deste, com o Joaq. Também o pessoal desgarrado daquele D conseguiu ligar-se com o seuVCO DB está praticamente rearticulado. A história contada pelo Amauri, responsável peloacampamento do DB é um tanto estranha e cabulosa. No dia que deviam manter contatocom o mensageiro do Osv (o que se perdera) não encontraram o ponto de encontro.Esperaram muitos dias no mesmo lugar. Como não aparecesse ninguém mudaramapressadamente de acampamento e resolveram investigar. Depois de visitar duas vezes umelemento da massa, souberam vagamente que teria havido um choque de guerrilheiros como Exército, no qual 4 elementos nossos teriam morrido e 2 estariam feridos. Daí concluíramque se tratava do Osv e se arrancaram para outra área, perdendo todo o contato com ocomando do D. No entanto, há um lado positivo em tudo isso. Sobreviveram bem na mata,caçando e conseguindo alimentos.A história do Ju é mais interessante. Viajou durante 62 dias e visitou mais de 40 famílias.Abasteceu-se com a massa e trouxe toda a espécie de informações. Ligou-se comconhecidos e desconhecidos, obtendo apoio da maioria esmagadora das pessoas com quemmanteve contato. 11 dias depois de sua partida, ao sair de uma casa e ao entrar na mata,junto a uma grota, ele e os 4 co que o acompanhavam foram emboscados pelo inimigo.Sobre o grupo caiu uma saraivada de balas. Ju foi atingido no pé e na coxa, mas retirou-seordenadamente , conservando incólume a sua pequena força. O ferimento era leve. Tevemuita sorte.. Para se recuperar perdeu 15 dias na mata, atrasando, desse modo, sua viagem.Durante esse período de estada na selva, o Aparício, no curso de uma caçada, perdeu-se enão achou mais seus companheiros. Viu-se obrigado a arranchar na casa de um elemento damassa, onde o Exército o localizou. Este corajoso co do DB não se entregou e morreulutando contra os cães de fila da ditadura. É a primeira baixa por morte que sofre esse D.Aqui, em nome do partido e da CM, presto nossas homenagens ao valente camarada,dirigente estudantil, que viera de Minas para participar da guerra popular.Ju informa que no DC, Lucia e Josias, vindos no início do ano, foram presos em casas depessoas da massa que os entregaram à reação. Lucia teve um comportamento corajosos, oque impressionou inúmeros camponeses e suas mulheres. Também foi preso o Carlito, queestava com a perna machucada, perto de um pique. Surpreendido pelo inimigo, assumiuatitude destemida, sendo brutalmente espancado. Domingos, que se encontravainexplicavelmente com outros co em um antigo PA, foi igualmente preso. Sua posiçãoparece não ser boa. Ju obteve mais uma informação: Lena fora presa ou assassinada emcasa de um elemento da massa, onde parte de seu G costumava se alimentar. A esta lista deperdas, deve-se acrescentar a morte de Jorge, um experimentado co, chefe de grupo eantigo líder estudantil do Ceará no período das grandes manifestações populares de 1968.Sua perda é um sério golpe no DC. Ela traz, no entanto, ensinamentos a toda ForçaGuerrilheira. O C do DC combinara com um lavrador considerado, antes da luta, como umdos nossos melhores amigos, a compra de fumo. Marcou local, dia e hora para a entrega daencomenda. Cearense, este o apelido do miserável, verdadeiro Judas, esperando receberrecompensa em dinheiro (mil cruzeiros), avisou o Exército. Jorge, que vinha à frente dogrupo. Foi então tiroteado e morto. Para reconhecer seu cadáver foi trazido o Domingos (enão o Geraldo). Com estas tristes informações fica melhor esclarecida a notícia que umcamponês fornecera ao Pe há mais de um mês. No choque em que Jorge caiu um tenente foiferido no ombro. Talvez tenha morrido. Para compensar as novidades dolorosas, nossobula-chefe soube que o Vict, Zé Francisco e Daniel, que pensávamos terem sido presos emS. Geraldo no início da luta, conseguiu regressar trazendo nosso co e alguns recursos emdinheiro.
As forças da ditadura na área do DC vêm cometendo toda sorte de arbitrariedades. Prendeme interrogam duramente os camponeses. Em Xambioá desencaminharam inúmeras jovens.Amarraram um comerciante o dia todo no campo de aviação só porque ele defendeu PauloRodrigues, C do DC. As violências se sucedem. No Caiano, obrigam todas as famílias amorar no patrimônio e transformaram em quartel a escola que nossos companheirosconstruíram juntamente com o povo. Neste Lugarejo ninguém pode sair à rua depois das 19horas. Também em Xambioá os oficiais vivem a se banquetear com o Antoninho, o maiorgrileiro da região e a figura mais odiada pelas massas.Na área estão bastante populares a co Dina e o Osv. Sobre eles correm as mais variadaslendas. O Exército está dando 2 milhões por qualquer informação que leve {a captura oumorte de Dina ou Paulo Rodrigues.Na próxima reunião da CM examinaremos as experiências da incursão do Ju, e tiraremos asnecessárias lições. Infelizmente o Ju não conseguiu restabelecer a ligação com o DC –objetivo principal da viagem -, tarefa que ficará para ser realizada brevemente.23/8 – No dia 21, eu, Joaq e Ju saímos ao encontro do DB. No acampamento reunimostodos os co. Proferi então uma palestra abordando problemas políticos internacionais e dopaís, bem como da nossa resistência armada e do D. Procurei incentivar todos os co,sublinhando o esforço por eles desenvolvido em mais de 4 meses de luta. Mostrei que estaluta se realiza em situação mundial favorável e assinalei que para nós se abrem as melhoresperspectivas. Os 130 dias de luta nos mostram que se não cometermos erros cresceremoscontinuamente. O perigo está em superestimarmos o inimigo e em subestimarmos nossasforças e nossas reais possibilidades.No dia seguinte eu e o Joaq regressamos e o Ju ficou para trazer uma lata de castanha. Aochegarmos ao nosso acampamento encontramos Pe, Ivo e Ari. O Zezinho irá, com AL,realizar sua missão de restabelecer o contato com o P. Amanhã, logo que chegue o bula, Peprestará informações sobre a situação do DA.27/8 – De acordo com o informe do Pe, as coisas correm normalmente no DA. Oscompanheiros solucionaram o problema de abastecimento para uns 3 meses e têm boaspossibilidades de resolver as questões de logística para um longo período. Neste sentido, omaior empecilho é a falta de dinheiro. Realizaram também novas visitas a elementos damassa, tendo boa receptividade. Alguns camponeses podem ser estruturados num núcleoclandestino do MLP e outros, pelo menos dois, podem ser recrutados para as ForçasGuerrilheiras. O ZC e o Piauí vêm se revelando como C tranqüilos e capazes. Não noscriam nenhuma dificuldade. Ao contrário, ajudam-nos bastante. A CM, depois de mais de 2meses, reuniu-se completa. Tomou uma série de decisões, inclusive a de reunir com os CCe VVCC dos DD a fim de transmitir-lhe o balanço de 4 meses de luta e dar-lhes novasdiretrizes. Na área do DA, o inimigo, em sua tática, vem aliando a violência à demagogia.O camponês que fora humilhado por um sargento foi visitado por um tenente que veio pedirdesculpas pelo ocorrido. Que hipócrita!Desde o dia 24 estamos à espera do Osv para reunir com o C e VC do DB. No entanto, eleainda não chegou, o que atrapalha os nossos planos.1/9 – No dia 29 eu, Pe e Ju fomos ao acampamento do DB, que tombou 6 co atacados demalária. O Osv já tinha chegado, mas não se encontrava no local onde o D acampara. Foraa um depósito buscar farinha, rapadura e remédios. Só regressou na manhã seguinte. Entãoreunimos com ele e o Zeca. Foi prestado pelo Osv um informe sobre as atividades do DB.Relatou o C o que fez no trabalho de massas. Visitou 11 famílias, tendo sido muito bemrecebido. Conseguiu 10 quartas de farinha e um saco de milho. Mas ainda não apanhou a
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hoje, cedo, voltou com um tatu. À
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Espero a vinda do Joaq para discuti