apareceu. Perdera-se na mata e não chegou a encontrar o local onde deveria estar o Pe. Aexperiência revela que na mata ninguém é bom. Os melhores mateiros costumam se perdercom freqüência. Acompanhado do Jo, Ju saiu agora mesmo para apanhar o Pe.A Rádio Tirana voltou a repetir a notícia da nossa luta. Precisamos enviar-lheinformações para alimentar o noticiário sobre a guerra de guerrilha no Araguaia. Logo quetivermos portador assim o faremos.24/5 – Chegou o Pe, que se encontrava no local desde o dia 21. Fez uma viagemrápida. Informou que no dia 10, no local combinado, juntou-se ao ZC, que estavaacompanhado da AL. Está grandemente entusiasmado com as notícias do DA. O pessoaldeste D está bem, embora existam dificuldades de pouca importância. Resolveu em parte oproblema de alimentação. Matou dois veados, dois jacarés, um caititu e apanhou muitosjabutis. Altamente positiva é a informação sobre a massa. Uma equipe chefiada por Piauí ecomposta de Be, Land e Su visitaram cinco casas e conversaram com diferentes pessoas. Arecepção foi a melhor possível. Acima de qualquer expectativa. Todos nos apoiaram,prestaram valiosas informações e se dispuseram a nos ajudar de diferentes formas. Issomostra que os nossos co são bastante queridos pelos camponeses e que estes são receptíveisà nossa orientação. Confirma-se a justeza da nossa linha militar. A mata nos abriga e o povonos ajuda. Com as informações do Piauí elevou-se o moral do D. A massa também revelouque o Exército também se retirara da área e se encontrava nas corrutelas. Deixou de policiara Transamazônica, estabelecendo somente um posto de controle próximo de S. Domingos eoutro em frente da estrada de S. Felix. Em seu lugar ficaram alguns grupos da PolíciaMilitar. O Exército também bateu em nossa “beira” e lá prendeu um elemento de massa,que tomava conta da quitanda, levando-o para Brasília. A mulher e os 10 filhos desseelemento de massa ficaram ao desamparo. É preciso ajuda-los. Correm as mais pitorescaslendas a respeito dos companheiros do DA, sempre revelando simpatia. Sobre a Tia, dizemque foi surpreendida num carro, mas não foi presa porque virou fumacinha. Afirmam queela é “cientista” (feiticeira). Elementos da massa informam que foi preso, próximo a S.Domingos, um jovem parecido com o Lu. Talvez se trate do Nilo, que liberamos por nãodesejar participar da luta. Ele sabe pouca coisa a nosso respeito.O DA elaborou todo um plano de trabalho de massa e de propaganda revolucionária.Pensa em se reabastecer através dos camponeses. Duas equipes foram organizadas. Umacomandada por ZC (com 8 co) e outra chefiada por Piauí (com 6 co). Acreditamos queterão êxito.Hoje a Rádio Tirana tratou novamente da nossa luta. Deu-lhe importância, mas nãoforneceu novos dados. Temos que enviar ao P informações, a fim de dar maior repercussãoà luta na região do Araguaia.É urgente fazer um balanço da situação. Analisar nossa atividade política e militar, ocomportamento da massa e a tática do inimigo. Precisamos delinear com clareza asperspectivas da luta e elaborar um plano de trabalho. Na próxima reunião da CM nosorientaremos nesse sentido.Até agora não temos tido dificuldades com a alimentação.26/6 – Ontem reunimos a CM para dar um balanço da situação e traçar algumastarefas concretas. Nessa reunião examinou-se a tática até agora empregada pelo inimigo, aatitude da massa diante da nossa luta, a política que devemos aplicar na região e a tática quedevemos pôr em prática. No que se refere à primeira questão, constatamos que o Exército,embora tivesse ocupado algumas cidades e estabelecido postos na Transamazônica, nãoenviou grandes contingentes contra os nossos PPAA. Suas tropas de ataque variavam entre
20 e 25 homens (a informação de que contra o Peazão foram mandados 70 soldados não eracorreta). Acresce que vinham cansados (foram obrigados a caminhar longas distâncias a pé)e mesmo temerosos. Tivéssemos nós um melhor serviço de informações e experiênciamilitar, poderíamos assestar no inimigo rudes golpes nas áreas de todos os DD. Os soldadosqueimaram os nossos PPAA e, após pequena permanência naqueles locais, retiraram-se.Pelo visto, a tática das Forças Armadas tem em vista dar a menor repercussão política ànossa luta. Dizem que somos criminosos e estabeleceram férrea censura sobre tudo o que serefere às guerrilhas do Araguaia. Também retiraram o aparato militar para evitarcomentários do povo e impedir ao máximo que diferentes regiões do país se apercebam oque se passa aqui. Parece que pretendem dar a impressão que se trata de uma operação depolícia. É possível, igualmente, que o inimigo fosse obrigado a se retirar da zona porque,com nosso recuo para as matas, não tinham a quem combater e ficava atoa estacionado nosnossos PPAA ou em seus postos. Suas dificuldades de transporte e abastecimento pareceter-se agravado. A zona é bem hostil para ele. É mais confortável acantonar em Marabá,Araguatins e outras cidades. No entanto, a retirada do inimigo parece ser momentânea. Estedeve estar se preparando melhor (parece que não tinham idéia do vulto da luta). Comcerteza estão organizando novos contingentes militares mais treinados e fazendolevantamento topográfico da região (isso explica o continuado movimento de aviões ehelicópteros). O Exército, sem dúvida, diante da nossa atividade, enviará numerosas forçaspara a região e para essa eventualidade devemos estar preparados. Mas, seja qual for amobilização, o inimigo se deparará com um inimigo esquivo, com uma selva hostil e comuma população que simpatiza com os revolucionários. Se soubermos aplicar corretamentenossa concepção de GP, qualquer tática dos soldados da ditadura fracassará.Sobre a atitude da massa, podemos afirmar que é de profunda simpatia em relação ànossa luta e de condenação às forças da repressão. O comportamento das massas superou asnossas expectativas. As visitas feitas nas áreas dos DD A e B revelam que os camponesestendem a nos ajudar com informações, alimentos e combatentes. Seu apoio político aosguerrilheiros manifestar-se-á cada vez mais. Eles são receptíveis à nossa propaganda,expressam-se contra o governo, desinformam o inimigo e são contra os poderosos. Nossainfluência tende a se alastrar entre o povo pobre da região. Acreditamos também que apequena burguesia das cidades próximas e das corrutelas simpatizam conosco. Mesmoalguns elementos abastados, descontentes com a ditadura, darão seu apoio à luta. Tudo issoé um fator bastante promissor e da maior importância para a sobrevivência das ForçasGuerrilheiras. Parece que neste primeiro embate pela conquista das massas a reação foiderrotada. Esperamos que assim continue no futuro.Quanto à política a aplicar na região, ela deve ser a mais ampla possível. Nossaorientação está expressa no manifesto do Movimento de Libertação do Povo. Precisamosfalar a linguagem mais simples possível e traduzir com cores locais a linha política quedefendemos. Não devemos aparecer unicamente como vítimas da ditadura, mas comodefensores do povo explorado e oprimido, como inimigos irreconciliáveis dos poderosos eda ditadura. Concitar as massas à união e à luta. Respeitar a propriedade, principalmentedas massas. Atacar somente as propriedades dos que efetivamente nos combaterem. Dizerque somos contra este governo que defende os “grileiros”, esfomeia o povo e deixa apopulação abandonada, sem escolas e assistência médica, sem qualquer ajuda. Os nossospropagandistas têm se saído bem na tarefa de falas às massas.No que diz respeito à tática militar a seguir, devemos ser bem flexíveis. A vidaconfirmou a justeza da nossa concepção de luta armada e comprovou que fomos capazes de
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Trata-se do camponês que apareceu
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hoje, cedo, voltou com um tatu. À
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evólveres. Enfrentamos atualmente
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Espero a vinda do Joaq para discuti