Aspectos das Leveduras de Candida Vinculadas as ... - NewsLab
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tranho no local da infecção e farmacocinética<br />
da droga (45, 72).<br />
A resposta in vitro em levedur<strong>as</strong><br />
po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>scrita como primária<br />
quando uma cepa é resistente<br />
antes <strong>de</strong> ser exposta ao fármaco.<br />
Resistência intrínseca <strong>de</strong>monstr<strong>as</strong>e<br />
quando todos os membros da<br />
espécie são resistentes a certa<br />
droga ou cl<strong>as</strong>se <strong>de</strong> agente antifúngico,<br />
po<strong>de</strong>ndo ser exemplificado<br />
pela resistência intrínseca da<br />
C. krusei ao fluconazol, e resistência<br />
secundária ou adquirida se<br />
<strong>de</strong>senvolve em resposta à prévia<br />
exposição a uma droga (45,72).<br />
Segundo Odds (1993) (44), a<br />
anfotericina B, a 5-fluorcitosina e<br />
os azólicos (cetoconazol, fluconazol<br />
e itraconazol) são <strong>as</strong> únic<strong>as</strong><br />
drog<strong>as</strong> que vêm <strong>de</strong>monstrando<br />
eficácia frente ao tratamento <strong>d<strong>as</strong></strong><br />
micoses. Entretanto, o uso indiscriminado<br />
dos azólicos na prevenção<br />
<strong>d<strong>as</strong></strong> micoses, especialmente<br />
sistêmic<strong>as</strong>, em pacientes com<br />
comprometimento imunológico<br />
(portadores do vírus HIV e transplantados)<br />
induziu à seleção <strong>de</strong><br />
cep<strong>as</strong> resistentes a este procedimento<br />
terapêutico (44, 70). O uso<br />
<strong>de</strong> administração parenteral <strong>de</strong><br />
anfotericina B por longos períodos<br />
é inconveniente e necessita <strong>de</strong><br />
hospitalização e prolongado acesso<br />
intravenoso (7). O rápido <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> resistência pelos<br />
organismos tem sido um problema<br />
com 5-fluorcitosina. Esta<br />
droga é comumente ineficiente<br />
para terapia prolongada quando<br />
usada isoladamente. A elevada<br />
incidência <strong>de</strong> resistência natural<br />
e adquirida, justifica a terapêutica<br />
<strong>as</strong>sociada da 5-flourcitosina<br />
com outr<strong>as</strong> drog<strong>as</strong> antifúngic<strong>as</strong><br />
como a anfotericina B (68).<br />
A resistência secundária dos<br />
microrganismos ao emprego dos<br />
antifúngicos po<strong>de</strong> se <strong>de</strong>senvolver<br />
durante a terapêutica com drog<strong>as</strong><br />
poliênic<strong>as</strong>. Esta resistência tem<br />
sido vinculada às levedur<strong>as</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Candida</strong>, sendo <strong>as</strong> espécies nãoalbicans<br />
<strong>as</strong> mais envolvi<strong>d<strong>as</strong></strong> (16,<br />
19, 38, 49). Os principais mecanismos<br />
envolvidos no <strong>de</strong>senvolvimento<br />
da resistência às drog<strong>as</strong><br />
poliênic<strong>as</strong> compreen<strong>de</strong>m a diminuição<br />
ou ausência <strong>de</strong> esteróis <strong>de</strong><br />
membrana ou formação <strong>de</strong> ergosterol<br />
e o aumento da ativida<strong>de</strong> da<br />
ativida<strong>de</strong> da enzima catal<strong>as</strong>e no<br />
interior da célula fúngica, impedindo<br />
a formação <strong>de</strong> radicais livres<br />
responsáveis pela formação<br />
<strong>de</strong> “poros” na membrana fúngica.<br />
O uso <strong>de</strong> drog<strong>as</strong> distint<strong>as</strong> também<br />
po<strong>de</strong> contribuir para alterar a fisiologia<br />
dos fungos, selecionando<br />
aqueles resistentes aos fármacos<br />
poliênicos. Brajtburg et al (1988)<br />
(7) verificaram que dois nitrosouréi<strong>as</strong><br />
{1-(2-chloroethyl)-3-cyclohexyl-1nitrosourea<br />
(CCNU) e 1,3-<br />
bis-(2-chloroethyl)-1-nitrosourea<br />
(BCNU)} interferem na ação antifúngica<br />
da anfotericina B, em <strong>de</strong>corrência<br />
<strong>de</strong> seus isocianatos promoverem<br />
o aumento da catal<strong>as</strong>e<br />
intracelular em cep<strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>Candida</strong>,<br />
tornando-<strong>as</strong> resistentes ao<br />
dano lítico provocado pel<strong>as</strong> drog<strong>as</strong><br />
poliênic<strong>as</strong>.<br />
O uso profilático <strong>de</strong> agentes<br />
antifúngicos, como os sistêmicos,<br />
usualmente fluconazol, é utilizado<br />
geralmente em pacientes com<br />
alto risco <strong>de</strong> adquirir candidí<strong>as</strong>e.<br />
Todavia, a profilaxia não é rotineiramente<br />
recomendada, pois cep<strong>as</strong><br />
<strong>de</strong> C. albicans têm <strong>de</strong>monstrado<br />
resistência a este antifúngico in<br />
vitro e in vivo (62). A resistência<br />
<strong>de</strong> espécies <strong>de</strong> <strong>Candida</strong> aos azólicos<br />
é atribuída ao uso intenso do<br />
fluconazol (40). Isto tem sido <strong>de</strong>scrito<br />
quanto às cep<strong>as</strong> <strong>de</strong> <strong>Candida</strong><br />
isola<strong>d<strong>as</strong></strong> <strong>de</strong> pacientes com SIDA,<br />
<strong>de</strong>vido à falência <strong>de</strong> tratamento<br />
clínico nesta população <strong>de</strong> pacientes.<br />
As espécies não-albicans,<br />
resistentes ao fluconazol compreen<strong>de</strong>m<br />
C. glabrata, C. tropicalis,<br />
C. parapsilosis, C. kefyr e C. krusei.<br />
Est<strong>as</strong> espécies <strong>de</strong> <strong>Candida</strong><br />
têm sido oriun<strong>d<strong>as</strong></strong> <strong>de</strong> pacientes<br />
com quadros <strong>de</strong> infecção fúngica<br />
recidiva por causa <strong>de</strong> terapia com<br />
azólico e usualmente os elevados<br />
valores <strong>de</strong> CIM (concentração inibitória<br />
mínima) têm sido vinculados<br />
com falh<strong>as</strong> clínic<strong>as</strong>.<br />
Muitos dos c<strong>as</strong>os <strong>de</strong> resistência<br />
aos azólicos em pacientes<br />
não infectados com HIV estão<br />
<strong>as</strong>sociados com infecções <strong>de</strong><br />
espécies não-albicans, como a<br />
C. krusei e C.tropicalis. Corrobora<br />
neste sentido, o fato <strong>de</strong><br />
um ou mais fatores <strong>de</strong> risco<br />
estarem presentes em pacientes<br />
que <strong>de</strong>senvolveram funge-<br />
120<br />
<strong>NewsLab</strong> - edição 64 - 2004