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ou origem étnica: Lei nº 134/99, de 28 de Agosto; Decreto-<br />
Lei nº 111/2000, de 4 de Julho.<br />
- A igualdade é a característica do que é igual. O que<br />
significa que nenhuma pessoa é mais importante que outra,<br />
quaisquer que sejam os seus pais e a sua condição social.<br />
Naturalmente, as pessoas não têm os mesmos interesses e<br />
as mesmas capacidades, nem estilos de vida idênticos.<br />
Consequentemente, a igualdade entre as pessoas significa<br />
que todos têm os mesmos direitos e as mesmas<br />
oportunidades. No domínio da educação e do trabalho,<br />
devem dispor de oportunidades iguais, apenas dependentes<br />
dos seus esforços. A igualdade só se tornará uma realidade<br />
quando todos tiverem, em termos idênticos, acesso ao<br />
alojamento, à segurança social, aos direitos cívicos e à<br />
cidadania.<br />
- O interculturalismo consiste em pensar que nós<br />
enriquecemos através do conhecimento de outras culturas<br />
e dos contactos que temos com elas e que desenvolvemos<br />
a nossa personalidade ao encontrá-las. As pessoas<br />
diferentes deveriam poder viver juntas apesar da sua<br />
diferença cultural. O interculturalismo é a aceitação e o<br />
respeito pelas diferenças.<br />
«Crer no interculturalismo é crer que se pode aprender e<br />
enriquecer através do encontro com outras culturas.»<br />
UNIDOS para uma ação intercultural<br />
O racismo e a xenofobia na Europa<br />
A Europa, tal como os restantes continentes, vive sob o<br />
impacte da globalização, de uma maior mobilidade<br />
internacional e do incremento dos fluxos migratórios. O<br />
aumento da intolerância política, religiosa e étnica bem<br />
como o desencadear de vários conflitos armados, dentro e<br />
fora do espaço europeu, provocaram a saída de inúmeros<br />
contingentes populacionais das suas terras, refugiados nem<br />
sempre bem acolhidos em ambientes que lhes são pouco<br />
familiares. Carências económicas, a par de problemas<br />
sociais vividos pelos cidadãos de determinado Estado, têm<br />
contribuído para o surgimento de tensões evidenciadas sob<br />
formas de racismo "flagrante" e "subtil" contra<br />
determinados grupos, entre os quais comunidades<br />
migrantes e minorias étnicas ou religiosas (por exemplo, os<br />
ciganos, os judeus, os muçulmanos). Tais ressentimentos<br />
têm sido agravados pelo fomento de doutrinas xenófobas<br />
por parte de partidos políticos, designadamente os de<br />
extrema-direita, que não só deles se aproveitam para<br />
justificar períodos de maior vulnerabilidade económicosocial<br />
no seu próprio país, como ainda, através dos<br />
nacionalismos exacerbados patentes nos seus discursos,<br />
adicionam às ideologias já enraizadas novas ondas de<br />
intolerância. Embora tendo presentes os maus exemplos do<br />
passado (Holocausto, apartheid, etc.), a verdade é que<br />
sentimentos desta natureza persistem na Europa, em<br />
prejuízo de indivíduos ou coletivos segregados,<br />
independentemente do seu nível económico e da partilha<br />
ou não dos valores, princípios e matrizes fundamentais da<br />
sociedade de acolhimento. Em todo o caso, os níveis e<br />
expressões de racismo variam muito de país para país,<br />
espelhando não só diferentes posturas e modos de lidar<br />
com a presença de imigrantes, minorias étnica e<br />
estrangeiros, como também políticas mais ou menos<br />
consistentes de combate à discriminação (saliente-se a<br />
atenção depositada pela Holanda e Reino Unido a estas<br />
questões).<br />
«A Europa é uma sociedade multicultural e multinacional<br />
que se enriquece com esta variedade. No entanto, a<br />
constante presença do racismo na nossa sociedade não<br />
pode ser ignorada. O racismo toca toda a gente. Degrada<br />
as nossas comunidades e gera insegurança e medo.»<br />
Pádraig Flynn, Comissário Europeu<br />
É preciso...<br />
A atitude perante o "outro" depende em larga medida de<br />
uma sobreposição, por vezes contraditória, de identidades,<br />
influências e lealdades, cuja interação resulta numa<br />
disposição particular para a cooperação transnacional. De<br />
forma a podermos combater os impulsos conflituosos que<br />
derivam de todo este contexto, é preciso encontrar o que<br />
Talcot Parsons chama de "core system of shared meaning".<br />
É preciso, nacional e internacionalmente, promover um<br />
relacionamento institucional, económico, político, social e<br />
interpessoal coerente.<br />
Esta coerência passa pelo reforço da<br />
interculturalidade. E esta assenta no conhecimento do<br />
"outro", daí a sua importância fundamental no combate ao<br />
racismo e à xenofobia, que assentam em preconceitos<br />
resultantes do desconhecimento ou conhecimento<br />
deturpado.<br />
A interculturalidade é uma batalha a ganhar gradualmente<br />
e vários são os campos onde podem ser levadas a cabo<br />
ações decisivas. A Educação é, sem dúvida, uma das áreas<br />
onde numerosas vitórias podem ser conseguidas. Não é, na<br />
verdade, uma tarefa fácil mas é certamente uma das vias a<br />
seguir dada a sua influência estrutural na preparação dos<br />
cidadãos de amanhã.<br />
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