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Aqui - História da Medicina

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18<br />

Governador <strong>da</strong>s Armas <strong>da</strong> Província <strong>da</strong> Beira.<br />

Este casal pertencia à alta nobreza do reino e<br />

assistia, temporariamente, na vila de Castelo Branco<br />

desde meados de 1721... <strong>Aqui</strong> lhes nascera, a<br />

6.2.1722, sua 2ª filha D. Luísa Amónia Francisca <strong>da</strong><br />

Silveira (a 1ª, D. Leonor <strong>da</strong> Silveira, havia falecido com<br />

poucos meses, a 3.2.1721); a 3ª filha, D. Maria Inácia<br />

<strong>da</strong> Silveira, fora baptiza<strong>da</strong> na praça de Almei<strong>da</strong>, a<br />

18.2.1723; desta vez seria o primeiro filho mas a<br />

adversi<strong>da</strong>de negou-lhe a existência bem como a sua<br />

mãe.<br />

Os corpos <strong>da</strong> infeliz <strong>da</strong>ma e do fruto do seu amor<br />

ficaram pois depositados (a 20.11.1726) na igreja de<br />

S. Miguel, em sepultura de fábrica adquiri<strong>da</strong> por 8000<br />

réis...<br />

Através do Assento 19, sabemos que cerca de dois<br />

anos mais tarde, a 20.9.1728, procederam à abertura<br />

<strong>da</strong>quela sepultura e, depois de revista e identificados<br />

os restos mortais de D. Joana, «se tornou a fechar<br />

com campa de pedra inteiriça, com suas armas e<br />

letreiro que declara estar ela ali sepulta<strong>da</strong>».<br />

Na ausência de outros elementos documentais mais<br />

esclarecedores, não podemos deixar de nos interrogar<br />

sobre o motivo de tal diligência. No entanto, a resposta<br />

parece simples e de certo modo convincente: - D.<br />

Brás Baltazar <strong>da</strong> Silveira, ain<strong>da</strong> viúvo e no exercício<br />

do referido cargo, quis honrar a jazi<strong>da</strong> <strong>da</strong> mulher,<br />

man<strong>da</strong>ndo colocar sobre ela uma campa que<br />

dignamente perpetuasse a sua memória.<br />

Efectivamente, o artista encarregado deste trabalho<br />

insculpiu na face exposta <strong>da</strong> lage granítica, com 2,14m<br />

de comprido por 0,86 metros de largura e 0,23 metros<br />

de espessura, uma bem ordena<strong>da</strong> composição<br />

reparti<strong>da</strong> por duas partes. Assim, na de cima lavrou o<br />

escudo com as armas <strong>da</strong> família de D. Joana e, por<br />

baixo, a epígrafe latina cujo teor é o seguinte (em<br />

port.):<br />

- «D. Joana Maria Josefa de Meneses, digníssima<br />

filha do conde de Santiago, amantíssima esposa de<br />

D. Brás Baltazar <strong>da</strong> Silveira, Governador <strong>da</strong>s Armas<br />

desta Província, muito pren<strong>da</strong><strong>da</strong> na ver<strong>da</strong>de por dons<br />

egrégios e dignos na mulher ilustre, mas mais ilustre<br />

pela pie<strong>da</strong>de e por outras virtudes de Senhora cristã<br />

(a honra mais digna), morreu de hemorragia puerperal<br />

no dia 21 de Novembro de 1726 e, juntamente com o<br />

filho <strong>da</strong> (sua) dor, aqui está sepulta<strong>da</strong>». (27)<br />

Esta lápide ain<strong>da</strong> bem conserva<strong>da</strong> foi escolhi<strong>da</strong> pela<br />

organização <strong>da</strong>s nossas jorna<strong>da</strong>s, em 1991, para<br />

servir de figura alegórica ao tema: O Amor e a Morte<br />

na Beira Interior. Mas, como veremos a seguir, sobre<br />

ela há mais coisas para contar...<br />

X - História <strong>da</strong> Lápide Sepulcral Biface (2ª parte)<br />

Assento 20 ( S2 - 50, fl. 68v) - O Excelentíssimo<br />

Senhor D. Frei Vicente Ferrer <strong>da</strong> Rocha, <strong>da</strong> Sagra<strong>da</strong><br />

Ordem dos Pregadores, segundo bispo desta diocese,<br />

faleceu aos 25 dias do mês de Agosto de 1814.<br />

Recebeu somente o sacramento<br />

<strong>da</strong> extrema unção<br />

(por não <strong>da</strong>r lugar a mais um<br />

acidente) e foi sepultado no<br />

adro desta igreja, segundo<br />

a determinação do mesmo<br />

senhor, de que fiz este<br />

termo que assinei / O Vigº<br />

encomen<strong>da</strong>do Manuel<br />

Mendes de Abreu.<br />

À margem: - No dia 23 de<br />

Outubro deste ano de 1943,<br />

foi feita a trasla <strong>da</strong>ção dos<br />

restos mortais do bispo D.<br />

Vicente Ferrer <strong>da</strong> Rocha,<br />

falecido em 25 de Agosto de<br />

1814, do adro <strong>da</strong> Sé de<br />

Castelo Branco para uma<br />

sepultura <strong>da</strong> capela-mor <strong>da</strong><br />

menciona<strong>da</strong> igreja <strong>da</strong> Sé /<br />

O Conservador Adelino de<br />

Sousa.<br />

Comentário<br />

D. Frei Vicente Ferrer <strong>da</strong><br />

Rocha, nascido a 5.4.1737 na freguesia de Santos-o-<br />

-Velho (Lisboa) e religioso professo <strong>da</strong> Sagra<strong>da</strong> Ordem<br />

dos Pregadores, tomou posse do bispado de Castelo<br />

Branco em 7.3.1783 e, nesse mesmo ano, foi eleito<br />

por aclamação Provedor <strong>da</strong> sua Misericórdia.<br />

Ao seu génio empreendedor se devem importantes<br />

melhoramentos: a ampliação do Paço Episcopal com<br />

o corpo do lado Norte, o estabelecimento do monumental<br />

peristilo <strong>da</strong> entra<strong>da</strong> nobre e a decoração <strong>da</strong><br />

capela, janelas e<br />

salas, onde predominam<br />

os estuques<br />

artísticos;<br />

o alargamento e<br />

beneficiação do<br />

Jardim do Paço; a<br />

contrução dos<br />

dois corpos laterais<br />

<strong>da</strong> igreja <strong>da</strong><br />

Sé, formados pela<br />

formosa Capela<br />

do Santíssimo<br />

Sacramento e<br />

pela Sacristia<br />

Grande e Câmara<br />

Eclesiástica, etc.<br />

Atravessou o 2º<br />

bispo de Castelo<br />

Branco um período<br />

dificil durante as invasões francesas (1807-1812),<br />

tendo falecido a 25.8.1814 (como refere o Assento<br />

20) de uma apoplexia que lhe deu no dia 22, sendo<br />

sepultado de acordo com as suas determinações no

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