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industrializadas, o que foi fundamental, alguns anos<br />
depois, para as primeiras experiências realizadas nesse<br />
setor em nosso país.<br />
Quem veio para o Sul<br />
Após a iniciativa pioneira, em 1824, em São Leopoldo<br />
(RS), muitos outros imigrantes alemães dirigiram-se para a<br />
Região Sul. Em 1850 e 1851 fundaram importantes<br />
colônias no estado de Santa Catarina, como a que deu<br />
origem a Blumenau, hoje importante centro industrial e<br />
comercial. A outra foi a colônia D. Francisca, a atua!<br />
progressista cidade de Joinville.<br />
Erechim e Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, e<br />
Brusque, em Santa Catarina, também surgiram da<br />
colonização alemã. Os italianos se estabeleceram na região<br />
de Garibaidi, Bento Gonçalves, Caxias do Sul, no<br />
Rio Grande do Sul, onde se dedicaram ao cultivo da uva e<br />
à fabricação do vinho. Também se estabeleceram em Santa<br />
Catarina, nas cidades de Orleans, Nova Veneza, Urussanga<br />
e Criciúma.<br />
O Paraná recebeu, principalmente, povos eslavos (russos,<br />
ucranianos e poloneses), que se fixaram em Rio Negro, Ivaí<br />
e arredores de Curitiba.<br />
A colonização estrangeira no Sul fundamentou-se na<br />
pequena propriedade, na policultura e na mão-de-obra<br />
familiar.<br />
Quem veio para o Sudeste<br />
Sem dúvida, a lavoura cafeeira carente de mão-de-obra foi<br />
a maior responsável pela vinda de imigrantes estrangeiros<br />
para a região. Entretanto atividades urbanas, como o<br />
comércio e outros cultivos agrícolas, foram implantadas<br />
por esses grupos, nos estados do Sudeste. Podemos dizer<br />
que cada nacionalidade teve uma característica diferente<br />
quanto à ocupação escolhida.<br />
Os italianos, nos primeiros anos, dedicaram-se às lavouras<br />
cafeeiras do estado de São Paulo, que recebeu o maior<br />
número deles. Cidades como Tietê, Orlândia, Ribeirão<br />
Preto, Araraquara guardam até hoje, em sua população,<br />
descendentes de imigrantes italianos. No Espírito Santo,<br />
fixaram-se na região da cidade de Colatina.<br />
Os espanhóis, sírio-libaneses e portugueses exerceram<br />
atividades tipicamente urbanas, como o comércio.<br />
No período 1890 a 1930, os portugueses formaram o grupo<br />
mais numeroso de imigrantes que chegaram ao Brasil, pois<br />
não sofreram as restrições impostas aos demais grupos. Os<br />
estados de São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente,<br />
receberam o maior número deles, que também se<br />
encontram espalhados por todo o Brasil.<br />
Belém, Florianópolis, entre outras, têm importantes<br />
comunidades portuguesas.<br />
A chegada dos japoneses<br />
A partir de 1908, vieram os japoneses que se fixaram nos<br />
estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Pará.<br />
Em São Paulo, dedicaram-se a variadas atividades<br />
agrícolas, em regiões diferentes;<br />
- Vale do Paraíba: cultivo do arroz.<br />
-Vale do Rio Ribeira do Iguape: cultivo do chá e da banana.<br />
- Alta Paulista e Alta Sorocabana: criação do bicho da seda<br />
e avicultura.<br />
- Cinturões verdes (Grande São Paulo e arredores):<br />
atividades hortifrutigranjeiras. Também estabeleceram-se<br />
em outros estados:<br />
- Paraná: agricultura (café, soja) e criação do bicho-daseda.<br />
- Mato Grosso: agricultura.<br />
- Pará: cultivo de pimenta-do-reino e juta. Na década de<br />
1930, a vinda de imigrantes para o Brasil começou a<br />
diminuir sensivelmente. Isso foi causado por um conjunto<br />
de fatores, dentre os quais podemos citar:<br />
- O não cumprimento das promessas feitas pelos<br />
agenciadores desses imigrantes que não encontravam aqui<br />
o que lhes era prometido, como terra própria para cultivar.<br />
- A queda da Bolsa de Valores de Nova York em 1929, que<br />
causou instabilidade econômica mundial c a queda do<br />
preço do café, principal fonte de divisas para o Brasil.<br />
- A instabilidade política motivada pela Revolução de<br />
1930, quando Vargas tomou o poder.<br />
- A Lei de Cotas da Imigração, instituída em 1934 no<br />
governo Vargas. Ficou estabelecido pelas Constituições de<br />
1934 e reiterado na Constituição de 1937 um limite de 2%<br />
do total de novos imigrantes que poderiam vir para o Brasil<br />
a cada ano, segundo a nacionalidade. Esses 2% eram<br />
calculados sobre o total de imigrantes que haviam<br />
entrado nos últimos cinquenta anos.<br />
Os portugueses eram a única exceção à Lei de Cotas da<br />
Imigração. Outras restrições juntaram-se à Lei de Cotas,