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15 DE JUNHO DE 2008 CAUSA OPERÁRIA<br />
MOVIMENTO POPULAR 8<br />
ENFRENTAMENTOS CAMELÔS E A POLÍCIA EM SP<br />
Chega de repressão<br />
Os enfrentamentos entre os<br />
vendedores ambulantes, a<br />
Guarda Civil Municipal e a Polícia<br />
Militar no centro de São<br />
Paulo, na última semana, são<br />
expressão do avanço da crise<br />
econômica e um sinal da completa<br />
incapacidade dos governos<br />
municipal, estadual e federal<br />
de dar uma resposta à população<br />
trabalhadora e os desempregados.<br />
Os camelôs protestaram na<br />
última sexta-feira contra a repressão<br />
policial que covardemente<br />
já assassinou alguns<br />
ambulantes e deixou diversos<br />
feridos.<br />
Há quase três décadas o remédio<br />
da burguesia para um<br />
desemprego que oficialmente<br />
atinge mais de dois milhões de<br />
pessoas na Grande S. Paulo tem<br />
sido o subemprego, em grande<br />
medida a atividade dos camelôs,<br />
e a repressão contra este tipo de<br />
atividade.<br />
Estes trabalhadores são perseguidos<br />
pelos criminosos de<br />
colarinho branco que ocupam a<br />
prefeitura com uma sanha e<br />
uma crueldade que é um retrato<br />
da baixeza da classe dominante<br />
brasileira.<br />
As Martas Suplicy, os Josés<br />
Serra, os Kassabs, dão a centenas<br />
de milhares de famílias nenhuma<br />
opção de sustento ao<br />
proibir a atividade dos ambulantes.<br />
O apito da panela de pressão<br />
parece que está apitando depois<br />
de muita repressão e da ditadura<br />
imposta pela administração<br />
municipal sobre os camelôs.<br />
Os ambulantes estão decididos<br />
a não parar suas manifestações<br />
enquanto as forças repressivas<br />
da prefeitura e do Estado<br />
não pararem com suas provocações.<br />
A repressão aos ambulantes<br />
vem se acumulando por<br />
anos a fio e a cada ano a prefeitura<br />
e os empresários (donos<br />
das grandes lojas e bancos<br />
no centro da capital paulista)<br />
procuram avançar na<br />
ofensiva contra aqueles que,<br />
por não terem outra alternativa,<br />
para não serem jogados<br />
completamente na indigência,<br />
sem dinheiro, sem ter onde<br />
morar e como sobreviver,<br />
optaram por trabalhar como<br />
camelôs e vender suas mercadorias<br />
nas ruas.<br />
As mesmas cenas se reptem<br />
há anos. Os ambulantes são<br />
perseguidos pela criminosa e<br />
mafiosa Guarda Civil Municipal<br />
(GCM), pelo “Rapa”, por fiscais<br />
SÃO PAULO: DURANTE TODA A SEMANA<br />
Camelôs realizaram protestos<br />
contra a repressão policial<br />
Os camelôs de São Paulo<br />
realizaram na última segundafeira<br />
(9), na Rua 25 de Março,<br />
uma manifestação contra a<br />
política de repressão e perseguição<br />
adotada pelo prefeito, Gilberto<br />
Kassab (DEM), que através<br />
da GCM (Guarda Civil<br />
Metropolitana), vem realizando<br />
uma série de retiradas, apreendendo<br />
os produtos dos trabalhadores<br />
e levando alguns dos<br />
comerciantes presos.<br />
De acordo com a própria<br />
Polícia Militar, o protesto contou<br />
com a participação de pelo<br />
menos 200 ambulantes e teve<br />
SÃO PAULO CAMELÔS<br />
Como funciona o esquema de repressão<br />
da GCM e da PM no centro da capital<br />
A prefeitura de Gilberto Kassab<br />
está colocando um imenso<br />
efetivo nas ruas do centro da<br />
cidade de São Paulo para reprimir<br />
os trabalhadores ambulantes<br />
Há algumas semanas os camelôs<br />
vêm realizando protestos<br />
contra a repressão e os casos de<br />
apreensões de mercadorias dos<br />
trabalhadores, às vésperas das<br />
eleições municipais, vêm se<br />
multiplicando.<br />
Na última segunda-feira (9)<br />
os trabalhadores ambulantes<br />
resolveram realizar um grande<br />
protesto, com cerca de 300<br />
pessoas e a polícia os reprimiu<br />
duramente com gás de pimenta,<br />
bombas de efeito moral e<br />
cassetetes. A PM chegou a<br />
prender um dos trabalhadores<br />
acusando-o de danos ao patrimônio<br />
público.<br />
Nesta quarta-feira (11) um<br />
correspondente do Causa Operária<br />
Notícias Online esteve na<br />
NÃO À REPRESSÃO CONTRA O POVO<br />
Pela dissolução da GCM<br />
A Guarda Civil Metropolitana<br />
de São Paulo, criada em 1986<br />
por Jânio Quadros, sob o pretexto<br />
de proteger os bens, serviços<br />
e instalações do município, pouco<br />
a pouco se tornou um dos<br />
principais instrumentos de repressão<br />
do Estado. Não combatem<br />
o crime, mas a população.<br />
Isto porque a criação de uma<br />
polícia pelos órgãos municipais<br />
é inconstitucional e as prefeituras,<br />
como a de São Paulo, se<br />
apóiam nos dispositivos que lhe<br />
concedem o direito de criar um<br />
órgão de fiscalização sobre a preservação<br />
patrimonial (praças,<br />
parques e edifícios públicos)<br />
para estabelecer, à revelia de<br />
qualquer lei, uma nova força<br />
policial contra o povo.<br />
Desta forma, a GCM de São<br />
Paulo foi colocada à disposição<br />
dos grandes empresários e lojistas<br />
do centro da cidade para<br />
atuarem como seus seguranças,<br />
armados e com autoridade<br />
policial para reprimir as manifestações<br />
dos camelôs.<br />
É uma verdadeira milícia fascista,<br />
usada pelos ricos para<br />
atacar os direitos dos pobres,<br />
que são maioria na cidade.<br />
É por este motivo que se viu,<br />
nas últimas manifestações ocorridas<br />
no centro da cidade, que os<br />
guardas correram para a frente<br />
das grandes lojas para dar aos<br />
empresários a “segurança” pela<br />
qual pagam “por fora”.<br />
São os membros da GCM que<br />
perseguem e reprimem os ambulantes<br />
no centro, além de atacarem<br />
também os indigentes e outros<br />
que perambulam pela cidade<br />
à noite. Com quase 6.400 membros,<br />
foi sob o governo de Gilberto<br />
Kassab (DEM) que a GCM iniciou<br />
sua maior ofensiva contra os<br />
ambulantes e teve seu aparelho<br />
início por volta das 10 horas da<br />
manhã.<br />
Durante esse período as ruas<br />
do centro permaneceram paralisadas<br />
e, com medo da reação<br />
dos policiais, alguns comerciantes<br />
chegaram a fechar suas<br />
portas. O movimento dos camelôs<br />
afirma que eles lutam pela<br />
permissão de funcionamento de<br />
novas bancas na região e contra<br />
ações como a promovida no<br />
sábado (7), quando uma operação<br />
organizada pela DAP (Delegacia<br />
Anti-Pirataria) do Deic<br />
(Departamento de Investigações<br />
sobre Crime Organizado) apreendeu<br />
cerca de dois milhões de<br />
produtos na região e prendeu<br />
pelo menos 20 comerciantes<br />
ambulantes. Durante a manifestação,<br />
mais um dos trabalhadores<br />
ambulantes foi preso. A<br />
população que estava nas ruas<br />
da cidade pode ver novamente<br />
cenas de violência contra os trabalhadores<br />
promovida pela policia,<br />
aparelho repressor do<br />
Estado.<br />
A perseguição aos camelôs<br />
faz parte do ataque que a direita<br />
vem realizando contra a população.<br />
Proibir os ambulantes de<br />
trabalhar em uma sociedade em<br />
corruptos da prefeitura que recebem<br />
dinheiro dos empresários<br />
donos de lojas para agredir os<br />
camelôs, roubar suas mercadorias<br />
e expulsá-los das ruas.<br />
Dezenas de milhares de trabalhadores<br />
honestos - que não<br />
passam, na sua grande maioria,<br />
de trabalhadores desempregados<br />
em busca de um sustento<br />
digno - já apanharam, tiveram<br />
seus produtos apreendidos e até<br />
mesmo roubados pelo “Rapa” e<br />
pela GCM e são, em alguns<br />
casos, vítimas de extorsão e de<br />
ameaças para que possam continuar<br />
a trabalhar em alguns<br />
pontos.<br />
Junto com isso, a imprensa<br />
capitalista, venal até a medula<br />
dos ossos, os acusa de propagar<br />
o crime na venda das suas<br />
modestas mercadorias que em<br />
nada prejudicam a população da<br />
cidade.<br />
Como se não bastasse ter<br />
que agüentar os baixos salários<br />
e o desemprego promovidos<br />
pelos governos de Serra e Lula,<br />
que através de sua política de<br />
fome para o povo e favorecimento<br />
dos grandes empresários<br />
e banqueiros, os ambulantes<br />
de São Paulo ainda têm que<br />
enfrentar as diversas polícias<br />
criadas para impedi-los de buscar<br />
sustento com a venda de<br />
seus produtos nos principais<br />
pontos comerciais da cidade. A<br />
odiosa GCM, amparada quando<br />
necessário pela Polícia Militar e<br />
sua tropa de choque, já agiu violentamente<br />
contra os camelôs<br />
em diversas oportunidades.<br />
É preciso dar um basta na<br />
repressão da GCM e da PM<br />
contra os ambulantes que só<br />
querem trabalhar para sobreviver.<br />
Os ambulantes não podem,<br />
simplesmente ficar parados<br />
esperando os guardas da<br />
prefeitura chegar e arrancar de<br />
suas mãos o seu sustento. Não<br />
têm outra alternativa senão se<br />
defender da violência promovida<br />
pelo Estado dos patrões,<br />
dos empresários e dos banqueiros,<br />
contra sua própria sobrevivência.<br />
Apoiamos integralmente<br />
a manifestação dos<br />
ambulantes de S. Paulo em<br />
defesa de seu sustento e contra<br />
a covarde repressão policial.<br />
Chamamos todos os ambulantes,<br />
camelôs e marreteiros<br />
a se organizar e exigir o fim da<br />
repressão, a dissolução da<br />
GCM e o direito ao trabalho,<br />
isto é, direito e oportunidade<br />
para todos que queiram trabalhar;<br />
completa liberdade para o<br />
pequeno comércio ambulante;<br />
isenção de toda e qualquer taxa<br />
ou tributo municipal para os<br />
desempregados etc.<br />
Chamamos todos os trabalhadores<br />
da cidade e a juventude<br />
estudantil a dar apoio incondicional<br />
e ativo à luta dos camelôs.<br />
crise, onde o desemprego assola<br />
a população é o mesmo que<br />
promover a morte desses trabalhadores<br />
e suas famílias. Essa<br />
política assassina e repressora<br />
ganhou destaque em São Paulo<br />
pelo odiado prefeito Kassab. O<br />
mini-ditador está realizando uma<br />
brutal ofensiva contra todos os<br />
trabalhadores e movimentos<br />
sociais, tomando medidas no<br />
mínimo insanas, tais como: proibir<br />
feirantes de gritar, proibir<br />
mendigos de dormir nos bancos,<br />
estipular tempo para passar nas<br />
catracas de ônibus, proibir manifestações<br />
nas ruas etc.<br />
Os camelôs e todos os trabalhadores<br />
devem se unir contra<br />
os ataques dos governantes<br />
burgueses, que em defesa dos<br />
banqueiros e empresários, estão<br />
explorando ainda mais a população<br />
a fim de garantir os lucros<br />
desses tubarões.<br />
Rua 25 de março e nas suas<br />
proximidades colhendo depoimentos<br />
dos trabalhadores ambulantes,<br />
que preparam um<br />
novo protesto contra a Guarda<br />
Civil Metropolitana e o prefeito<br />
Gilberto Kassab.<br />
Os relatos deram conta de<br />
uma verdadeira ditadura da prefeitura.<br />
Há dois meses a repressão<br />
vem claramente aumentando.<br />
A cada esquina havia de cinco<br />
a dez policiais que se juntavam<br />
a fiscais e a policiais militares.<br />
Além disso, bate-paus e<br />
guardas civis rondam constantemente<br />
os trabalhadores em<br />
kombis de vidro microfilmados<br />
e em carros da polícia e a qualquer<br />
momento descem às pressas<br />
dos carros apreendendo os<br />
materiais.<br />
Diversos trabalhadores mostravam<br />
as marcas da violência<br />
da polícia em seu corpo e denunciavam<br />
que inúmeras mercadorias<br />
foram apreendidas. Estes<br />
denunciavam “o rapa”, como os<br />
ambulantes chamam os fiscais,<br />
uma máfia de contrabando de<br />
mercadorias.<br />
Em um espaço menor do que<br />
duas horas o repórter de Causa<br />
Operária pôde deparar-se em<br />
dois momentos com apreensões<br />
de materiais dos camelôs. Em<br />
uma, um senhor de idade deficiente<br />
que vendia laranjas sofreu<br />
uma tentativa de apreensão<br />
por parte da GCM e só se livrou<br />
dos policiais graças ao protesto<br />
de outros ambulantes. Em depoimento,<br />
este senhor disse que há<br />
10 anos trabalha na 25 de março<br />
e que agora os policiais estão<br />
tentando apreender suas mercadorias.<br />
Na segunda apreensão, dois<br />
guardas civis tomaram a bolsa<br />
de um trabalhador ambulante e<br />
retiraram mercadorias de dentro<br />
que sequer estavam à venda,<br />
jogaram em uma sacola lacrando-a<br />
e entregando para a<br />
máfia dos fiscais.<br />
Outros trabalhadores denunciaram<br />
as atrocidades da GCM,<br />
agredindo jovens, homens e<br />
mulheres, inclusive mulheres<br />
grávidas sem qualquer piedade.<br />
As agressões são ainda mais<br />
violentas quando se trata de trabalhadores<br />
imigrantes estrangeiros.<br />
Os conflitos na Rua 25 de<br />
março, às vésperas das eleições<br />
são prática comum dos governos<br />
burgueses como os do PP<br />
de Paulo Maluf, do PT de Marta<br />
Suplicy, do PSDB de José<br />
Serra, copiados agora pelo<br />
DEM de Gilberto Kassab. Isto<br />
ocorre porque a burguesia financia<br />
as verdadeiras máfias que enriquecem<br />
em torno da máfia da<br />
propina apoiada na polícia e nas<br />
guardas civis, que lucram com<br />
a apreensão de materiais e com<br />
a cobrança de taxas dos camelôs.<br />
Esta é a única forma de<br />
manter a repressão contra os<br />
trabalhadores ambulantes. Nas<br />
eleições os partidos burgueses<br />
para serem financiados pelo<br />
grande e médio comércio fazem<br />
uma aliança para reprimir os<br />
trabalhadores.<br />
repressivo fortalecido com o investimento<br />
em câmeras para vigiar<br />
o centro da cidade, projeto<br />
que a prefeitura pretende ainda<br />
expandir para outras regiões.<br />
A GCM já protagonizou diversos<br />
episódios de abuso da<br />
força policial e violência gratuita<br />
contra os camelôs no centro<br />
da cidade. Durante o governo de<br />
Marta Suplicy, o número de<br />
camelôs autorizados a trabalhar<br />
no centro diminuiu de 1.500<br />
para menos de 400. Foi durante<br />
o governo de Marta Suplicy que<br />
a GCM ganhou a atribuição de<br />
atuar como fiscal dos ambulantes<br />
e teve seu contingente aumentado<br />
na Subprefeitura da<br />
Sé.<br />
Há ainda diversas denúncias<br />
de tortura contra os membros<br />
da GCM destacados para atuar<br />
no centro da cidade na repressão<br />
aos camelôs. No ano passado,<br />
três guardas foram remanejados<br />
por terem contra si mais<br />
de 30 denúncias de espancamento<br />
de ambulantes pelas costas.<br />
A prefeitura nega, esconde<br />
os guardas-psicopatas que se<br />
sentem superpoderosos depois<br />
que vestem uma farda e usam<br />
um cassetete para bater nos trabalhadores<br />
ambulantes, ao abrigo<br />
de administradores corruptos,<br />
mas a verdade é que foram<br />
os últimos governos, do PT e do<br />
PSDB que mais investiram no<br />
armamento e equipamento para<br />
transformar a GCM em uma<br />
verdadeira milícia de combate<br />
contra os camelôs, a serviço dos<br />
empresários lojistas que vêem<br />
seus lucros diminuídos pela a<br />
concorrência com o enorme<br />
contingente de desempregados<br />
que sai às ruas para tentar sobreviver<br />
vendendo suas mercadorias<br />
nas calçadas.<br />
Não podemos aceitar mais a<br />
presença da guarda fascista no<br />
centro da maior cidade do país<br />
e pátria das maiores lutas do<br />
proletariado brasileiro.<br />
A repressão aos ambulantes vem se acumulando por anos a<br />
fio e a cada ano a prefeitura e os empresários procuram<br />
avançar na ofensiva contra aqueles que foram obrigados por<br />
trabalhar como camelôs e vender suas mercadorias nas ruas<br />
REPRESSÃO<br />
Polícia apreende dois<br />
milhões de produtos<br />
A Delegacia Anti-Pirataria (DAP) do Departamento de Investigações<br />
sobre Crime Organizado (DEIC) fez no dia 7 de junho<br />
uma operação que apreendeu cerca de 2 milhões de produtos<br />
dos camelôs na rua 25 de março, considerada o maior centro<br />
de comércio popular de São Paulo.<br />
40 policiais participaram da operação e a ordem era apreender<br />
todas as mercadorias que apresentassem qualquer característica<br />
de falsificação. Contudo, as mercadorias passarão ainda<br />
por perícia. Ou seja, a ordem era perseguir e acabar com os<br />
vendedores ambulantes. Foram apreendidas bolsas, óculos,<br />
roupas e brinquedos.<br />
Sob a máscara moralista da luta anti-pirataria, a polícia reprime<br />
os trabalhadores ambulantes. É uma política de destruir os<br />
vendedores ambulantes em nome de leis ditatoriais como a<br />
“cidade limpa” de Kassab, de acordo com os interesses dos<br />
grandes empresários. Cerca de 20 pessoas foram levadas ainda<br />
para o Deic para prestar depoimento.<br />
Em um sábado normal, 400 mil pessoas passam pela região<br />
para consumir as mercadorias de preços populares.<br />
Fora Kassab!<br />
A política do prefeito que<br />
ninguém elegeu, Gilberto Kassab,<br />
deve ser amplamente repudiada.<br />
O prefeito de São<br />
Paulo só tem olhos para os empresários<br />
e banqueiros. É, ele<br />
mesmo, uma figura estreitamente<br />
ligada aos interesses<br />
empresariais, como o das<br />
máfias que dominam o transporte<br />
na cidade e completamente<br />
incapaz de atender<br />
qualquer mínima reivindicação<br />
da população trabalhadora.<br />
À frente de um governo<br />
completamente impopular,<br />
Kassab quer resolver o problema<br />
de anos de desemprego e<br />
falta de condições dos vendedores<br />
ambulantes usando a<br />
força policial.<br />
Enquanto o governo gasta o<br />
dinheiro arrancado da população<br />
através dos altíssimos impostos<br />
cobrados no município<br />
para enriquecer os já ricos empresários<br />
e as famosas máfias<br />
que dominam a cidade, como<br />
a máfia do lixo e do transporte,<br />
e favorecer ainda mais os<br />
grandes comerciantes, os trabalhadores,<br />
e em particular os<br />
desempregados que se tornaram<br />
camelôs, não têm quaisquer<br />
direitos. Não podem sequer<br />
trabalhar nas ruas para<br />
obter seu próprio sustento de<br />
maneira honesta e digna, com<br />
o próprio suor do seu corpo.<br />
A repressão aos trabalhadores<br />
ambulantes é uma política<br />
comum a todos os governos<br />
burgueses. Em São Paulo, de<br />
Maluf (PP) a Marta Suplicy<br />
(PT), todos são inimigos dos<br />
trabalhadores e preferem ver<br />
um ambulante perder toda<br />
mercadoria e ser humilhado<br />
pela polícia nas ruas do que<br />
investir minimamente na criação<br />
de condições para que<br />
esta parcela significativa da<br />
população, que não possui emprego<br />
fixo, condições de abrir<br />
agora um pequeno negócio<br />
estável ou trabalha em condições<br />
precárias possa se sustentar<br />
dignamente em um<br />
emprego de verdade com carteira<br />
assinada e todos os direitos<br />
garantidos. Trabalham ativamente<br />
para criar no país<br />
uma legião de desempregados,<br />
apenas em função das dificuldades<br />
que os empresários<br />
encontram para poder continuar<br />
lucrando.<br />
Kassab já condenou as manifestações<br />
anteriores da população<br />
pobre que se levantou<br />
contra o descaso com os transportes<br />
públicos e a falta<br />
d’água no início do ano. Chamou<br />
os trabalhadores de criminosos<br />
para esconder que o<br />
verdadeiro criminoso, que<br />
lesa a população, é ele e seu<br />
governo bantipovo de empresários<br />
e banqueiros.<br />
Somente um governo dos<br />
próprios trabalhadores, isto é,<br />
um governo formado pelas organizações<br />
independentes da<br />
classe operária, dos conselhos<br />
populares nos bairros e dos<br />
sindicatos, sem patrões e seus<br />
lacaios políticos profissionais<br />
pode criar as condições para<br />
uma verdadeira mudança na<br />
sociedade.