30.05.2015 Views

O Homem que Calculava Malba Tahan

aventuras de um singular calculista persa é um romance infanto-juvenil do fictício escritor Malba Tahan (heterônimo do professor brasileiro Julio César de Mello e Souza), que narra as aventuras e proezas matemáticas do calculista persa Beremiz Samir1 na Bagdá do século XIII. Foi publicado pela primeira vez em 19382 e já chegou a sua 80ª edição. A narrativa, dentro da paisagem do mundo islâmico medieval, trata das peripécias matemáticas do protagonista, que resolve e explica, de modo extraordinário, diversos problemas, quebra-cabeças e curiosidades da matemática. Inclui, ainda, lendas e histórias pitorescas, como, por exemplo, a lenda da origem do jogo de xadrez e a história da filósofa e matemática Hipátia de Alexandria. Sem ser um livro didático, tem, contudo, uma forte tonalidade moralista. Por isso, o livro é indicado como um livro paradidático em vários países, tendo sido citado na Revista Book Report e em várias publicações do gênero.

aventuras de um singular calculista persa é um romance infanto-juvenil do fictício escritor Malba Tahan (heterônimo do professor brasileiro Julio César de Mello e Souza), que narra as aventuras e proezas matemáticas do calculista persa Beremiz Samir1 na Bagdá do século XIII. Foi publicado pela primeira vez em 19382 e já chegou a sua 80ª edição.

A narrativa, dentro da paisagem do mundo islâmico medieval, trata das peripécias matemáticas do protagonista, que resolve e explica, de modo extraordinário, diversos problemas, quebra-cabeças e curiosidades da matemática. Inclui, ainda, lendas e histórias pitorescas, como, por exemplo, a lenda da origem do jogo de xadrez e a história da filósofa e matemática Hipátia de Alexandria. Sem ser um livro didático, tem, contudo, uma forte tonalidade moralista. Por isso, o livro é indicado como um livro paradidático em vários países, tendo sido citado na Revista Book Report e em várias publicações do gênero.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

12. No qual Beremiz revela grande interesse por um brin<strong>que</strong>do de corda. A<br />

curva do maraçã e as aranhas. Pitágoras e o círculo. Encontramos Harim Namir.<br />

O problema dos 60 melões. Como o vequil perdeu a aposta. A voz do muezim<br />

cego chama os crentes para a oração do Mogreb.<br />

Ao deixarmos o lindo palácio do poeta Iezid pouco faltava para a hora do ars. 1 Ao passarmos pelo<br />

marabu de Ramih ouvi o suave gorjear de pássaros entre os ramos de uma velha figueira.<br />

— Eis, com certeza, um dos libertos de hoje — observei. — É um conforto ouvi-lo traduzir, nas<br />

melodias do canto, a alegria da liberdade conquistada!<br />

Beremiz, porém, na<strong>que</strong>le momento não se interessava pelo canto da passarada <strong>que</strong> esvoaçava entre<br />

os ramos, ao pôr do sol. Absorvia-lhe a atenção um grupo de meninos <strong>que</strong> se divertiam na rua a<br />

pe<strong>que</strong>na distância. Dois dos pe<strong>que</strong>nos suspendiam, pelas extremidades, um pedaço de corda fina <strong>que</strong><br />

devia ter quatro ou cinco côvados 2 de comprimento. Os outros esforçavam-se por transpor, de um<br />

salto, a corda colocada ora mais baixo, ora mais alto, conforme a agilidade do saltador.<br />

— Repara na corda, ó Bagdali — disse o calculista segurando-me pelo braço. — Observa a curva<br />

perfeita. Não achas o caso digno de estudo?<br />

— Que caso? Que curva? — exclamei. — Não vejo nada de extraordinário na<strong>que</strong>le ingênuo e banal<br />

brin<strong>que</strong>do de crianças <strong>que</strong> aproveitam as últimas horas do dia para um recreio inocente.<br />

— Pois, meu amigo — tornou Beremiz —, convence-te de <strong>que</strong> os teus olhos são cegos para as<br />

maiores belezas e maravilhas da natureza. Quando os meninos erguem a corda, segurando-a pelas<br />

extremidades, e deixando-a cair livremente sob a ação do próprio peso, ela forma uma curva <strong>que</strong> deve<br />

ser notável, pois surge como resultante de forças naturais. Já tive ocasião de observar essa curva — <strong>que</strong> o<br />

sábio Nô-Elin chamava maraçã 3 — nas teias e na forma <strong>que</strong> apresenta a corcova de certos dromedários!<br />

Terá tal curva alguma analogia com as derivadas da parábola? Futuramente, se Alá quiser, os geômetras

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!