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15 DE JUNHO DE 2008 CAUSA OPERÁRIA ATIVIDADES 2 Em julho CURSO DE FORMAÇÃO TEÓRICA MARXISTA Karl Marx, vida e obra A AJR convida todos os interessados a participar do seu tradicional Acampamento de Férias em sua 22 a edição. Neste ano, em comemoração ao 190º aniversário de Karl Marx, criador e fundador do socialismo científico e do materialismo histórico, será ministrado o curso “Karl Marx, vida e obra” A Aliança da Juventude Revolucionária (AJR), juventude do Partido da Causa Operária, realizará em julho seu tradicional Acampamento de Férias, que neste inverno estará em sua XXII edição. O Acampamento de Férias da AJR acontecerá na cidade de Ibiúna, a 70 quilômetros de São Paulo, entre os dias 19 e 27 de julho de 2008. Neste ano, em comemoração ao 190º aniversário de Karl Marx, criador e fundador do socialismo científico e do materialismo histórico, bem como dos 160 anos da publicação do Manifesto do Partido Comunista escrito em conjunto com Friedrich Engels, será ministrado o curso “Karl Marx, vida e obra”. Dando continuidade ao XXI Acampamento, que ocorreu em janeiro e no qual foi estudada a obra monumental de Karl Marx, O Capital, o curso de julho trará uma exposição detalhada da biografia e uma análise de sua obra. A abordagem do problema terá o ponto de vista do Marx como militante revolucionário, que produziu toda a sua obra teórica com o propósito de organizar a classe operária para a luta política contra a burguesia e lançar as bases para a superação da sociedade capitalista e a emancipação definitiva da humanidade para o socialismo. Nesse sentido, a abordagem do curso está longe de ser acadêmica. Será levantado o conteúdo revolucionário da doutrina socialista elaborada por ele. A obra monumental de Karl Marx é, no entanto, pouco estudada, em grande medida devido à oposição da sociedade dominante, burguesa, conservadora e contra-revolucionária. De um lado, tentam fazer com que caia no esquecimento. De outro, procuram fazer crer que seria uma teoria equivocada, ultrapassada. Esta falsificação não é demonstrada cientificamente, mas apenas repetida. A tentativa da classe dominante de colocar o marxismo no esquecimento vem da magnitude dessa doutrina científica como uma ferramenta fundamental e decisiva para todo movimento revolucionário dos explorados e oprimidos, da maioria da humanidade, para eliminar a situação de brutal opressão e exploração que o capitalismo mundial, o imperialismo, impôs ao mundo inteiro. O intuito do curso promovido pela Aliança da Juventude Revolucionária é compreender a obra de Marx de um ponto de vista real, ou seja, do ponto de vista da luta revolucionária. Karl Marx foi um gênio da teoria política, da filosofia, da ciência e da organização revolucionária da classe operária. Foi o fundador, juntamente com Engels, da Associação Internacional dos Trabalhadores, a I Internacional. Essa visão da vida e da obra de Marx como um grande militante revolucionário e socialista, intimamente ligado ao movimento operário, se contrapõe a uma visão acadêmica, que tem como objetivo distorcer suas descobertas. Essa compreensão é fundamental entre os trabalhadores, a juventude, as mulheres, os negros e todos os explorados que sofrem o peso da opressão capitalista. O curso visa a facilitar a leitura e o estudo do marxismo. O grande líder e arquiteto da Revolução Russa de 1917, V.I.Lênin, explicou que “sem teoria revolucionária, não pode haver movimento revolucionário”. Neste sentido, a compreensão da sociedade capitalista, cujas portas foram abertas de par em par pela obra de Karl Marx, é indispensável para qualquer verdadeira ação transformadora no mundo atual em todos os terrenos da vida social. Lazer e convivência socialista no XXII Acampamento da Aliança da Juventude Revolucionária Nos Acampamentos da AJR, que vêm sendo realizados O curso será apresentado pelo companheiro Rui Costa Pimenta A principal atividade do Acampamento da AJR consiste no curso de formação teórica marxista combinado com atividades de lazer e cultura em um ambiente diferente da sociedade burguesa. desde 1998, nesses mais de dez anos já foram ministrados temas como “Marxismo e anarquismo”, “A Revolução Russa de 1917”, “Vida e Obra de Leon Trotski” “Uma interpretação marxista da história do Brasil”, “A história das internacionais”, “Teoria e prática das frentes populares”, “Materialismo Histórico e Seus Inimigos Ideológicos”, profundamente discutidos pelas mais de 2000 pessoas que já participaram dos acampamentos. Ele reúne jovens de todo o País em uma atividade cujo centro é o estudo do marxismo, conjugado com a diversão e o lazer em locais privilegiados pela sua beleza natural e o clima agradável de matas, montanhas, cachoeiras, praias, rios, ou seja, lugares propícios ao descanso, ao entretenimento, à convivência coletiva e ao livre debate de idéias em torno a uma concepção de mundo que é o marxismo. O acampamento combina o lazer com o estudo profundo do marxismo para proporcionar à juventude e a todos os interessados uma oportunidade de convivência completamente alternativa às habituais formas que se pode encontrar nas instituições tradicionais da sociedade burguesa, num ambiente de companheirismo e trabalho coletivo. A preparação das refeições e todo o trabalho FORMAÇÃO MARXISTA Ouça o curso sobre “O Capital” de Karl Marx na Internet O curso de formação teórica marxista promovido pelo Partido da Causa Operária e pela Aliança da Juventude Revolucionária na 21ª edição de seu Acampamento de Férias em janeiro, já está disponível para ser ouvido na Internet. A atividade, sem igual em toda esquerda brasileira e, mesmo, internacional, compreende um estudo aprofundado da de arrumação e limpeza são feitos pelos próprios participantes em um regime de revezamento de trabalho com a participação de todos. Para a realização da atividade, a AJR disponibilizou um agradável hotel fazenda no interior de São Paulo, na cidade de Ibiúna, com local para camping, com piscina, lago para pesca, salão de jogos, ampla área verde e outras facilidades. Durante as duas semanas de atividades serão realizados, além do curso, palestras sobre temas culturais diversos, apresentações artísticas, jogos, apresentação de filmes e campeonatos esportivos. Tudo isso é realizado a um preço extremamente acessível e inclui, além da estadia, do curso e do lazer, três fartas refeições diárias de excelente qualidade. As exposições serão aulas onde as principais dúvidas apresentadas serão esclarecidas. Entre uma exposição e outra serão formados grupos de discussão para um esclarecimento mais minucioso das dúvidas. A participação é aberta a todos os interessados. Se você estiver interessado em participar desta grande atividade de formação e lazer, entre em contato com os organizadores para obter informações sobre todos os aspectos do curso, da estadia e o custo: Por telefone - (11) 5584-9023, Por e-mail – ajr@pco.org.br, Por carta – Rua Miguel Stéfano, nº 349, bairro Saúde, São Paulo, Capital, CEP 04301- 010. Para ver informações e fotos dos cursos anteriores, bem como detalhes desta atividade e textos teóricos, acesse a página do Acampamento da AJR na Internet – www.pco.org.br/acampamento. obra de Karl Marx, O Capital, detendo-se sobre questões fundamentais do marxismo, do método do materialismo histórico para a compreensão da realidade econômica e social do capitalismo. A exposição realizada pelo companheiro Rui Costa Pimenta foi toda gravada em áudio e vídeo e o conteúdo das aulas, bem como a discussão levantada pelos participantes, foram publicados na Internet ao longo do curso para permitir que um maior número de pessoas possa ter acesso a esta discussão de fundamental importância para a compreensão científica da sociedade do marxismo. Visite o portal do PCO na Internet e ouça o curso na íntegra: www.pco.org.br FORTALEÇA A IMPRENSA SOCIALISTA E INDEPENDENTE Faça já sua assinatura Nome Rua/Av Rua Av. jornal CAUSA OPERÁRIA CAMPANHA DE ASSINATURAS 2008 nº Complemento Distrito Preencha em letra de forma, de modo legível. Estado Bairro País Cidade CEP - Caixa Postal CEP - Fone (res.) ( ) - Fax ( ) - Fone(trab.)( ) - Celular ( ) - E-Mail 1 E-Mail 2 Código do assinante CPF - RG - (obrigatório fornecer o CPF e o RG para pagamento por boleto bancário ou débito em conta) (não preencha este campo) ________________________, ______/______/______, ____________________________________________ Local Data Assinatura do assinante OBSERVAÇÕES:_______________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ Envie já o seu pedido Preencha a ficha de assinante nesta página e envie para o endereço abaixo, ou, se preferir, envie seu pedido pela internet, acesse o site: www.pco.org.br/causaoperaria. Sede Nacional do Partido da Causa Operária à Rua Apotribu, 111, Saúde. CEP 04302-000, São Paulo, SP; entre em contato também pelo telefone (11) 5584-9322, ou por e-mail: assinaturas@pco.org.br 1 ano de Causa Operária (50 exemplares) + acesso à edição digital de Causa Operária + um brinde especial por apenas: R$ 120,00 (20% de desconto à vista) ou 3 x R$ 50,00 Escreva para o Causa Operária O Causa Operária está baseado em um claro programa político e no marxismo e, por este motivo, esforça-se para ser uma tribuna das necessidades e dos anseios das massas exploradas de trabalhadores da cidade e do campo, dos negros, das mulheres e da juventude oprimida. Neste sentido, as páginas do nosso jornal estão abertas para que qualquer trabalhador faça dele um veículo das suas denúncias contra a exploração e opressão de qualquer setor da sociedade. Convidamos, ainda, nossos leitores a fazer desta página um espaço para discussão das idéias relacionadas a esta luta que julguem importante. CAUSA OPERÁRIA Fundado em junho de 1979 Semanário de circulação nacional Ano XXIX - nº 486 - R$3,00 de 15 a 21 de junho de 2008 Editor - Rui Costa Pimenta - Tiragem - seis mil exemplares - Redação - Av. Miguel Stéfano nº 349, Saúde, São Paulo, Capital, CEP 040301-010 - Telefone (11) 5589- 6023 - Sede Nacional - São Paulo - Av Miguel Stéfano, nº 349, Saúde, São Paulo, Capital, CEP 04301-010, Fone (11) 5584-9322 - Correspondência - Todas as cartas, pedidos de assinaturas ou de informações sobra as publicações Causa Operária devem ser enviadas para a redação ou para o endereço eletrônico - pco@pco.org.br, página na internet - www.pco.org.br/causaoperaria
15 DE JUNHO DE 2008 CAUSA OPERÁRIA 3 Editorial Trabalhadores e a população pobre: alvo número um da inflação Apopulação brasileira está voltando, e não lentamente, aos velhos tempos em que a simples menção da palavra inflação gerava insegurança e via a cada dia diminuir o dinheiro no bolso. Na verdade, a falta de dinheiro nunca foi sanada, mas a situação econômica do Brasil nunca foi tão instável em pelo menos 15 anos. Todo mês, toda semana (e em breve todo o dia), as pesquisas sobre a inflação aparecem com novos resultados maiores, novos aumentos. A cesta básica aumentou, só no último ano, mais de 30%. Produtos de consumo de primeira necessidade como arroz, feijão, pãozinho, leite entre outros estão apresentando altas entre 30%, 40% e até 100% como é o caso do feijão. A inflação está tendo aumento médio mensal de 1% e já ultrapassou a meta anual do governo Lula de 4,5%. Atualmente está acima dos 5%. A inflação já é uma realidade, em maio atingiu 1,23% de aumento, os alimentos tiveram alta maior, acima de 3%. Neste quadro os trabalhadores e a população pobre são os mais atingidos. Segundo Participe das campanhas realizadas pelo PCO OPartido da Causa Operária, em conjunto com sua orga nização de juventude, a Aliança da Juventude Revolucionária (AJR) e o Coletivo de Mulheres Rosa Luxemburgo, está colocando nas ruas, em seus jornais impressos e na Internet, além de panfletos e debates, denúncias contra os ataques sofridos pelos trabalhadores e toda a população oprimida. Para isso, várias campanhas estão sendo feitas de acordo com as necessidades mais urgentes da população, as demissões, a denúncia dos assassinatos no campo e da opressão contra as mulheres. É por isso que o PCO vem tomando à frente a defesa dos camponeses sem-terra de Rondônia, massacrados pelos latifundiários da região. As organizações independentes dos trabalhadores, por meio de suas publicações e sua militância, devem denunciar com todas as forças os ataques da burguesia contra a população pobre. É nesse sentido que estão as calúnias feitas pela revista Istoé, que publicou e vem publicando matérias mentirosas sobre os camponeses pobres de Rondônia, dirigidos pela Liga dos Camponeses Pobres. Tudo isso se agrava, pois nem mesmo os demagogos que fazem parte da frente popular, tanto no governo como o PT e o PCdoB, quanto os que fazem parte da Frente de Esquerda - Psol, PSTU e PCB - não moveram palha, sequer para denunciar o massacre que está acontecendo. Isso, porque, como partidos burgueses, estão correndo atrás de um cargo público, e escondem esse real interesse atrás de um discurso esquerdista. Pior ainda, essa mesma esquerda se vangloria por participar, por exemplo, de um ato de 1º de maio em conjunto com a direitista Igreja Católica, diga-se de passagem uma das cabeças de todos os ataques, e criticam a iniciativa do PCO por levar adiante sua campanha. A mesma coisa podemos afirmar em relação à campanha que está sendo chamada para defender as dez mil mulheres processadas no Mato Grosso do Sul. De maneira completamente absurda o ministério público, cedendo ao lobby da Igreja Católica e de seus parlamentares, não precisou nem mesmo de flagrante para processar uma lista de pacientes de uma clínica de aborto. É nitidamente uma tentativa de aumentar a repressão contra as mulheres em todo o País. Mais uma vez, no entanto, a "esquerda" finge que não vê. Mas dessa vez são pegos com a boca na botija. A explicação para um Governo, milícias, torturas... repressão organizada contra o povo Ocaráter da repressão instaurada no Rio de Janeiro contra a população pobre dos morros e favelas recebeu contornos mais definidos após a denúncia feita sobre a tortura de três jornalistas e um morador da favela por policiais de uma milícia que controla a região. O fato, apesar de ter tido pouca repercussão na imprensa burguesa, pois atacar o aparato repressivo do Estado não é a intenção dos “penas de aluguel” da burguesia, é de suma relevância, pois expõe de maneira bastante esclarecedora como está se formando nas favelas do Rio de Janeiro uma estrutura repressiva de grandes proporções. Os relatos feitos pelos jornalistas das sessões de tortura, do espancamento, choques elétricos etc., denuncia esta como uma repressão tipicamente fascista. Sob a alegação ultrafarsante de combate ao crime nas favelas, pois alegam que as milícias seriam os defensores do povo, contra os traficantes, na verdade estão reeditando os piores anos da época da ditadura militar no Brasil e na América Latina. Ou seja, quando pessoas eram seqüestradas, sem motivo aparente, pelos agentes da repressão, levadas para locais ermos, sendo submetidas a sessões de tortura física e psicológica sem ao menos serem acusadas formalmente de algum crime cometido; um estado sem direito algum, controlado por uma Charge da semana pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), baseada no Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1), índice específico para a população pobre com renda de 1 a 2,5 salários mínimos, a inflação é maior que para a população com renda maior. A inflação em maio foi acima da média para a população de baixa renda, registrou aumento de 1,38%. Deste percentual, mais de 50% é influência direta do aumento dos preços dos alimentos. Enquanto o governo Lula e seus capachos pró-imperialistas, Henrique Meirelles, presidente do Banco Central e representante dos banqueiros internacionais e Guido Mantega, ministro da Fazenda, tentam apresentar a imagem de um País que não condiz com a realidade, a classe operária e a população trabalhadora sofrem de perto os efeitos da inflação. De um lado o governo pinta o Brasil como se fosse a oitava maravilha do planeta, com desenvolvimento econômico, crescimento industrial, aumento do emprego, diminuição da pobreza etc. E de outro os trabalhadores vivem o oposto; a carga tributária de 40% de impostos, salário mínimo de fome, arrocho salarial, perdas dos direitos trabalhistas são apenas alguns dos males que afetam a população brasileira. silêncio tão contundente salta aos olhos: a musa da Frente de Esquerda, Heloísa Helena, tem em sua ficha a defesa intransigente da...punição para as mulheres que fizerem aborto. Isso sem contar a participação em marchas contra o aborto junto com elementos dos mais direitistas da política nacionais - políticos do DEM, PP e PSDB - e os projetos de lei, como por exemplo, o que proíbe o uso da pílula do dia seguinte feito e aprovado por um vereador do Psol na cidade paulista de Jundiaí. Todos esses ataques à população pobre faz parte de uma ofensiva geral da direita, na tentativa de barrar a tendência de ascenso do movimento de massas na cidade e no campo. A crise que atravessa a burguesia brasileira, com o total desgaste do regime político, bem como dos partidos burgueses, faz uma parcela mais reacionária da burguesia tomar medidas para conter o movimento operário; faz isso atacando as mulheres, seu setor mais oprimido. Por fim, ataca diretamente uma parcela mais avançada politicamente da classe operária, como vemos em vários lugares, mas que ganha expressividade na categoria dos Correios. Vários companheiros da corrente nacional de oposição Ecetistas em Luta do PCO são perseguidos pela empresa por defender de maneira intransigente os trabalhadores e denunciar os acordos traidores da burocracia sindical - PT, PCdoB, PSTU e Psol - que domina a federação e a maioria dos sindicatos. O companheiro Edson Dorta trabalhador dos Correios de Campinas foi demitido em 2006 mesmo tendo comprovado graves problemas de saúde, causados por um acidente de trabalho. Sua demissão contou com o apoio de toda a burocracia sindical, que não fazem absolutamente nada pela reintegração do companheiro. Somente esse ano foram mais de 200 demitidos, a maioria trabalhadores que tinham problemas de saúde. Essa política irresponsável causou a morte de Dalton Lopes Pontes na semana passada, ele sofria de sérios problemas de saúde e foi demitido depois de 22 anos de correios. Dalton se matou após saber de sua demissão. Diante desses ataques da direita os trabalhadores devem se mobilizar para derrotar qualquer política conservadora contra a população. Há uma tendência da população sair à luta, por isso, cabe aos militantes sérios e honestos organizar, a partir dessas campanhas, a classe trabalhadora para a etapa revolucionária que se aproxima. horda de extrema-direita. Ao invés de um fantasioso antagonismo entre as milícias e o tráfico de drogas há a mais estreita ligação entre estas milícias, formadas de policiais fardados ou à paisana e os traficantes em comum acordo na divisão dos lucros e dividendos do tráfico. O que acontece no Rio de Janeiro é de total conhecimento e conivência da prefeitura, do governo estadual e federal. É tão diretamente ligado ao Estado que as milícias contam não só com policiais, bombeiros, agentes de segurança etc., mas também com o financiamento de parlamentares. É o patrocínio direto do Estado às milícias paramilitares fascistas que estão transformando as favelas do Rio de Janeiro em um território da extrema direita semelhante à Bolívia e à Colômbia. A participação do governo Lula e dos governos locais na empreitada fascista no Rio de Janeiro, e que já existe em menor escala em outros estados do Brasil, tem como objetivo final aumentar a repressão no País contra o movimento operário, os movimentos sociais, os sem-terra, os índios, os estudantes que estão se mobilizando nas universidades, as mulheres e todos aqueles que começam a se mobilizar contra o regime repressor e de brutal exploração imposto pela burguesia. Uma curiosa campanha RUI COSTA PIMENTA Em 1985, os trabalhadores de inúmeras categorias, em particular os metalúrgicos do ABC saíram em greve pela redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais. Recentemente o sindicalismo pelego das chamadas centrais sindicais, CUT, Força Sindical. UGT e CTB, incluindo as organizações sindicais menores, ditas da esquerda, como Conlutas e Intersindical, lançaram uma nova campanha “pela redução da jornada de trabalho”. A enorme diferença na situação do movimento operário daquele momento e o de agora pode ser vista claramente na comparação das duas campanhas. A primeira, apesar das limitações enormes impostas pela sua direção, que não buscou nunca generalizar o movimento, que foi empurrado por ele, mais que buscou organizá-lo e estimulálo, foi uma verdadeira luta operária. Esta segunda não é. A campanha atual pode ser compreendida em suas características fundamentais. Em primeiro lugar, pelo fato de que não tem uma reivindicação clara dirigida aos trabalhadores, mas propõe genericamente “a redução da jornada de trabalho”. Em quantas horas será esta redução, em que forma será feita, com ou sem a redução salarial e outras questões fundamentais, nada é dito, ao menos na propaganda da campanha. Os trabalhadores são convidados a ler um projeto lei para saber do que se trata. O projeto não é explicado e seu conteúdo não é apresentado, de maneira simples, para que todo trabalhador entenda e apóie a reivindicação. Já este fato serviria para provar que as centrais não pretendem realizar nenhuma luta operária, pois é absolutamente evidente que não querem mobilizar a classe operária pela reivindicação, seja ela qual for. Não querem – e isto também é óbvio – que a reivindicação seja tomada pelos trabalhadores e se torne um fator político e econômico na vida do País. Outro aspecto significativo é o método de “luta” escolhido para a campanha. Não propõem greves e lutas reais, ou seja, não propõem colocar em movimento a força das massas da classe operária. Propõem aos trabalhadores assinar um abaixo-assinado pedindo ao Congresso Nacional que aprove a lei. A preocupação central é fazer do Congresso Nacional o árbitro absoluto e tudo o que os operários têm que fazer é torcer para que ele seja bom e generoso com a sua reivindicação, e aguardar pacientemente. No dia 28 de maio, todas estas organizações, unidas, participaram de um “dia nacional de luta” pela redução da jornada. Neste dia de luta, também, não foi chamada à ação a classe operária. Saíram à rua, em muito pequeno número, a ponto de que passou despercebida pela maioria das pessoas, os aparelhos dos sindicatos, os diretores, nem de longe todos, funcionários, delegados sindicais e outras pessoas cuja vida depende dos sindicatos. Os poucos que fizeram alguma “manifestação” não eram operários, mas burocratas sindicais e a sua tradicional clientela sindical. Não porque a classe trabalhadora não se animasse a defender a misteriosa reivindicação, mas porque não foi, efetivamente, convidada para a festa. Uma conclusão salta aos olhos imediatamente. A mobilização não se destina a mobilizar os trabalhadores, mas a organizar a campanha eleitoral dos partidos que se escondem vergonhosamente detrás das siglas destas “centrais” sindicais. É pura demagogia com os trabalhadores, assim como foi pura demagogia o famoso plebiscito da Vale do Rio Doce feito por estes mesmos atores. No interior da classe operária é preciso abrir uma discussão clara a respeito do seguinte problema: tais “lutas” devem ser apoiadas ou devem ser denunciadas como uma farsa e uma fraude contra os trabalhadores? A resposta é clara. Esta “campanha” em nada contribui para mobilizar a classe operária, retirá-la da paralisia em que se encontra e elevar a sua consciência. Na realidade, é um obstáculo ao avanço de qualquer luta, na medida em que cerra fileiras dos aparelhos sindicais em torno de uma campanha de puro oportunismo eleitoral burguês e de diversionismo da luta. A “campanha” tem ainda a qualidade negativa de atrelar os poucos setores organizados que não pertencem diretamente á burocracia à política burguesa desta. Está na hora de abrir um amplo debate sobre estas questões no interior da classe operária e organizar uma verdadeira campanha de luta para mobilizar e organizar os trabalhadores com independência do Congresso e da burocracia. Só a força das massas operárias e da sua organização pode conquistar não apenas a redução da jornada, que deve ser para 35 horas semanais, sem redução de salário, mas qualquer outra reivindicação que não seja pura demagogia. Como eles disseram... “Nossos inimigos de classe têm o costume de queixar-se de nosso terrorismo. Eles gostariam de por o rótulo de terrorismo a todas as ações do proletariado dirigidas contra os interesses do inimigo de classe. Para eles, o método principal de terrorismo é a greve. A ameaça de uma greve, a organização de piquetes de greve, o boicote econômico a um patrão super explorador, o boicote moral a um traidor de nossas próprias filas: tudo isso e muito mais é qualificado de terrorismo. Se por terrorismo se entende qualquer coisa que atemorize o prejudique o inimigo, então a luta de classes não é outra coisa senão terrorismo. E o único que resta considerar é se os políticos burgueses têm o direito de proclamar sua indignação moral acerca do terrorismo proletário, quando todo seu aparato estatal, com suas leis, polícia e exército não é senão um instrumento do terror capitalista”. Leon Trótski Por que os marxistas se opõem ao terrorismo individual Datas 16 de junho de 1723 285 anos do nascimento do filósofo do liberal Adam Smith 17 de junho de 1953 55 anos do levante dos operários na Alemanha Oriental 20 de junho de 1923 85 anos da morte de Pancho villa, revolucionário mexicano Frases da semana "A atitude do Ministério Público é fascista" Declaração de advogados conselheiros da OAB-MS sobre a punição das 25 mulheres que realizaram aborto no Mato Grosso do Sul
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