2.3 Metodologia <strong>de</strong> <strong>Monitoramento</strong> <strong>dos</strong> <strong>Impactos</strong>Foi estabelecido um procedimento padrão parao Plano <strong>de</strong> <strong>Monitoramento</strong> <strong>dos</strong> <strong>Impactos</strong> <strong>da</strong>Visitação, que é a base do Plano e po<strong>de</strong> ser aplicadoa qualquer trilha ou atrativo <strong>dos</strong> Parques Estaduais<strong>de</strong> São Paulo.O procedimento padrão estabelece a utilização<strong>de</strong> méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> censo e/ou amostrag<strong>em</strong>, através<strong>de</strong> indicadores quantitativos e/ou qualitativos,<strong>de</strong>scrito a seguir.To<strong>da</strong>s as a<strong>de</strong>quações aos procedimentos mínimosestabeleci<strong>dos</strong> <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser feitas com o intuito <strong>de</strong>implantar o programa <strong>de</strong> monitoramento <strong>da</strong> visitação<strong>de</strong> uma UC, e a<strong>da</strong>ptar a proposta apresenta<strong>da</strong> àreali<strong>da</strong><strong>de</strong> do local.2.3.1 Méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> coletaAbor<strong>da</strong>g<strong>em</strong> <strong>em</strong> campoA maioria <strong>dos</strong> programas <strong>de</strong> monitoramento ébasea<strong>da</strong> <strong>em</strong> metodologias <strong>de</strong> amostrag<strong>em</strong> <strong>dos</strong>impactos. A opção por este método é recorrente aolongo <strong>dos</strong> anos e se justifica através <strong>de</strong> estu<strong>dos</strong> <strong>de</strong>monitoramento que comparam os resulta<strong>dos</strong> obti<strong>dos</strong>a partir <strong>de</strong>ssas duas metodologias.Segundo Leung & Marion (1999), a <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong>localização, dimensão e severi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>dos</strong> probl<strong>em</strong>as<strong>em</strong> to<strong>dos</strong> os segmentos <strong>da</strong> trilha, obti<strong>da</strong>s através docenso, perfaz<strong>em</strong> satisfatoriamente to<strong>da</strong> a <strong>de</strong>man<strong>da</strong>por informação na <strong>de</strong>terminação <strong>dos</strong> padrões <strong>de</strong>manejo. No entanto, levantamentos basea<strong>dos</strong> <strong>em</strong>censo <strong>de</strong>spen<strong>de</strong>m t<strong>em</strong>po e custos, e requer<strong>em</strong>especialistas com prática <strong>em</strong> i<strong>de</strong>ntificar ca<strong>da</strong> impactoinci<strong>de</strong>nte no campo. Como resultado, poucosprogramas <strong>de</strong> monitoramento <strong>de</strong> impactos <strong>em</strong>trilhas, basea<strong>dos</strong> <strong>em</strong> levantamentos do tipo censo,foram <strong>de</strong>senvolvi<strong>dos</strong> e muitos têm utilizado níveis <strong>de</strong>medição consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> grosseiros.Frequent<strong>em</strong>ente, os administradores <strong>da</strong>s áreasnaturais protegi<strong>da</strong>s utilizam levantamentosbasea<strong>dos</strong> <strong>em</strong> amostrag<strong>em</strong>, seja por reduzir ot<strong>em</strong>po no campo como por permitir a medição<strong>de</strong> indicadores <strong>de</strong> impacto <strong>em</strong> maior <strong>de</strong>talhe nospontos amostrais (Cole, 1983). Assim, a utilização<strong>da</strong> amostrag<strong>em</strong> está assegura<strong>da</strong> na suposição <strong>de</strong>que as amostras são representativas <strong>da</strong>s condiçõesencontra<strong>da</strong>s na trilha, que <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser aproxima<strong>da</strong>saos resulta<strong>dos</strong> <strong>de</strong> um levantamento utilizando-se ocenso completo.E consi<strong>de</strong>rando a limitação que muitas UCapresentam com relação à disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>funcionários treina<strong>dos</strong>, a escolha <strong>da</strong> abor<strong>da</strong>g<strong>em</strong> <strong>em</strong>campo torna-se um fator <strong>de</strong>terminante no sucessodo monitoramento. Uma vez que o t<strong>em</strong>po paraexecutar a tarefa <strong>de</strong> modo censitário é mais extenso,também o número <strong>de</strong> pessoas <strong>em</strong> campo paralevantar to<strong>dos</strong> os indicadores <strong>de</strong>ve ser maior. Alémdisso, <strong>em</strong> trilhas com mais <strong>de</strong> cinco quilômetros <strong>de</strong>extensão, por ex<strong>em</strong>plo, o monitoramento por censopo<strong>de</strong> tornar-se praticamente inviável.A variação estatística entre os diferentes méto<strong>dos</strong>é também muitas vezes aponta<strong>da</strong> como poucosignificativa, fazendo com que os gestoresadot<strong>em</strong> exclusivamente a coleta por amostrag<strong>em</strong>.Como alguns impactos foram aponta<strong>dos</strong> comoextr<strong>em</strong>amente importantes para o monitoramento<strong>em</strong> <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> sua gravi<strong>da</strong><strong>de</strong>, alguns indicadoresserão medi<strong>dos</strong> <strong>de</strong> forma censitária, com o registro <strong>da</strong>ocorrência na seção pré-estabeleci<strong>da</strong>.26
Tabela 3. Metodologia <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>em</strong> campo.Amostrag<strong>em</strong>São estabeleci<strong>da</strong>s distâncias fixas entre pontos <strong>de</strong> observação ou medição ao longo <strong>da</strong> trilhaCensoTrilha dividi<strong>da</strong> <strong>em</strong> seções <strong>de</strong> igual comprimento, com avaliação <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> impacto feitos para ca<strong>da</strong> seçãoOs indicadores seleciona<strong>dos</strong> para o Plano <strong>de</strong><strong>Monitoramento</strong> serão medi<strong>dos</strong> através <strong>de</strong>metodologias <strong>de</strong> amostrag<strong>em</strong> ou censo, cujosconceitos são apresenta<strong>dos</strong> na Tabela 3.Amostrag<strong>em</strong>Os indicadores verifica<strong>dos</strong> por amostrag<strong>em</strong> <strong>de</strong>verãoser monitora<strong>dos</strong> nos mesmos pontos estabeleci<strong>dos</strong>para a medição <strong>da</strong> largura <strong>da</strong> trilha.Nestes pontos, o responsável pelo monitoramento<strong>de</strong>ve verificar a presença ou ausência <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> osindicadores amostrais naquele local, <strong>em</strong> uma visa<strong>da</strong><strong>de</strong> 360º, registrando a situação observável ao alcance<strong>dos</strong> olhos.CensoOs indicadores verifica<strong>dos</strong> censitariamente <strong>de</strong>verãoser registra<strong>dos</strong> nas seções (segmento <strong>da</strong> trilha entrepontos consecutivos).Característica do indicadorApós a <strong>de</strong>finição <strong>da</strong> abor<strong>da</strong>g<strong>em</strong> <strong>em</strong> campo,os indicadores foram <strong>de</strong>fini<strong>dos</strong> quanto à suacaracterística. Para o Plano <strong>de</strong> <strong>Monitoramento</strong>serão utiliza<strong>dos</strong> indicadores qualitativos equantitativos, cujas <strong>de</strong>finições são apresenta<strong>da</strong>sna Tabela 4.Indicador quantitativoVan Bueren & Blom (1997) afirmam que indicadoresquantitativos são preferíveis aos qualitativos, poisestes últimos são freqüent<strong>em</strong>ente ambíguos.No entanto, para diversos critérios ain<strong>da</strong> não é possívela utilização <strong>de</strong> indicadores quantitativos, uma vez queo limitado conhecimento científico disponível nãopermite o estabelecimento <strong>de</strong> normas quantitativas.Neste caso, indicadores quantitativos não têmsignificância como valor <strong>de</strong> referência.Os indicadores quantitativos serão registra<strong>dos</strong><strong>de</strong> forma numérica, com números absolutos <strong>de</strong>ocorrência entre as seções.A verificação do número exato <strong>de</strong> ocorrências po<strong>de</strong>aju<strong>da</strong>r no planejamento <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> manejo,<strong>de</strong>terminar áreas mais críticas ou prioritárias e atémesmo auxiliar na efetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong>manejo para a redução <strong>dos</strong> impactos.Tabela 4. Indicadores qualitativos e quantitativos.Indicadores QuantitativosIndicadores QualitativosSão expressos e avalia<strong>dos</strong> <strong>em</strong>Expressam a situação, objeto, ou processo <strong>em</strong> termos <strong>de</strong>termos <strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>, com <strong>da</strong><strong>dos</strong>satisfação, como satisfatório, suficiente, insatisfatório enuméricos, volumes, porcentagensrespostas do tipo sim/não.Fonte: Van Bueren & Blom (1997)27