informações, obter alimentos e recrutar novos combatentes e realizar algumas açõespequenas contra o inimigo.No dia 22, chega o Land de sua missão. Atrasou-se porque houve desencontro sobreo ponto onde devia ser recolhido. Fizera boa viagem pela mata e pelos caminhos. No Local,na Transamazônica, onde tinha de apanhar o Cid, estava sediado um posto do Exército. Osônibus e demais veículos estavam sendo vistoriados. Cid e os que deviam vir com ele nãoapareceram. Dada a vigilância do inimigo, Lan não repetiu o ponto a 1G como estavacombinado. Que será feito do Cid? Fará imensa falta. Talvez, daqui a algum tempo, consigaentrar na zona. Se não nos puder ajudar aqui ajudará o P. lá fora e coordenará todo o apoiopolítico à GP. O Land trouxe informações úteis. A massa diz que 70 soldados atacaram oPeazão. O inimigo espalha que somos assaltantes de bancos, terroristas e difunde outrascalúnias. Mas os camponeses não acreditam. Nos conhecem há muitos anos e sabem quesomos pessoas honestas, corretas, amigas do povo e que lhes prestaram muitos favores.Alguns se dispuseram a nos auxiliar. As perspectivas de ajuda da massa parecem boas. OLan defrontou-se com um bate-pau montado no PT (um dos burros do DA). Passou porelementos da massa. O Bate-pau, além de dizer que éramos terroristas, acrescentou quetínhamos fabricado muitas armas, que estávamos armados até os dentes e que o inimigoestava nas “bocainas” para nos pegar quando saíssemos da mata.No dia 22 saio com o Nu e o Ju para me encontrar com o C do DB e com o Pe. DaCM. A viagem apresenta algumas peripécias, pois os igarapés estão cheios e é complicadoatravessá-los. O helicóptero continua voando. Chegado ao ponto, lá encontro oscompanheiros. Tinham matado um porcão, trazido bananas e mamão obtidos com a massa.Na vinda, o Os, C do DB, fizera agitação em duas casas de camponeses e recebeu aaprovação das pessoas presentes. Informa que seu D está concentrado. Parece-me querecuou em demasia, não interpretando bem a ordem que lhe fora transmitida. O Pecomunica que DG retirou tudo do PA. Como fizeram fogo de dia, um avião sobrevoousobre eles. Completa a informação sobre o DC. Um elemento saiu para apanhar os conovos. Dois outros co foram, por sua vez, esperá-los. E um quarto, depois do ataque, saídapara avisar estes últimos. A situação do DC é delicada. Conhecem pouco a mata, pois sãonovos em certa parte da zona, e os caminhos estão sendo vigiados pelo inimigo.Aguardamos mais informações dos co que foram se ligar ao DC. Depois de fazer o balançoda situação, que julgamos favorável, traçamos algumas tarefas para os D A e B e tambémpara a CM. O Pe informa que o Jo não chegou a ir ao Peazão. A massa contou-lhe o queocorria e ele voltou ao seu PA. Teve muita sorte.Dia 24 fazemos viagem pela mata em direção ao acampamento do DB. A 28 láchegamos. O estado de ânimo dos co. é bom. Discutimos com o comando e depois foi feitauma reunião com todos os co. Levantamos a questão que já tínhamos apresentado no DA.No acampamento a vida corria normalmente, quase como se fora um PA. Tambéminsistimos para que os co. se ligassem mais às massas, colhessem informações sobre oinimigo e realizassem uma ou mais operações ofensivas. Com exceção do DC, do qualcarecemos de informações, tudo parece ocorrer normalmente. Não se nota sinal de fraquezaem ninguém. Todos querem combater. Muitos co. se destacam e os mais atrasados vão seadaptando à nova vida. No DA, ZC mostra-se um C tranqüilo e equilibrado. Tem sus co. namão, embora tenham surgido alguns probleminhas secundários. Piauí também é um bomVC. Os CC de GG revelam-se bons, bem como seus substitutos eventuais, exceto Zezinhodevido à sua doença.
No DB também o moral é elevado. O Os é um com C, acatado e respeitado. O Zecatambém vai bem, embora, como sempre, anda um pouco irritado. Para todos os co dosdiferentes DD, entrou-se em uma nova fase de luta. A inexperiência é geral. Masacabaremos superando todos os obstáculos e os co acabarão por dominar os métodos da GP.Reagrupadas nossas forças, guardadas as coisas que atrapalham nossa movimentação,poderemos nos propor a novas tarefas, tanto no que se refere ao auto-abastecimento,quando à propaganda revolucionária, à ligação com as massas e às ações contra o inimigo.1/5 – Hoje, Dia Internacional do Trabalho, encontramo-nos na mata, eu, Pe e Ivo. Orádio anuncia que o governo elevou o salário-mínimo para 268 cruzeiros na GB. Quepândegos esses gorilas da ditadura... Pode, por acaso, um trabalhador viver com umaquantia tão irrisória? E, Garrastazu, cinicamente, ainda fala em distribuir o “produto dodesenvolvimento” com todos. Mas os que enriquecem cada vez mais são as empresasimperialistas, os grandes capitalistas e os latifundiários, enquanto o povo empobrece emescala crescente. A ditadura ultrapassa todos os limites do ridículo. O inefável Júlio Barata,Ministro do Trabalho, anuncia uma “grande” dádiva dos generais: a “aposentadoria” aohomem do campo. E, pomposamente, em Belo Horizonte, entrega a pensão de meio saláriomínimoa 9 lavradores de mais de 75 anos. Trata-se do maior acinte aos milhões decamponeses que vivem abandonados, na fome e na miséria. A demagogia barata da ditadurajamais enganará as massas. Para compensar a verborragia ditatorial, que enjoa a qualquerum, à noite ouvimos a Rádio da Albânia que nos relata as comemorações da festa dostrabalhadores naquele país e desmascara o governo dos generais.Também, a 1º de maio regressa o Ju, que fora buscar o Joaq, tarefa cumprida comêxito. A CM está completa e reúne-se. Incorporamos a ela o Ju. Este é um revolucionárioexemplar. Além de suas tarefas de médico, está sempre disposto a realizar qualquer missão.No dia seguinte, acompanhado do Ivo e de 2 co do DB, Zezinho e Peri, vai ao encontro doJo para transportar a carga da CM e do DG. Também leva a incumbência de ir ao ponto deencontro de emergência com o DC, uma vez que o Joaq informa não ter aparecido ninguémdo DC no local combinado para o dia 21. Leva diretrizes concretas para o DC, de acordocom a situação em que se encontre. A falta de notícias do DC nos deixa apreensivos.A CM reúne a 2/5 com o C do DB e reitera as diretrizes dadas anteriormente. O DBvai mudar de acampamento e guardar seus bagulhos. Osv apresentou um plano concreto detrabalho e de operações. Embora modesto, se for executado dará um bom resultado político.Insistimos sobre a linguagem a ser usada com a massa. O inimigo procura nos apresentarcomo marginais. Em nota fornecida pelas autoridades militares, divulgada pela rádio, diz-seconfusamente que ao sul da cidade de Marabá, foram localizados malfeitores procuradospela Polícia Federal, quando as forças militares realizavam investigações sobrecontrabando. Em seguida, diz que prosseguem os “exercícios” com a participação doExército, Marinha, Aeronáutica e Polícia Militar. A reação procura evitar a repercussão danossa luta falando em contrabando e bandidos foragidos. Quer jogar terra nos olhos dopovo. Que diabo de contrabando é esse que mobiliza, em seu combate, as três armas e aPolícia Militar do Pará de contrapeso? A esta hora, Marabá, São João do Araguaia, S.Domingos, Araguatins, Xambioá, Imperatriz, Tocantinópolis, Porto Franco, Araguaína emuitas outras cidades e corrutelas devem estar em polvorosa. Devemos repelir todas ascalúnias e dizer claramente por que lutamos. Precisamos dar argumentos políticos deacordo com o nível de compreensão da população. É necessário difundir ao máximo oManifesto do Movimento de Libertação do Povo, no qual está incluído o programa dereivindicações locais por nós defendido. Somos defensores do povo, lutamos contra a
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Trata-se do camponês que apareceu
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hoje, cedo, voltou com um tatu. À
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evólveres. Enfrentamos atualmente
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Espero a vinda do Joaq para discuti