sustentar até agora. Realizando propaganda revolucionária armada, duas equipes do D,comandadas, respectivamente, por ZC e Piauí, atingiram mais de 170 pessoas. A equipe deZC fez uma incursão mais extensa, ao longo do beiradão do Araguaia, e falou a 70 pessoas,enquanto o Piauí percorreu o “centro”, entrando em contato com 90. A So, uma das “bulas”do DA, que integrava esta última equipe, deu consultas a cerca de 20 mulheres. Ambasequipes conseguiram informações úteis e algum alimento. Todos voltaram gordos e bemdispostos. Foram recebidos com simpatia pela massa e a maior parte dela nos apoiou. Unspoucos, muito poucos mesmo, elementos da massa, talvez por temor ao inimigo, temposição ruim, embora não se manifestem diante de nossos co. Um deles, talvez seja oEduardo, que voltou de Belém, onde se encontrava preso, tomando atitude nada boa. Pareceque foi comprado pelos militares. Trata-se de um tipo interesseiro, que em época de paz, semanifestou como nosso maior amigo para receber favores. Agora, apossou-se dasmercadorias da quitanda da beira e parece fugir ao contato com os nossos co. Mas, de outraparte, elementos com os quais não mantínhamos qualquer vínculo nos aplaudem emostram-se dispostos a nos ajudar. Os co do DA foram informados de que o Exércitoassassinou o Nilo, aplicando-lhe as mais atrozes torturas. E ele não queria combater. Istomanifestou desde que chegou aqui e por isso foi liberado da tarefa de guerrear. Deixamo-loir embora. Pouco conhecia a nossa organização. Mas a reação não o perdoou. Travamosluta de vida e morte. Não podemos ter qualquer ilusão. Enfrentamos um governo debandidos. Outra informação que nos foi transmitida esclarece que dois policiais, oumilitares, chegaram à “beira” do DA dizendo-se amigos dos “paulistas”, no dia 2 de março,e que, mais ou menos a 6 Eduardo era detido. E nós só soubemos da ação do inimigo dia12, poucas horas antes do ataque ao Peazão. De certo modo falhou o nosso sistema deinformações. Tivéssemos sabido o que ocorrera na “beira”, poderíamos ter evitado algumasquedas em outros DD e tomado providências mais eficazes. Aproveitamos a experiência.Com a incursão do DA ao longo do Araguaia, o inimigo se mobilizou em grande estilo.Transformou a “beira” do DA (PA1) em base de helicópteros e de soldados. Intensificou-seo patrulhamento. Cavou trincheiras na Transamazônica. Mas grande á a sua falta devigilância. Companheiros nossos têm controlado os movimentos de suas patrulhas e só nãorealizaram ação contra elas por falta de co que, em sua maioria, estavam em tarefas depropaganda revolucionária armada. Dois co surpreenderam dois soldados tomando banhocom uma sentinela displicente. Só não os fustigaram porque, no momento, não eraconveniente. Breve o DA realizará ações mais positivas contra o inimigo.A Rádio Tirana, no dia 2, irradiou artigo do Cid, tendo como centro os acontecimentosocorridos no Sul do Pará. Matéria curta e muito boa. É um chamamento à luta. Encarou osfatos com grande amplitude e mostrou o sentido político de nossa resistência armada. Naprimeira oportunidade discutiremos esse artigo em todos os DD. Também ficamossatisfeitos por estar o Cid são e salvo. A 3, a mesma rádio transmitiu a reportagem arespeito do relatório do Bispo de Marabá sobre os maus tratos ao padre Roberto e à IrmãMaria das Graças. Matéria excelente. O relatório, indiretamente, projeta a nossa lutanacionalmente e fora de nossa fronteira. A resistência armada, aqui no Araguaia, aguçacontradições entre a ditadura militar e a Igreja Católica. Corajosa a atitude do Bispo. Este,em seu relatório, fala de guerrilheiros das regiões de S. Domingos e S. Geraldo e informaque um tal major Odon afirmara que o tenente Alfredo , que torturou os religiosos, estavanervoso e cansado por ter passado uma semana na mata. Ficará mais nervoso ainda porqueterá que enfrentar por muito tempo os guerrilheiros na selva... Faço idéia da repercussão dofato na região – Palestina, Araguatins, Marabá, Imperatriz e outras cidades e vilarejos -.
Afinal, a pesar da ditadura impor severa censura sobre a nossa guerrilha, esta acaba setornando conhecida de vastos setores da população.Hoje, saíram rumo ao DA, o Pe e o Ari. O primeiro dará uma grande ajuda aos co daqueleD.Segundo a informação do Joaq, a prisão do Paulo é bastante ruim. A tal paralisia nas pernasera simulação. Que farsante! Agora, pede transferência de D ou que o mandem para outratarefa do P. Está visivelmente acovardado. A CM não aceita seu pedido. Trata-se deelemento preguiçoso e inútil. Aguardemos sua atitude no futuro. O Regulamento Militar épara ser aplicado, indistintamente, a todos os co.8/7 – Acaba de sair o Ivo para encontrar o Ju, que não pôde vir com o Joaq por estaratacado de malária (uma terçã maligna) e ficou no DA. Jo estará acompanhado de Ari queviajou com o Pe até o ponto com o DA.Terminou a farinha. O que salva a situação é a carne do veado abatido por Ivo no dia 6.Também foram mortos dois jacus. Dois jabutis estão de reserva, pendurados em umaárvore.9/7 – Inesperadamente regressaram ao acampamento o Pe e o Ari. Encontraram-se com ZCe Piauí que informaram estar o Jo bastante doente, atacado agora de pneumonia, e por issonão pôde regressar imediatamente. Temos que esperar 20 a 30 dias. Está sendo transportadode rede e faz suas necessidades com a ajuda de outros co. Como tudo corria normalmenteno DA e seus componentes estavam se dedicando à tarefa de abastecimento, e tambémporque o Ari não sabia voltar sozinho, Pe decidiu voltar do local do encontro. Ele inteirousede novos dados sobre o trabalho de massa do DA, o qual tem as melhores perspectivas.Cresce o número de nossos amigos e aumenta a ajuda do povo.Pe trouxe notícias ruins do DC, do qual estamos desligados. Durante a sua viagem de ida,tendo, inadvertidamente, se aproximado de um pequeno caminho de castanheiro, deparousecom um elemento de massa. Este, a princípio assustando, tranqüilizou-se depois erevelou sua simpatia conosco. Conhecia Jo e Ivo aos quais elogiou. Informou, então, que nazona de Esperancinha, onde existiu um PA do DC, há 3 semanas, haviam sido assassinados3 combatentes nossos, entre eles uma mulher. Isso aconteceu na casa de um morador que secomprometera vender-lhe alguns produtos. O patife marcou o dia da entrega dos mesmos efoi avisar a polícia. Quando nossos companheiros chegaram para apanhar a mercadoria,foram tocaiados pelos soldados escondidos no telhado da casa. A jovem morreu com umtiro na cabeça. Outro co, tendo corrido, foi metralhado na barriga e caiu morto um poucomais longe do local. A reação trouxe o Geraldo para reconhecer os corpos. O lavradorinformou igualmente que um dos mortos era doutor, o que me deixou apreensivo sobre asorte do Ju, que na ocasião deveria ter passado por aquela zona à procura de contato com oDC. Mas é pouco provável que seja o nosso esculápio. Pela segurança do informante, anotícia parece ser verdadeira. O camponês deu outra informação, menos precisa, de que asforças repressivas tinham efetuado um ataque nos Perdidos – área de trabalho de massa doDC – tendo matado ou prendido uma moça e um rapaz. Aguardo novas informações do DCpara analisar estes acontecimentos. O Ju e seu grupo estão para chegar estes dias e poderãoesclarecer o que houve. Se se confirmar a informação do elemento de massa, o DC sofreuum duro golpe, que também se refletirá no conjunto de nossas forças.Hoje, mudamos de acampamento. Apesar de lá estarmos somente há uns poucos dias, nãopoderíamos ali permanecer porque o terreno era um vasto formigueiro. Agora estamoslivres das formigas e vivemos em lugar mais escondido e de maior comodidade.
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hoje, cedo, voltou com um tatu. À
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evólveres. Enfrentamos atualmente
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Espero a vinda do Joaq para discuti