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Revista Pneus & Cia. nº 34 - Sindipneus

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BEM-ESTAR<br />

Esse comportamento bizarro ganhou destaque adicional há<br />

uns 20 anos, a partir do “incêndio” que a globalização provocou<br />

sobre a economia, usando como combustível a comunicação<br />

instantânea da internet. A propagação da nova ordem aguçou a<br />

competitividade entre nações e empresas. No roldão, holofotes<br />

da fama glamurizaram o profissional dedicado ao extremo,<br />

geralmente pessoas com necessidade imperiosa de mostrar valor<br />

a elas próprias e a outras. O que ninguém esperava é que, como<br />

um bônus não solicitado, veio junto um subproduto: a vaidade e<br />

a ganância. Com o pretexto de trabalhar para sobreviver, a praga<br />

transmissível do workaholismo passou a afetar colegas, amigos e<br />

familiares. Contabilizados ganhos e perdas, pesou bem mais o<br />

segundo. Assim, de herói, o workaholic virou vilão.<br />

Mas é preciso cuidado nessa rotulagem. Nem sempre é fácil<br />

distinguir um trabalhador legitimamente dedicado ao que faz<br />

de um workaholic. Um médico que se entrega de corpo e alma<br />

durante 70 horas por semana à saúde de seus pacientes pode<br />

ser menos viciado em trabalho que um contador que se dedica<br />

40 horas aos livros de caixa. Nesse caso, o que define o viciado<br />

é o tipo de vida que leva fora do trabalho. Assim, o médico<br />

laborioso ao extremo pode ter uma equilibrada vida social e<br />

familiar, enquanto o contador é do tipo que não quer nem voltar<br />

para casa, e de lá conta os minutos para retornar às transações<br />

contábeis. O workaholic parece que sobe uma escada que o<br />

conduz à compulsão; o último degrau chama-se obsessão. O<br />

que o diferencia dos demais trabalhadores é a capacidade de se<br />

apaixonar pelo processo em si, o que inclui um desempenho<br />

interminável e neurótico do que está fazendo. É tão absurdo<br />

como um turista deixar de prestar atenção ao roteiro da viagem<br />

e se ater apenas ao movimento do veículo que o transporta.<br />

Fazendo a transição para o mundo corporativo, conhece alguém<br />

apaixonado pelo BlackBerry ou iPod, 24x7? Ok, você já entendeu.<br />

Com o workaholic cada vez mais identificado como um babaca<br />

funcional, não deu outra: brotaram especialistas de todos os<br />

tipos que oferecem suas panaceias para tirar o coitado dessa fria.<br />

Parecem advogados de porta de cadeia, prontos para resgatar<br />

a vítima para o universo dos equilibrados. Nesse “arco-íris de<br />

curandeiros”, há gurus que fazem palestras sobre qualidade de<br />

vida, os que preconizam o uso inteligente do tempo ou prometem<br />

a qualidade de vida como antídotos, até uma organização que<br />

se propõe a ajudar workaholatras anônimos. Difícil separar os<br />

sérios dos picaretas. Num rol diversificado, um norte-americano,<br />

Howard Stone, anuncia-se na internet como “personal transition<br />

coach” - algo como um personal trainer de workaholic. Ele<br />

promete a cura por meio de doses diárias de acompanhamento,<br />

sem provocar efeitos colaterais, como a perda total do apetite pelo<br />

trabalho. Há alguém aí interessado?<br />

Fabio Steinberg é jornalista, especializado em negócios<br />

e viagens e autor dos livros “Ficções Reais”, “Viagem de<br />

Negócios” e “O Maestro”<br />

Você é um workaholic?<br />

Não precisa ser guru. Bastam bom senso e pesquisa para montar um<br />

checklist básico que define o perfil do viciado em trabalhar.<br />

1.Você continuamente estimula conversas sobre trabalho com<br />

outras pessoas?<br />

2.Você sempre discute desempenhos de colegas e empregador?<br />

3.O seu sono é constantemente interrompido por questões de trabalho?<br />

4.Você costuma ir ao trabalho ou verificar e-mail fora do expediente?<br />

5.Você sempre trabalha mais de cinco dias por semana, oito<br />

horas por dia?<br />

6.Você costuma trabalhar durante o almoço?<br />

7.Sempre que tira férias leva trabalho na bagagem ou fica conectado?<br />

8.Costuma cancelar suas viagens de lazer por excesso de trabalho?<br />

9.Toda vez que vai para casa, dá boa-noite ao último colega<br />

do escritório, funcionário da limpeza noturna ou vigia do prédio?<br />

10.Ao escovar os dentes, põe em dia as atividades profissionais do dia?<br />

Resposta: O fato de dizer sim a todas as respostas não significa<br />

ser um workaholic, mas sem dúvida você é um trainee aplicado.<br />

O que determina a seriedade do problema é a frequência com<br />

que isso ocorre em sua vida.

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