REDD no Brasil: um enfoque amazônico - Observatório do REDD
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Centro de Gestão e Estu<strong>do</strong>s Estratégicos<br />
Ciência, Tec<strong>no</strong>logia e I<strong>no</strong>vação<br />
realiza<strong>do</strong>s pelo Prodes, atingin<strong>do</strong> 6.400 km 2 , com <strong>um</strong>a emissão estimada de 96 milhões de toneladas<br />
de carbo<strong>no</strong>. A despeito da influência da diminuição <strong>do</strong>s preços da soja e da carne, entre 2005 e<br />
2009, empurran<strong>do</strong> para baixo a taxa de desmatamento na Amazônia (Nepstad et al, 2009), o desmatamento<br />
nesse perío<strong>do</strong> foi reduzi<strong>do</strong> em 65% abaixo da média histórica (19.500 km 2 ) devi<strong>do</strong> a<br />
intervenções eficazes <strong>do</strong> gover<strong>no</strong> brasileiro (Nepstad et al. 2009, Soares Filho et al, 2010). Por exemplo,<br />
em 2004 e 2005, o gover<strong>no</strong> brasileiro criou 240.000 km 2 de <strong>no</strong>vas áreas protegidas na Amazônia,<br />
principalmente na região sob desmatamento ativo (ver seção anterior). A criação dessas áreas<br />
foi fortemente facilitada pelo apoio político das organizações de peque<strong>no</strong>s agricultores, evitan<strong>do</strong> a<br />
emissão de milhões de toneladas de carbo<strong>no</strong> (Campos & Nepstad 2006). Essa redução recente nas<br />
taxas de desmatamento, contu<strong>do</strong>, pode não representar <strong>um</strong>a redução proporcional na emissão associada<br />
de carbo<strong>no</strong>, pois o desmatamento está ocorren<strong>do</strong> em áreas de floresta mais densa <strong>do</strong> que<br />
aquele registra<strong>do</strong> <strong>no</strong> passa<strong>do</strong> (Tollefson, 2009).<br />
De fato, entre 2006-2010, o país deixou de emitir quase <strong>um</strong> bilhão de toneladas de carbo<strong>no</strong> devi<strong>do</strong> à<br />
queda nas taxas de desmatamento amazônico, <strong>um</strong> valor equivalente a 50% <strong>do</strong>s esforços de redução<br />
<strong>do</strong> Protocolo de Quioto (cerca de 2 bilhões de toneladas). Esta redução indica ainda o quanto o <strong>Brasil</strong>,<br />
se assim desejar, poderá se beneficiar de mecanismos de compensação por redução de emissões,<br />
como o <strong>REDD</strong>, por meio de acor<strong>do</strong>s internacionais multilaterais.<br />
35.000<br />
30.000<br />
25.000<br />
Km 2<br />
20.000<br />
15.000<br />
10.000<br />
5.000<br />
0<br />
89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10<br />
A<strong>no</strong><br />
Figura 2. Taxa de Desmatamento na Amazônia <strong>Brasil</strong>eira <strong>no</strong> perío<strong>do</strong> de 1988 a 2010 (km2/a<strong>no</strong>). Fonte: Prodes 2010.<br />
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