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O Homem que Calculava Malba Tahan

aventuras de um singular calculista persa é um romance infanto-juvenil do fictício escritor Malba Tahan (heterônimo do professor brasileiro Julio César de Mello e Souza), que narra as aventuras e proezas matemáticas do calculista persa Beremiz Samir1 na Bagdá do século XIII. Foi publicado pela primeira vez em 19382 e já chegou a sua 80ª edição. A narrativa, dentro da paisagem do mundo islâmico medieval, trata das peripécias matemáticas do protagonista, que resolve e explica, de modo extraordinário, diversos problemas, quebra-cabeças e curiosidades da matemática. Inclui, ainda, lendas e histórias pitorescas, como, por exemplo, a lenda da origem do jogo de xadrez e a história da filósofa e matemática Hipátia de Alexandria. Sem ser um livro didático, tem, contudo, uma forte tonalidade moralista. Por isso, o livro é indicado como um livro paradidático em vários países, tendo sido citado na Revista Book Report e em várias publicações do gênero.

aventuras de um singular calculista persa é um romance infanto-juvenil do fictício escritor Malba Tahan (heterônimo do professor brasileiro Julio César de Mello e Souza), que narra as aventuras e proezas matemáticas do calculista persa Beremiz Samir1 na Bagdá do século XIII. Foi publicado pela primeira vez em 19382 e já chegou a sua 80ª edição.

A narrativa, dentro da paisagem do mundo islâmico medieval, trata das peripécias matemáticas do protagonista, que resolve e explica, de modo extraordinário, diversos problemas, quebra-cabeças e curiosidades da matemática. Inclui, ainda, lendas e histórias pitorescas, como, por exemplo, a lenda da origem do jogo de xadrez e a história da filósofa e matemática Hipátia de Alexandria. Sem ser um livro didático, tem, contudo, uma forte tonalidade moralista. Por isso, o livro é indicado como um livro paradidático em vários países, tendo sido citado na Revista Book Report e em várias publicações do gênero.

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Nesse momento, o jovem da esmeralda levantou-se e, dirigindo-se muito sério aos amigos, assim<br />

falou:<br />

— Com esse caso do pagamento dos trinta dinares de despesa, ao Tripolitano, surgiu uma<br />

trapalhada muito grande.<br />

— Trapalhada? — estranhou o xe<strong>que</strong>. — Não percebo complicação alguma!...<br />

— Sim — confirmou o damasceno. — Uma trapalhada muito séria, ou um problema <strong>que</strong> parece<br />

absurdo. Desapareceu um dinar! Vejam bem. Cada um de nós pagou 10 dinares e recebeu um dinar de<br />

volta. Logo, cada um de nós pagou, na verdade, 9 dinares. Somos três. É claro <strong>que</strong> o total pago foi de 27<br />

dinares; somando-se esses 27 dinares com os dois dinares dados, pelo xe<strong>que</strong>, ao escravo sudanês,<br />

obtemos 29 dinares. Dos 30 <strong>que</strong> foram entregues ao Tripolitano, só 29 aparecem. Onde se encontra o<br />

outro dinar? Como desapareceu? Que mistério é esse?<br />

O xe<strong>que</strong> Nasair, ao ouvir a<strong>que</strong>la observação, refletiu:<br />

— É verdade, damasceno. A meu ver o teu raciocínio está certo. Estás com a razão. Se cada um dos<br />

amigos pagou 9 dinares, houve, é claro, um total de 27 dinares; com os 2 dinares dados ao escravo,<br />

resulta um total de 29 dinares. Para 30 (total do pagamento inicial), falta 1. Como explicar esse<br />

mistério?<br />

Nesse momento Beremiz, <strong>que</strong> se mantinha calado, procurou intervir nos debates; e disse,<br />

dirigindo-se ao xe<strong>que</strong>:<br />

— Há um engano no vosso cálculo, ó Xe<strong>que</strong>! A conta não deve ser feita desse modo. Dos trinta<br />

dinares pagos ao Tripolitano, pela refeição, temos:<br />

25 ficaram com o Tripolitano;<br />

3 foram devolvidos;<br />

2 dados ao escravo sudanês.<br />

Não desapareceu coisa alguma e não pode existir em conta tão simples a menor atrapalhação. Em<br />

outras palavras: dos 27 dinares pagos (9 vezes 3), 25 ficaram com o Tripolitano e 2 foram dados, de<br />

gratificação, ao sudanês!<br />

Os damascenos, ao ouvirem a explicação de Beremiz, expandiram-se em estrepitosas gargalhadas.<br />

— Pelos méritos do profeta! 8 — exclamou o <strong>que</strong> parecia mais velho. — Esse calculista acabou com<br />

o mistério do dinar desaparecido e salvou o prestígio desta velha hospedaria! Iallah! 9

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