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MARCELO MORAES E SILVA ENTRE A ILHA DESERTA E O ...

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21<br />

subversão e desterritorialização. Para que mais tarde possamos compor outros<br />

arquipélagos epistemológicos.<br />

Uma literatura maior ou estabelecida segue um vetor que vai do conteúdo à<br />

expressão: dado um conteúdo, em uma determinada forma, encontrar,<br />

descobrir ou ver a forma de expressão que lhe convém. O que se concebe<br />

bem se anuncia ... Mas uma literatura menor ou revolucionária começa por<br />

enunciar e só vê e só concebe depois (‘A palavra, eu não a vejo a invento’).<br />

A expressão deve despedaçar as formas, marcar as rupturas e as<br />

ramificações novas. Estando despedaçadas uma forma, reconstruir o<br />

conteúdo que estará necessariamente em ruptura com a ordem das coisas.<br />

Antecipar, adiantar a matéria. ‘A arte é um espelho que adianta, como as<br />

vezes um relógio’. (DELEUZE; GUATTARI, 1977, p.43-44).<br />

Poderia ser esta escrita menor à desejada por Érico Veríssimo para o seu<br />

personagem Floriano Cambará Como é a escrita almejada em minha investigação<br />

sobre as masculinidades produzidas nas aulas de Educação Física<br />

Penso ser necessário a um autor, independente da modalidade de escrita,<br />

“matar o touro a unha” e “pôr as suas mãos no barro da vida”. É preciso encarar-se<br />

enquanto sujeito e perceber toda teia discursiva, as redes de poder, enfim todas as<br />

condições de possibilidade que compõem sua existência, pois conforme apontam<br />

Gilles Deleuze e Félix Guattari (1977, p. 95), deve-se buscar “qualidades menores<br />

de personagens menores, no projeto de uma literatura que se quer deliberadamente<br />

menor, e daí tirar sua força de desordem”.<br />

Lembro aqui de uma charge, do cartunista argentino Quino, que me remete a<br />

esta questão. Seu trabalho retratava alguém desenhando, mas um desenhar que<br />

nunca acabava, pois sempre havia alguém desenhando quem desenha. Talvez seja<br />

essa a idéia que precisamos construir sobre nós mesmos, inclusive no desvendar<br />

das ilhas desertas e nas composições dos arquipélagos.<br />

1.3 - O mapeamento e a cartografia:<br />

Sendo assim, torna-se necessário realizar o mapeamento e a cartografia de<br />

todas as ilhas que compõem o “arquipélago” das denominadas masculinidades.<br />

Mapear e cartografar as redes de poder que compõem esse determinado conjunto<br />

de ilhas.

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