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DÍVIDA EXTERNA DO BRASIL<br />
A dívida externa do Brasil corresponde à soma dos débitos<br />
externos do Brasil. A dívida externa total estimada para<br />
julho de 2007 atingiu US$195,4 bilhões. Para efeito de<br />
comparação, esse valor era de US$ 214,93 bilhões no ano<br />
de 2003. Em janeiro de 2008, a dívida externa do Brasil<br />
estava em exatos 196,207 bilhões de dólares. (Fonte: Jornal<br />
do Comercio, 26 de fevereiro de 2008).<br />
História da dívida externa do Brasil<br />
O primeiro empréstimo externo do Brasil foi obtido em<br />
1824, no valor de 225 milhões de libras esterlinas e ficou<br />
conhecido como "empréstimo português", destinado a<br />
cobrir dívidas do período colonial e que na prática<br />
significava um pagamento a Portugal pelo reconhecimento<br />
da independência. Depois disso o Brasil, independente,<br />
passou a ter mais e mais dividas como em 1906, no valor<br />
de 12 milhões de libras, com o “Convênio de Taubaté”, um<br />
acordo feito com os governadores de MG, RJ e SP, que, a<br />
partir de empréstimos tomados no exterior, comprariam e<br />
estocariam o excedente da produção de café.<br />
A continuidade do pagamento da dívida externa é muito<br />
questionada no Brasil por alguns grupos e estudiosos,<br />
alegando que os encargos governamentais com<br />
pagamentos de dívidas comprometem o orçamento das<br />
áreas sociais.<br />
Em 21 de fevereiro de 2008 o Banco Central do Brasil<br />
informou que o Brasil possui recursos suficientes para<br />
quitar a sua dívida externa. Pois o país registrou reservas<br />
superiores à sua dívida externa do setor público e do setor<br />
privado. Foi a primeira vez na história do País que o Brasil<br />
deixou de ser devedor líquido. Com o aumento mais forte<br />
dos ativos externos do País, a posição credora do Brasil no<br />
exterior ficou em 6,983 bilhões de dólares em janeiro de<br />
2008 [2].<br />
A dívida externa para junho de 2010, somou US$225<br />
bilhões, elevando-se US$6,8 bilhões em relação à posição<br />
estimada para o mês anterior<br />
A dívida externa brasileira<br />
Introdução<br />
Durante a última semana a imprensa emudeceu frente a<br />
organização do plebiscito em relação à dívida externa. O<br />
pouco espaço dedicado à questão foi ocupado por<br />
entrevistas do ministro Pedro Malan, para defender a<br />
posição neoliberal do governo ou por editoriais que<br />
iniciam-se chamando a idéia de "calote".<br />
O Jornal Opinião da década de 70<br />
Uma Questão de Cidadania<br />
Em momento algum a grande imprensa e aqueles que são<br />
contrários ao "calote" se preocuparam em falar sobre todos<br />
os calotes que foram dados na sociedade brasileira, quando,<br />
ao longo de mais de um século, o endividamento serviu<br />
para sustentar uma elite parasitária e criar uma economia<br />
subserviente ao capital internacional e ao F.M.I.<br />
Em momento algum a imprensa e os governantes<br />
preocuparam-se em defender a realização de um grande<br />
debate nacional, para que a sociedade que paga os<br />
empréstimos tenha consciência de sua origem e dos<br />
"benefícios" que trouxe à ela; percebem que qualquer<br />
movimento de discussão desse assunto representa um<br />
questionamento à política em andamento, assim como<br />
também percebem que qualquer discussão que possa<br />
envolver a sociedade como um todo, não interessa a essa<br />
minoria.<br />
A proposta da realização do plebiscito representa um<br />
grande avanço, exatamente por que pode envolver toda a<br />
sociedade num grande debate, que na verdade é muito<br />
maior do que a discussão da Dívida Externa, trata-se de<br />
discutir a cidadania. Independentemente da importância do<br />
tema, a participação da sociedade é que está em jogo e<br />
nesse sentido fica patente o que as elites pensam da<br />
cidadania: a ação do homem no sentido de respeitar as leis<br />
do Estado e em hipótese alguma participar, discutir, opinar.<br />
Ninguém é ingênuo em acreditar que o Plebiscito que<br />
ocorre nesse momento vá definir o encaminhamento da<br />
questão da dívida, porém cria um debate em toda a<br />
sociedade<br />
Origem da Dívida<br />
A Dívida Externa adquiriu proporções astronômicas<br />
durante o regime militar (1964-85), no entanto sua origem<br />
remonta à Independência do país, no século XIX.<br />
O primeiro empréstimo externo do Brasil foi obtido em<br />
1824, no valor de 3 milhões de libras esterlinas e ficou<br />
conhecido como "empréstimo português", destinado a<br />
cobrir dívidas do período colonial e que na prática<br />
significava um pagamento à Portugal pelo reconhecimento<br />
de nossa independência. A independência não alterou as