1.Uso Público e<strong>Impactos</strong> <strong>da</strong> VisitaçãoPrincípios e Conceitosprocura por ambientes naturais para ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>sA recreativas e <strong>de</strong> lazer v<strong>em</strong> aumentando aca<strong>da</strong> ano <strong>em</strong> gran<strong>de</strong>s proporções, sendo que, namaioria <strong>dos</strong> casos, o cenário i<strong>de</strong>al para este tipo <strong>de</strong>ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> se encontra <strong>em</strong> áreas naturais protegi<strong>da</strong>s,principalmente <strong>de</strong>ntro <strong>dos</strong> Parques.Segundo Boo (1992), as populações, principalmenteurbanas, vêm buscando mais contato com ambientesnaturais, aumentando consi<strong>de</strong>ravelmente a <strong>de</strong>man<strong>da</strong>pelas áreas naturais protegi<strong>da</strong>s ou Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>Conservação. Estas áreas, por sua vez, contêm recursosraros ou únicos, geralmente frágeis e susceptíveis aper<strong>da</strong>s irreparáveis se não for<strong>em</strong> a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>ment<strong>em</strong>aneja<strong>dos</strong> pelos órgãos responsáveis e, também,compreendi<strong>dos</strong> e protegi<strong>dos</strong> pelas própriaspopulações.Quando b<strong>em</strong> manejado, o ecoturismot<strong>em</strong> o potencial <strong>de</strong> gerar mais <strong>em</strong>pregose benefícios econômicos, com o menorprejuízo ao meio ambiente que qualqueroutra forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento econômico.ambiente natural, se aproxim<strong>em</strong> o máximo possível<strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo sustentável, para tentar evitar ouminimizar os eventuais <strong>da</strong>nos <strong>de</strong>correntes <strong>da</strong>ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> ecoturística. Os operadores locais <strong>de</strong>v<strong>em</strong>aceitar que sua indústria é só uma <strong>de</strong> várias maneiras<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver sua região e que to<strong>dos</strong> os méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento, incluindo o ecoturismo, tambémtêm seus la<strong>dos</strong> positivos e negativos. Magro acreditaque quando b<strong>em</strong> manejado, o ecoturismo t<strong>em</strong>o potencial <strong>de</strong> gerar mais <strong>em</strong>pregos e benefícioseconômicos com o menor prejuízo ao meio ambienteque qualquer outra forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentoeconômico.Em 1992, Cifuentes, um <strong>dos</strong> pioneiros na área <strong>de</strong>estudo e controle <strong>dos</strong> impactos <strong>da</strong> visitação, afirmouque “a crescente <strong>de</strong>man<strong>da</strong> <strong>de</strong> público por conhecere visitar ambientes naturais t<strong>em</strong> incr<strong>em</strong>entado nosúltimos anos a pressão sobre as áreas protegi<strong>da</strong>s esítios <strong>de</strong> caráter natural. A necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> assegurara sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>dos</strong> recursos t<strong>em</strong> popularizadoo clamor <strong>de</strong> estabelecer limites, <strong>de</strong>finir regras eampliar normas especiais que permitam manter umaativi<strong>da</strong><strong>de</strong> turística rentável, s<strong>em</strong> <strong>de</strong>teriorar os recursos<strong>dos</strong> quais <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>”.Para Magro (2003), a corri<strong>da</strong> por uma parte domercado <strong>de</strong> ecoturismo e até mesmo <strong>de</strong> turismo <strong>de</strong>aventura, com abor<strong>da</strong>gens <strong>de</strong>svia<strong>da</strong>s do seu papelprincipal, po<strong>de</strong> <strong>de</strong>scaracterizar ambientes primitivose diminuir sua função ambiental e valor estético.Assim, é <strong>de</strong> extr<strong>em</strong>a importância que as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>de</strong> turismo, principalmente aquelas que envolvam oA visitação <strong>de</strong> lazer, recreativa, cont<strong>em</strong>plativa,ou educativa, quando b<strong>em</strong> maneja<strong>da</strong>, trazinúmeros benefícios a UC.Hoje, turismo, recreação ou lazer, são as principaisativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> uso público nas UC <strong>de</strong> proteção8
integral e, <strong>de</strong> acordo com Dourojeanni & Pádua (inMagro, 2003), as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s turísticas são vistas comouma gran<strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> para a sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong>econômica <strong>da</strong>s UC brasileiras, mas reconhecetambém que, tanto o turismo como o ecoturismo,po<strong>de</strong>m representar uma ameaça para a preservaçãodo meio ambiente quando não for<strong>em</strong> b<strong>em</strong>conduzi<strong>dos</strong>.Assim, fica evi<strong>de</strong>nte a importância que a visitaçãopública t<strong>em</strong> <strong>em</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação,especialmente nos parques. A visitação <strong>de</strong> lazer,recreativa, cont<strong>em</strong>plativa, ou educativa, quandob<strong>em</strong> maneja<strong>da</strong>, traz inúmeros benefícios à UC,através <strong>da</strong> promoção <strong>de</strong> sua proteção e conservação;benefícios sociais, através <strong>da</strong> educação ambientale potenciali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento regionalfomentado pelo turismo.Contudo, para garantir o sucesso e perpetui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>condição <strong>da</strong>s UC é necessário conhecer os impactosque a visitação po<strong>de</strong> causar a esses ambientes e,assim, evitá-los, controlá-los e minimizá-los. Paratanto, não há estratégia melhor que a implantação <strong>de</strong>um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> monitoramento e gestão <strong>dos</strong> impactos<strong>da</strong> visitação.9