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deu as bases para o surgimento da indústria no país, que<br />
começou a ocorrer ainda na Segunda metade do século<br />
XlX. Dentre as contribuições da economia cafeeira para a<br />
industrialização, podemos mencionar:<br />
a) Acumulação de capital necessário para o processo;<br />
b) Criação de infraestrutura;<br />
c) Formação de mercado de consumo;<br />
d) Mão de obra utilizada, especialmente os migrantes<br />
europeus não portugueses, como os italianos.<br />
No início do século XX, a industrialização brasileira ainda<br />
era incipiente, era mais vantajoso investir no café, por<br />
exemplo, do que na indústria. Com a crise de 1929, o rumo<br />
da economia brasileira muda. Com a subida ao poder de<br />
Vargas, emerge o pensamento urbano industrial, na<br />
chamada era Vargas, o processo de industrialização é<br />
impulsionado, com base nas políticas de caráter<br />
keynesiano. O intervencionismo estatal na economia é cada<br />
vez maior, criam-se empresas estatais como CVRD,<br />
Petrobrás, Eletrobrás, etc., com o objetivo de industrializar<br />
o país.<br />
No governo de JK, se dá a abertura ao capital internacional,<br />
representado pelas empresas multinacionais e pelos<br />
enormes empréstimos para o estabelecimento de infra<br />
estrutura e de grandes obras como a construção da capital<br />
federal no centro do país, no planalto central, Brasília.<br />
Durante a ditadura militar, o Plano de metas de JK é<br />
continuado, grandes projetos são estabelecidos, a<br />
economia do país chega a tornar-se a oitava do mundo.<br />
Durante o chamado milagre brasileiro(1968-1973), a<br />
economia brasileira passa a ser uma das que mais cresce,<br />
essa festa toda só é parada em decorrência da Crise do<br />
petróleo, que se dá a partir de 1973.<br />
A grande contradição desse crescimento se deve ao fato<br />
que, por um lado ele foi gerado pelo grande endividamento<br />
externo, e por outro através de grande repressão ( vide o AI<br />
5), e arrocho salarial , sobre a classe trabalhadora brasileira,<br />
confirmando a tendência de Modernização conservadora<br />
da economia nacional.<br />
A partir da década de 90, e da emergência das idéias<br />
neoliberais, o processo de industrialização do país toma<br />
novo rumo, com a privatização de grande parte das estatais<br />
e da abertura cada vez maior da economia do país ao capital<br />
internacional, além da retirada de direitos trabalhistas<br />
históricos.<br />
Mudanças espaciais também são verificadas na<br />
distribuição atual das indústrias no país, pois desde o início<br />
da industrialização, a tendência foi de concentração<br />
espacial no Centro-sul, especialmente em São Paulo, isso<br />
fez com que esse estado se torna-se o grande centro da<br />
economia nacional e em decorrência disso recebesse os<br />
maiores fluxos migratórios, mas o que se verifica<br />
atualmente é que a tendência mundial atual de<br />
desconcentração industrial também tem se abalado sobre o<br />
Brasil, pois localidades do interior de São Paulo, do Sul do<br />
país e até mesmo estados nordestinos começam a receber<br />
plantas industriais que em outros tempos se dirigiriam sem<br />
sombra de dúvidas para a capital paulista. Esse processo se<br />
deve em especial a globalização da economia que tem<br />
acirrado a competição entre as empresas, que com isso<br />
buscam a redução dos custos de produção buscando<br />
produzir onde é mais barato. Esse processo todo tende a<br />
redesenhar não apenas o espaço industrial brasileiro, mas<br />
de várias áreas do mundo. O mais interessante no caso<br />
brasileiro, é que ele não tem enfraquecido o papel de São<br />
Paulo como cidade comandante da economia nacional, mas<br />
pelo contrário fortalece, pois o que se desconcentra é a<br />
produção e não a decisão.<br />
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