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Sumário - Núcleo de Estudos da Antiguidade - UERJ

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na Alemanha Setentrional. Há também fontes indiretas como len<strong>da</strong>s, nomes <strong>de</strong><br />

lugares, costumes populares, etc...<br />

To<strong>da</strong>via, existem mais informações sobre a religião dos germanos<br />

setentrionais, entre os quais o paganismo durou até quase o fim do primeiro<br />

milênio e <strong>de</strong>ixou uma rica mitologia registra<strong>da</strong> nas Ed<strong>da</strong>s, que estão dividi<strong>da</strong>s em<br />

duas partes, a Ed<strong>da</strong> em prosa e a Ed<strong>da</strong> em verso.<br />

Como principais <strong>de</strong>uses do Olimpo germânico po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>stacados os<br />

<strong>de</strong>uses Zio-Tir, Wotan e Loki e como <strong>de</strong>usas <strong>de</strong> maior importância tem-se a <strong>de</strong>usa<br />

Mãe-Terra (Nerto), Frija-Frigg e Hol<strong>de</strong>-Berchta. Há ain<strong>da</strong> os <strong>de</strong>uses inferiores,<br />

porque pertencentes ao plano <strong>da</strong> Natureza, Mãe-Terra, que serão mencionados<br />

no <strong>de</strong>correr do texto.<br />

Segundo Mansueto Kohnen, as pesquisas mitológicas baseiam-se em dois<br />

princípios:<br />

“nenhuma tradição <strong>de</strong>ve ser isola<strong>da</strong> <strong>da</strong> terra on<strong>de</strong> nasceu e medrou, nem po<strong>de</strong><br />

ser consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>, sem mais nem menos, fé comum dos outros países e tribos. A<br />

segun<strong>da</strong> norma man<strong>da</strong> examinar tudo aquilo que, nas relíquias <strong>da</strong> tradição escrita<br />

e oral, po<strong>de</strong> ter tido como expressão <strong>da</strong> fé pagã popular, e o que <strong>de</strong>la <strong>de</strong>ve ser<br />

separado como len<strong>da</strong> e transformação poética. Importa não per<strong>de</strong>r <strong>de</strong> vista o<br />

ambiente geográfico e histórico, que condiciona a herança mitológica.” (KOHNEN,<br />

1960, 30)<br />

Através <strong>de</strong> uma analogia com o <strong>de</strong>us grego Zeus, encontramos na mitologia<br />

germânica a presença do <strong>de</strong>us Zio-Tir, que é o <strong>de</strong>us do céu e <strong>da</strong> luz, o mais antigo<br />

dos <strong>de</strong>uses germânicos. Existem várias <strong>de</strong>nominações para o <strong>de</strong>us supremo,<br />

contudo é inegável a adoração ao <strong>de</strong>us Zio, como um <strong>de</strong>us <strong>de</strong> muita importância.<br />

Entre os saxões e godos era consi<strong>de</strong>rado o <strong>de</strong>us <strong>da</strong> guerra, porém através dos<br />

sacrifícios humanos que eram feitos em seu nome, acreditamos que era<br />

concebido como o <strong>de</strong>us supremo <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> e <strong>da</strong> morte.<br />

Bal<strong>de</strong>r é também consi<strong>de</strong>rado o <strong>de</strong>us do céu, <strong>da</strong> mesma forma que Freir e<br />

Heim<strong>da</strong>lli. É inimigo pessoal do <strong>de</strong>us Loki. A Dinamarca teria sido o ponto <strong>de</strong><br />

parti<strong>da</strong> <strong>de</strong> seu culto, que posteriormente se espalhou pelo Norte. Era consi<strong>de</strong>rado<br />

o mais sábio e o mais benévolo entre os <strong>de</strong>uses, sendo também personagem <strong>de</strong><br />

belas histórias que possuem um caráter mais épico do que religioso.<br />

O culto ao <strong>de</strong>us do céu (Zio) foi gra<strong>da</strong>tivamente sendo substituído por<br />

outros <strong>de</strong>uses como Wotan e Thor.<br />

O <strong>de</strong>us Wotan-Odin era o mais importante e também o mais mencionado na<br />

mitologia germânica. Há indícios <strong>de</strong> que não era o <strong>de</strong>us do povo, pois o camponês<br />

do norte fazia suas orações a Freir ou a Thor, já os poetas e seus seguidores o<br />

adoravam com veemência. A pátria autêntica <strong>de</strong> Wotan é a Germânia inferior, a<br />

Dinamarca e a Escandinávia. Contudo, são raros os vestígios <strong>de</strong> culto a Wotan<br />

nas regiões setentrionais.<br />

Os saxões acreditavam que Wotan teria vindo através do mar, trazendo a<br />

sabedoria e a arte <strong>de</strong> escrever. Seu nome significa “aquele que sopra”. É o <strong>de</strong>us<br />

do vento e do ar. Através <strong>da</strong>s pesquisas, é consenso afirmar que Wotan, adorado<br />

pelos germanos <strong>da</strong> Renânia, é a simples transformação do <strong>de</strong>us do céu (Zio) dos<br />

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