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15 DE JUNHO DE 2008 CAUSA OPERÁRIA 3<br />

Editorial<br />

Trabalhadores e a população pobre:<br />

alvo número um da inflação<br />

Apopulação brasileira está voltando, e não lentamente,<br />

aos velhos tempos em que a simples menção da palavra<br />

inflação gerava insegurança e via a cada dia diminuir<br />

o dinheiro no bolso. Na verdade, a falta de dinheiro<br />

nunca foi sanada, mas a situação econômica do Brasil nunca foi<br />

tão instável em pelo menos 15 anos.<br />

Todo mês, toda semana (e em breve todo o dia), as pesquisas<br />

sobre a inflação aparecem com novos resultados maiores, novos<br />

aumentos.<br />

A cesta básica aumentou, só no último ano, mais de 30%.<br />

Produtos de consumo de primeira necessidade como arroz, feijão,<br />

pãozinho, leite entre outros estão apresentando altas entre 30%,<br />

40% e até 100% como é o caso do feijão.<br />

A inflação está tendo aumento médio mensal de 1% e já ultrapassou<br />

a meta anual do governo Lula de 4,5%. Atualmente está<br />

acima dos 5%.<br />

A inflação já é uma realidade, em maio atingiu 1,23% de aumento,<br />

os alimentos tiveram alta maior, acima de 3%. Neste quadro os<br />

trabalhadores e a população pobre são os mais atingidos. Segundo<br />

Participe das campanhas realizadas pelo <strong>PCO</strong><br />

OPartido da Causa Operária, em conjunto com sua orga<br />

nização de juventude, a Aliança da Juventude Revolucionária<br />

(AJR) e o Coletivo de Mulheres Rosa Luxemburgo,<br />

está colocando nas ruas, em seus jornais impressos e na Internet,<br />

além de panfletos e debates, denúncias contra os ataques<br />

sofridos pelos trabalhadores e toda a população oprimida. Para isso,<br />

várias campanhas estão sendo feitas de acordo com as necessidades<br />

mais urgentes da população, as demissões, a denúncia dos<br />

assassinatos no campo e da opressão contra as mulheres.<br />

É por isso que o <strong>PCO</strong> vem tomando à frente a defesa dos camponeses<br />

sem-terra de Rondônia, massacrados pelos latifundiários<br />

da região. As organizações independentes dos trabalhadores, por<br />

meio de suas publicações e sua militância, devem denunciar com<br />

todas as forças os ataques da burguesia contra a população pobre.<br />

É nesse sentido que estão as calúnias feitas pela revista Istoé, que<br />

publicou e vem publicando matérias mentirosas sobre os camponeses<br />

pobres de Rondônia, dirigidos pela Liga dos Camponeses<br />

Pobres.<br />

Tudo isso se agrava, pois nem mesmo os demagogos que fazem<br />

parte da frente popular, tanto no governo como o PT e o<br />

PCdoB, quanto os que fazem parte da Frente de Esquerda - Psol,<br />

PSTU e PCB - não moveram palha, sequer para denunciar o<br />

massacre que está acontecendo. Isso, porque, como partidos<br />

burgueses, estão correndo atrás de um cargo público, e escondem<br />

esse real interesse atrás de um discurso esquerdista. Pior ainda,<br />

essa mesma esquerda se vangloria por participar, por exemplo, de<br />

um ato de 1º de maio em conjunto com a direitista Igreja Católica,<br />

diga-se de passagem uma das cabeças de todos os ataques, e<br />

criticam a iniciativa do <strong>PCO</strong> por levar adiante sua campanha.<br />

A mesma coisa podemos afirmar em relação à campanha que<br />

está sendo chamada para defender as dez mil mulheres processadas<br />

no Mato Grosso do Sul. De maneira completamente absurda<br />

o ministério público, cedendo ao lobby da Igreja Católica e de seus<br />

parlamentares, não precisou nem mesmo de flagrante para processar<br />

uma lista de pacientes de uma clínica de aborto. É nitidamente<br />

uma tentativa de aumentar a repressão contra as mulheres<br />

em todo o País.<br />

Mais uma vez, no entanto, a "esquerda" finge que não vê. Mas<br />

dessa vez são pegos com a boca na botija. A explicação para um<br />

Governo, milícias, torturas... repressão organizada contra o povo<br />

Ocaráter da repressão instaurada no Rio de Janeiro contra<br />

a população pobre dos morros e favelas recebeu contornos<br />

mais definidos após a denúncia feita sobre a tortura<br />

de três jornalistas e um morador da favela por policiais de uma<br />

milícia que controla a região.<br />

O fato, apesar de ter tido pouca repercussão na imprensa burguesa,<br />

pois atacar o aparato repressivo do Estado não é a intenção<br />

dos “penas de aluguel” da burguesia, é de suma relevância, pois<br />

expõe de maneira bastante esclarecedora como está se formando<br />

nas favelas do Rio de Janeiro uma estrutura repressiva de grandes<br />

proporções. Os relatos feitos pelos jornalistas das sessões de<br />

tortura, do espancamento, choques elétricos etc., denuncia esta<br />

como uma repressão tipicamente fascista. Sob a alegação ultrafarsante<br />

de combate ao crime nas favelas, pois alegam que as milícias<br />

seriam os defensores do povo, contra os traficantes, na verdade<br />

estão reeditando os piores anos da época da ditadura militar no<br />

Brasil e na América Latina. Ou seja, quando pessoas eram seqüestradas,<br />

sem motivo aparente, pelos agentes da repressão, levadas<br />

para locais ermos, sendo submetidas a sessões de tortura física e<br />

psicológica sem ao menos serem acusadas formalmente de algum<br />

crime cometido; um estado sem direito algum, controlado por uma<br />

Charge da semana<br />

pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), baseada no Índice<br />

de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1), índice específico<br />

para a população pobre com renda de 1 a 2,5 salários mínimos, a<br />

inflação é maior que para a população com renda maior.<br />

A inflação em maio foi acima da média para a população de baixa<br />

renda, registrou aumento de 1,38%. Deste percentual, mais de<br />

50% é influência direta do aumento dos preços dos alimentos.<br />

Enquanto o governo Lula e seus capachos pró-imperialistas,<br />

Henrique Meirelles, presidente do Banco Central e representante<br />

dos banqueiros internacionais e Guido Mantega, ministro da Fazenda,<br />

tentam apresentar a imagem de um País que não condiz com<br />

a realidade, a classe operária e a população trabalhadora sofrem<br />

de perto os efeitos da inflação. De um lado o governo pinta o Brasil<br />

como se fosse a oitava maravilha do planeta, com desenvolvimento<br />

econômico, crescimento industrial, aumento do emprego, diminuição<br />

da pobreza etc. E de outro os trabalhadores vivem o oposto;<br />

a carga tributária de 40% de impostos, salário mínimo de fome,<br />

arrocho salarial, perdas dos direitos trabalhistas são apenas alguns<br />

dos males que afetam a população brasileira.<br />

silêncio tão contundente salta aos olhos: a musa da Frente de<br />

Esquerda, Heloísa Helena, tem em sua ficha a defesa intransigente<br />

da...punição para as mulheres que fizerem aborto. Isso sem contar<br />

a participação em marchas contra o aborto junto com elementos<br />

dos mais direitistas da política nacionais - políticos do DEM,<br />

PP e PSDB - e os projetos de lei, como por exemplo, o que proíbe<br />

o uso da pílula do dia seguinte feito e aprovado por um vereador<br />

do Psol na cidade paulista de Jundiaí.<br />

Todos esses ataques à população pobre faz parte de uma ofensiva<br />

geral da direita, na tentativa de barrar a tendência de ascenso<br />

do movimento de massas na cidade e no campo. A crise que atravessa<br />

a burguesia brasileira, com o total desgaste do regime político,<br />

bem como dos partidos burgueses, faz uma parcela mais<br />

reacionária da burguesia tomar medidas para conter o movimento<br />

operário; faz isso atacando as mulheres, seu setor mais oprimido.<br />

Por fim, ataca diretamente uma parcela mais avançada politicamente<br />

da classe operária, como vemos em vários lugares, mas que<br />

ganha expressividade na categoria dos Correios. Vários companheiros<br />

da corrente nacional de oposição Ecetistas em Luta do <strong>PCO</strong><br />

são perseguidos pela empresa por defender de maneira intransigente<br />

os trabalhadores e denunciar os acordos traidores da burocracia<br />

sindical - PT, PCdoB, PSTU e Psol - que domina a federação e a<br />

maioria dos sindicatos. O companheiro Edson Dorta trabalhador<br />

dos Correios de Campinas foi demitido em 2006 mesmo tendo<br />

comprovado graves problemas de saúde, causados por um acidente<br />

de trabalho. Sua demissão contou com o apoio de toda a burocracia<br />

sindical, que não fazem absolutamente nada pela reintegração<br />

do companheiro.<br />

Somente esse ano foram mais de 200 demitidos, a maioria trabalhadores<br />

que tinham problemas de saúde. Essa política irresponsável<br />

causou a morte de Dalton Lopes Pontes na semana passada,<br />

ele sofria de sérios problemas de saúde e foi demitido depois de<br />

22 anos de correios. Dalton se matou após saber de sua demissão.<br />

Diante desses ataques da direita os trabalhadores devem se<br />

mobilizar para derrotar qualquer política conservadora contra a<br />

população. Há uma tendência da população sair à luta, por isso, cabe<br />

aos militantes sérios e honestos organizar, a partir dessas campanhas,<br />

a classe trabalhadora para a etapa revolucionária que se<br />

aproxima.<br />

horda de extrema-direita.<br />

Ao invés de um fantasioso antagonismo entre as milícias e o<br />

tráfico de drogas há a mais estreita ligação entre estas milícias,<br />

formadas de policiais fardados ou à paisana e os traficantes em<br />

comum acordo na divisão dos lucros e dividendos do tráfico.<br />

O que acontece no Rio de Janeiro é de total conhecimento e<br />

conivência da prefeitura, do governo estadual e federal. É tão<br />

diretamente ligado ao Estado que as milícias contam não só com<br />

policiais, bombeiros, agentes de segurança etc., mas também com<br />

o financiamento de parlamentares. É o patrocínio direto do Estado<br />

às milícias paramilitares fascistas que estão transformando as<br />

favelas do Rio de Janeiro em um território da extrema direita semelhante<br />

à Bolívia e à Colômbia.<br />

A participação do governo Lula e dos governos locais na empreitada<br />

fascista no Rio de Janeiro, e que já existe em menor escala<br />

em outros estados do Brasil, tem como objetivo final aumentar a<br />

repressão no País contra o movimento operário, os movimentos<br />

sociais, os sem-terra, os índios, os estudantes que estão se mobilizando<br />

nas universidades, as mulheres e todos aqueles que<br />

começam a se mobilizar contra o regime repressor e de brutal<br />

exploração imposto pela burguesia.<br />

Uma curiosa campanha<br />

RUI COSTA PIMENTA<br />

Em 1985, os trabalhadores de inúmeras categorias, em<br />

particular os metalúrgicos do ABC saíram em greve pela<br />

redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais.<br />

Recentemente o sindicalismo pelego das chamadas centrais<br />

sindicais, CUT, Força Sindical. UGT e CTB, incluindo as organizações<br />

sindicais menores, ditas da esquerda, como Conlutas<br />

e Intersindical, lançaram uma nova campanha “pela redução da<br />

jornada de trabalho”.<br />

A enorme diferença na situação do movimento operário daquele<br />

momento e o de agora pode ser vista claramente na comparação<br />

das duas campanhas.<br />

A primeira, apesar das limitações enormes impostas pela sua<br />

direção, que não buscou nunca generalizar o movimento, que<br />

foi empurrado por ele, mais que buscou organizá-lo e estimulálo,<br />

foi uma verdadeira luta operária. Esta segunda não é.<br />

A campanha atual pode ser compreendida em suas características<br />

fundamentais. Em primeiro lugar, pelo fato de que não<br />

tem uma reivindicação clara dirigida aos trabalhadores, mas<br />

propõe genericamente “a redução da jornada de trabalho”. Em<br />

quantas horas será esta redução, em que forma será feita, com<br />

ou sem a redução salarial e outras questões fundamentais, nada<br />

é dito, ao menos na propaganda da campanha. Os trabalhadores<br />

são convidados a ler um projeto lei para saber do que se trata.<br />

O projeto não é explicado e seu conteúdo não é apresentado, de<br />

maneira simples, para que todo trabalhador entenda e apóie a reivindicação.<br />

Já este fato serviria para provar que as centrais não pretendem<br />

realizar nenhuma luta operária, pois é absolutamente evidente<br />

que não querem mobilizar a classe operária pela reivindicação,<br />

seja ela qual for. Não querem – e isto também é óbvio<br />

– que a reivindicação seja tomada pelos trabalhadores e se torne<br />

um fator político e econômico na vida do País.<br />

Outro aspecto significativo é o método de “luta” escolhido<br />

para a campanha. Não propõem greves e lutas reais, ou seja, não<br />

propõem colocar em movimento a força das massas da classe<br />

operária. Propõem aos trabalhadores assinar um abaixo-assinado<br />

pedindo ao Congresso Nacional que aprove a lei.<br />

A preocupação central é fazer do Congresso Nacional o árbitro<br />

absoluto e tudo o que os operários têm que fazer é torcer<br />

para que ele seja bom e generoso com a sua reivindicação, e<br />

aguardar pacientemente.<br />

No dia 28 de maio, todas estas organizações, unidas, participaram<br />

de um “dia nacional de luta” pela redução da jornada.<br />

Neste dia de luta, também, não foi chamada à ação a classe<br />

operária. Saíram à rua, em muito pequeno número, a ponto de<br />

que passou despercebida pela maioria das pessoas, os aparelhos<br />

dos sindicatos, os diretores, nem de longe todos, funcionários,<br />

delegados sindicais e outras pessoas cuja vida depende dos<br />

sindicatos. Os poucos que fizeram alguma “manifestação” não<br />

eram operários, mas burocratas sindicais e a sua tradicional<br />

clientela sindical. Não porque a classe trabalhadora não se animasse<br />

a defender a misteriosa reivindicação, mas porque não<br />

foi, efetivamente, convidada para a festa.<br />

Uma conclusão salta aos olhos imediatamente. A mobilização<br />

não se destina a mobilizar os trabalhadores, mas a organizar<br />

a campanha eleitoral dos partidos que se escondem vergonhosamente<br />

detrás das siglas destas “centrais” sindicais. É pura<br />

demagogia com os trabalhadores, assim como foi pura demagogia<br />

o famoso plebiscito da Vale do Rio Doce feito por estes<br />

mesmos atores.<br />

No interior da classe operária é preciso abrir uma discussão<br />

clara a respeito do seguinte problema: tais “lutas” devem ser<br />

apoiadas ou devem ser denunciadas como uma farsa e uma fraude<br />

contra os trabalhadores?<br />

A resposta é clara. Esta “campanha” em nada contribui para<br />

mobilizar a classe operária, retirá-la da paralisia em que se encontra<br />

e elevar a sua consciência. Na realidade, é um obstáculo<br />

ao avanço de qualquer luta, na medida em que cerra fileiras dos<br />

aparelhos sindicais em torno de uma campanha de puro oportunismo<br />

eleitoral burguês e de diversionismo da luta. A “campanha”<br />

tem ainda a qualidade negativa de atrelar os poucos setores<br />

organizados que não pertencem diretamente á burocracia à<br />

política burguesa desta.<br />

Está na hora de abrir um amplo debate sobre estas questões<br />

no interior da classe operária e organizar uma verdadeira campanha<br />

de luta para mobilizar e organizar os trabalhadores com<br />

independência do Congresso e da burocracia.<br />

Só a força das massas operárias e da sua organização pode<br />

conquistar não apenas a redução da jornada, que deve ser para<br />

35 horas semanais, sem redução de salário, mas qualquer outra<br />

reivindicação que não seja pura demagogia.<br />

Como eles disseram...<br />

“Nossos inimigos de classe têm o costume de queixar-se de<br />

nosso terrorismo. Eles gostariam de por o rótulo de<br />

terrorismo a todas as ações do proletariado dirigidas contra<br />

os interesses do inimigo de classe. Para eles, o método<br />

principal de terrorismo é a greve. A ameaça de uma greve, a<br />

organização de piquetes de greve, o boicote econômico a um<br />

patrão super explorador, o boicote moral a um traidor de<br />

nossas próprias filas: tudo isso e muito mais é qualificado de<br />

terrorismo. Se por terrorismo se entende qualquer coisa que<br />

atemorize o prejudique o inimigo, então a luta de classes não<br />

é outra coisa senão terrorismo. E o único que resta<br />

considerar é se os políticos burgueses têm o direito de<br />

proclamar sua indignação moral acerca do terrorismo<br />

proletário, quando todo seu aparato estatal, com suas leis,<br />

polícia e exército não é senão um instrumento do terror<br />

capitalista”.<br />

Leon Trótski<br />

Por que os marxistas se opõem ao terrorismo individual<br />

Datas<br />

16 de junho de 1723<br />

285 anos do nascimento do filósofo do liberal Adam Smith<br />

17 de junho de 1953<br />

55 anos do levante dos operários na Alemanha Oriental<br />

20 de junho de 1923<br />

85 anos da morte de Pancho villa, revolucionário mexicano<br />

Frases da semana<br />

"A atitude do Ministério Público é fascista"<br />

Declaração de advogados conselheiros da OAB-MS<br />

sobre a punição das 25 mulheres que realizaram<br />

aborto no Mato Grosso do Sul

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