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REDD no Brasil: um enfoque amazônico - Observatório do REDD

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Prefácio<br />

O <strong>Brasil</strong> tem exerci<strong>do</strong> inquestionável liderança nas discussões internacionais sobre mitigação das<br />

causas e adaptação às consequências das mudanças climáticas. A crise econômica mundial, iniciada<br />

em 2008, esfriou o compromisso <strong>do</strong>s países desenvolvi<strong>do</strong>s com metas mais ambiciosas de redução<br />

de emissões e com o apoio tec<strong>no</strong>lógico e financeiro aos países pobres. No vácuo de liderança <strong>do</strong>s<br />

países ricos, responsáveis históricos pelo acúmulo de gases de efeito estufa (GEE), o <strong>Brasil</strong> se comprometeu<br />

com metas extremamente ambiciosas de redução de emissões e com apoio aos países mais<br />

pobres da América Latina e da África.<br />

Nas últimas décadas, a conversão de floresta para a produção agropecuária na Amazônia tem<br />

si<strong>do</strong> a mais importante fonte nacional de GEE. Cerca de metade das emissões brutas de GEE<br />

advém da incorporação de <strong>no</strong>vas áreas à pecuária, a grande maioria na Amazônia. Nos últimos<br />

a<strong>no</strong>s, a taxa bruta de desmatamento vem cain<strong>do</strong>, o que permite que o <strong>Brasil</strong> se adiante mesmo<br />

em relação às metas que voluntariamente ass<strong>um</strong>iu em Copenhague. No entanto, a continuidade<br />

da trajetória de redução <strong>do</strong> desmatamento depende de <strong>um</strong>a delicada redefinição <strong>do</strong> próprio<br />

modelo de desenvolvimento.<br />

Desde os a<strong>no</strong>s de 1970, quan<strong>do</strong> a Amazônia foi rapidamente integrada à eco<strong>no</strong>mia nacional, se<br />

consoli<strong>do</strong>u nas áreas rurais da região <strong>um</strong> modelo de produção pre<strong>do</strong>minantemente basea<strong>do</strong> na<br />

extração de matérias primas e na pecuária extensiva, com baixa incorporação de tec<strong>no</strong>logia. O dinamismo<br />

da eco<strong>no</strong>mia amazônica era, em grande parte, decorrente da expansão contínua da fronteira<br />

agropecuária, que em ondas sucessivas, atraía migrantes e capitais de outras regiões. O custo<br />

ambiental, como sabemos, foi extremamente eleva<strong>do</strong>. Não há quem defenda a continuidade de tal<br />

modelo, mas agora é preciso substituir o vetor dinâmico da expansão contínua da fronteira pela<br />

construção de <strong>um</strong>a <strong>no</strong>va fronteira. Nas áreas já alteradas <strong>um</strong>a fronteira de ganhos de produtividade.<br />

Nas áreas preservadas, a construção de <strong>um</strong>a eco<strong>no</strong>mia tec<strong>no</strong>logicamente avançada de exploração<br />

da floresta viva. Ambas alternativas demandam significativos investimentos em infraestrutura e em<br />

pesquisa e desenvolvimento tec<strong>no</strong>lógico. Uma política de <strong>REDD</strong> (compensações por Redução de<br />

Emissões decorrent es de Desmatamento e Degradação florestal) pode ser <strong>um</strong> importante fator <strong>no</strong><br />

financiamento de <strong>um</strong> <strong>no</strong>vo modelo de desenvolvimento da Amazônia.<br />

A Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE/PR) vem acompanhan<strong>do</strong><br />

a mobilização nacional por mitigação e adaptação às mudanças climáticas desde a sua criação.<br />

Em 2009, a SAE/PR participou ativamente das discussões ocorridas <strong>no</strong> âmbito da Força Tarefa <strong>do</strong>s

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