Os caminhos da reforma - Jornal de Leiria

■Economia■
2 de Fevereiro de 2006 | 19
Câmara abre concurso para instalar empreendimento junto ao estádio
Promotores de centros comerciais
investiram milhões em Leiria
À excepção da empresa António
José Cristo, promotora do
empreendimento Liz Shopping, os
interessados em instalar o Fórum
Leiria e o W Shopping na cidade
investiram vários milhões de euros
em terrenos, na expectativa de os
seus projectos virem a ser aprovados.
A autarquia optou, contudo,
por abrir um concurso público internacional
para construir um centro
comercial regional na área compreendida
entre o mercado municipal
e a zona onde se integra o
estádio e o complexo das piscinas
em Leiria.
“Comprei 23 hectares de terreno
na expectativa do W Shopping
ser aprovado. Não ia comprar os
terrenos sem ter tido contactos com
a Câmara. Não compraria aqueles
canaviais, em zona de REN [Reserva
Ecológica Nacional], para colocar
cabras e carneiros a pastar. Para
isso, tenho muitos”, afirma Artur
Meneses, do Grupo Meneses, promotor
do empreendimento.
Embora esclareça que a autarquia
nunca lhe disse que iria aprovar
o projecto, Artur Meneses diz
que “o projecto foi desenvolvido
com a Câmara nesse sentido”. Comprou
terrenos para onde havia um
projecto de loteamento de habitação
social aprovado, porque considerava
que não se enquadrava
“junto à estátua de D. Dinis”, à entrada
de Leiria, onde pretendia construir
o empreendimento. Do outro
lado do IC2, a sua intenção era criar
um parque urbano, com espaços
ajardinados e um auditório ao ar
livre.
O investimento efectuado em
terrenos localizados dos dois lados
do IC2, junto à rotunda de Porto
Moniz, terá sido superior a dez
milhões de euros. O empresário de
Porto de Mós mostra-se, por isso,
RICARDO GRAÇA
Autarquia vai abrir concurso para nova localização do centro comercial
descontente por a autarquia ter
encomendado o estudo só depois
das três propostas terem sido apresentadas.
“Se soubesse que ia haver
um estudo não comprava logo os
terrenos.”
Com 23 hectares de terrenos nas
mãos, Artur Meneses confessa que
ainda não pensou que destino lhes
irá dar. “Ao preço que se vendem
apartamentos em Leiria e tendo em
conta a quantidade de apartamentos
que estão desocupados, não é
preciso construir nenhuma habitação
nos próximos dez a 20 anos.”
Confrontado com a possibilidade
de participar no concurso público,
o empresário diz ainda não ter decidido.
“Ainda estou a digerir uma,
já me vou meter noutra?”, questiona.
António Cristo, arquitecto responsável
pela António José Cristo,
promotora do Liz Shopping, garante
que Isabel Damasceno, presidente
da autarquia, sempre disse que o
local onde gostaria de ver o novo
centro comercial era a zona onde
se encontram localizadas a Cerâmica
do Lis e a Plásticos de Santo
António, razão pela qual apresentou
o seu projecto com aquela proposta
de localização.
“Custa-me participar no concurso
e deixar tudo no escuro, depois
de ter feito um esforço para colaborar
ao máximo com a Câmara
nas contrapartidas e do dinheiro
que investi para encontrar essa solução.
É passar de uma posição em
que estava a ganhar para uma em
que para ganhar tenho que participar
. A Câmara devia ter falado
connosco, em vez de passar uma
esponja sobre tudo”, defende o arquitecto.
Apesar da AM Development
optar por não se pronunciar sobre
a abertura de um concurso público,
o JORNAL DE LEIRIA sabe que
investiu mais de cinco milhões de
euros nos terrenos da antiga Proalimentar,
para instalar o Forum Leiria.
Num ‘suplemento especial’ distribuído
em Julho, em Leiria, Penno
Van Veggel, presidente da AM
Development do Sul da Europa,
garante que escolheu o terreno porque
foi uma das localizações sugeridas
pela Câmara.
“Obtivemos uma convicção de
tal forma forte de que aquele terreno
era o mais indicado e que a
proposta, nesse local, tinha todas
as condições para ser aprovada, que
adquirimos o terreno, o que sucedeu
pela primeira vez na história
das nossas intervenções em Portugal”,
afirmou o responsável.
Segundo fonte da Câmara de
Leiria, Isabel Damasceno sempre
disse que haveria espaço para um
centro comercial regional na cidade,
mas nunca disse qual a sua localização.
Foi por isso que encomendou
um estudo através do qual
pretendia sustentar a escolha final.
NOVA LOCALIZAÇÃO
APONTADA NO ESTUDO
A posição tomada pela autarquia
(de abrir um concurso público)
tem por base um estudo encomendado
ao docente universitário
Herculano Cachinho, do CEGIC
- Centro de Estudos Cidade e Comércio
da Faculdade de Letras da
Universidade de Lisboa, que conclui
que nenhum dos projectos
apresentados pelos grupos Vougainvest
(Liz Shopping), Meneses
(W Shopping) e AM Development
(Forum Leiria) “é ideal para a cidade,
porque a distância impede que
funcionem como âncoras da área
central e, por conseguinte, favoreçam
a sua revitalização, com
especial destaque para o centro
histórico”.
Aliás, no dia da apresentação
pública do “Estudo de avaliação
dos impactes dos centros comerciais
na cidade de Leiria”, Herculano
Cachinho apontou precisamente
a área entre o rio Lis, o
Estádio Municipal Magalhães Pessoa
e o centro histórico como a
mais apropriada para a localização
de um centro comercial de
dimensão regional, tendo em conta
que se pretendia que o empreendimento
servisse de “locomotiva
à revitalização económica do centro
histórico”.
Ao estabelecer que a área escolhida
para a localização do centro
comercial abrange “parcelas de terreno
e bens na área compreendida
pelo mercado municipal e a zona
onde se integra actualmente o estádio
e o complexo de piscinas” a
Câmara deixa em aberto a possibilidade
de intervir no topo norte,
no mercado municipal e até nas
piscinas. Pelo que o JORNAL DE
LEIRIA conseguiu apurar, a intenção
será escolher o projecto mais
completo e que contribua para a
revitalização do espaço. ■
Alexandra Barata
DR
Projecto de jovens empreendedores da região
‘Apetites de Portugal’ divulga
melhores restaurantes do País
Promover e divulgar os melhores
restaurantes do País é o objectivo
do clube ‘Apetites de Portugal’,
um projecto de Rodolfo Fetal
e Maria Clemente, dois jovens
empreendedores da região (Leiria
e Fátima). Por sensivelmente
50 euros (valor ainda em análise)
vai ser possível adquirir um
kit que dá direito a refeições grátis
e a descontos em vários restaurantes
do País.
“A ideia é ter como aderentes
estabelecimentos das principais
cidades do País, locais onde haja
também pontos de interesse e
atracção turística”, explica Rodolfo
Fetal. O kit ‘Apetites de Portugal
deverá estar à venda no
final do Verão (Restaurante Casa
da Nora, nas Cortes, Leiria, ou
919703731) e terá um prazo de
validade de dois anos.
Este projecto surge na
sequência de um outro concretizado
pelos mesmos promotores,
o ‘Apetites de Lisboa’,
que “está a ser um sucesso”,
garante o jovem empreendedor.
Com a compra do kit, que
custa 50 euros, o cliente recebe
uma brochura dos restaurantes
aderentes, um cartão de
membro e uma caderneta de
senhas de oferta. As senhas
proporcionam uma refeição
grátis em cada restaurante, desde
que o seu titular leve um
acompanhante. Nas visitas
seguintes a esse restaurante,
basta apresentar o cartão de
membro e o cliente tem um desconto
de dez por cento. Quem
comprou o ‘Apetites de Lisboa’
terá desconto na aquisição do
‘Apetites de Portugal’. ■
‘Apetites de Lisboa’: aderentes
A Commenda; A Travessa; Afreudite; Água e Sal; Banthai; Barra Ibérica;
Café no Chiado; Casa da Comida; Casa do Chá; Casa 21;
Catedral/C.I.G.; Chafariz do Vinho; Comida de Santo; Doca 6; El Gordo
I e II; Jardim do Marquês; Kashmir; La Paparrucha; Marquês da Sé;
Memories das Tias; Mercearia Vencedora; Natural Terra; Novo Altair;
Olivier; Paladar; Par e Paço; Sol & Tapas (Malhoa e Telheiras); Rock’n
Sushi; Viagem de Sabores; VírGula; Casa da Nora (Leiria). ■