, em suas linhas gerais,<br />

a mitologia e o culto.”(1)<br />

Essa idéia é compartilha<strong>da</strong> por Mário Curtis Gior<strong>da</strong>ni que aponta duas<br />

razões fun<strong>da</strong>mentais para tal dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>: “a <strong>de</strong>ficiência <strong>da</strong>s fontes e a<br />

heterogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> dos elementos que contribuíram para a formação do que se<br />

chama a religião dos antigos germanos” (2). Ele ain<strong>da</strong> acrescenta o seguinte:<br />

“Quanto às fontes, convém lembrar [...] que a antiga religião germânica não<br />

teve a fortuna <strong>de</strong> possuir um Homero ou um Hesíodo ‘que <strong>da</strong> massa <strong>de</strong><br />

concepções religiosas souberam edificar um ensaio <strong>de</strong> síntese mitológica,<br />

uma soma <strong>de</strong> crenças que eles <strong>de</strong>ixaram como uma herança e como uma<br />

regra à sua nação’”. (3)<br />

Heinrich Niedner, em seu livro intitulado Mitología nórdica, não concor<strong>da</strong>,<br />

com tal colocação, pelo contrário, afirma com orgulho e uma certa revolta o<br />

potencial dos escaldos do norte <strong>da</strong> Europa, diminuídos por aqueles que enaltecem<br />

os épicos gregos:<br />

“Não há na<strong>da</strong> aqui para o poeta ou para o artista? Não há na<strong>da</strong> na mitologia<br />

do norte, que não possa ser elaborado e revestido <strong>de</strong> belas formas e <strong>de</strong> belas<br />

cores? Acaso não contém esta mitologia sementes que po<strong>de</strong>m se transformar<br />

em perfuma<strong>da</strong>s folhas, em brotos e radiantes flores? Esta parte <strong>da</strong> nossa<br />

herança gótica não merece por acaso um lugar entre as obras-primas <strong>da</strong><br />

literatura? Nossos poetas, nossos oradores públicos, nossos leitores, nossos<br />

ensaístas, nossos literatos, em geral, que fazem tantas e tão belas alusões à<br />

mitologia grega, não fariam uma homenagem a nossos antepassados<br />

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