- 110 -queixas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> apresentadas são dissociadas da instituição, ou seja, a instituição nãotem programa <strong>de</strong> tratamento, não se ocupa <strong>do</strong> assunto e para qualquer passo no senti<strong>do</strong>da cura, o fazem sem apoio administrativo.Quan<strong>do</strong> questiona<strong>do</strong>s sobre a política da instituição, referem que esta não tem algumprograma <strong>de</strong> tratamento, não se ocupam <strong>do</strong> assunto.“Eu acho até interessante, quan<strong>do</strong> você levaesse problema, é como se o problema fossemeu, mas não é meu, é da instituição. Umapessoa <strong>de</strong>ssa não po<strong>de</strong> trabalhar assim. Nomomento, elas estavam afastadas. Quan<strong>do</strong> euvoltar, eu vou ter que chamar pra conversar.Ou você se cuida, eu não posso permitir quevocê trabalhe, porque eu não posso <strong>de</strong>ixaralguém alcoolizada cuidar <strong>de</strong> um paciente”.Ainda assim, mesmo expressan<strong>do</strong> indignação pela postura da administração <strong>do</strong> <strong>pronto</strong><strong>socorro</strong>, expressa mais uma vez que a ênfase é sobre a questão da produção <strong>de</strong> bonscuida<strong>do</strong>s por parte <strong>do</strong> cuida<strong>do</strong>r. A preocupação é com o usuário <strong>do</strong> serviço.Quan<strong>do</strong> questiona<strong>do</strong>s sobre a notificação <strong>do</strong> aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, os <strong>enfermeiro</strong>safirmam que “os funcionários não fazem CAT por achar que não é importante. Ésubnotifica<strong>do</strong>”.As causas da subnotificação são atribuídas à falta <strong>de</strong> importância dada às pequenaslesões, como picada <strong>de</strong> agulha e o <strong>de</strong>sconhecer a importância da emissão <strong>do</strong> CAT(MARZIALE e RODRIGUES, 2002).Enfim, quan<strong>do</strong> se trata <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, a regra básica para a forma <strong>de</strong> lidar com os problemassurgi<strong>do</strong>s em <strong>de</strong>corrência <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>, em geral é individual, particular e dissociada daorganização e das condições <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>, bem como sem interferências da
- 111 -administração <strong>do</strong> hospital no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> verificar o que nesse tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>levar ao sofrimento.Em geral, existe uma procura por tratamentos médicos e até intervenções cirúrgicascomo se po<strong>de</strong> observar nas falas abaixo:“Fez cirurgia <strong>de</strong> varizes”.“Eu já tirei as minhas duas safenas”.Outra forma <strong>de</strong> se cuidar é “fazen<strong>do</strong> exercício, tomo meus florais”. Mas, em momentoalgum cita a questão da responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> hospital. A estratégia para se cuidar éindividual, pessoal, particular.Encontramos uma representação <strong>de</strong> que o problema é pessoal, individual e por isso <strong>de</strong>veser assim trata<strong>do</strong>, mesmo no que se refere à elaboração <strong>de</strong> uma programação para otratamento.“Tem <strong>enfermeiro</strong>s que se queixam, mas quenão se cuidam. Eu já tirei as minhas duassafenas, fiz minhas cirurgias, que eu procurei,as duas eu programei próximas as minhasférias”.De qualquer maneira, o assunto não é associa<strong>do</strong> ao <strong>trabalho</strong>, ao tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>. Aprogramação para o tratamento feita para ser realizada no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> férias, <strong>de</strong>monstraisso.Contraditoriamente, nem to<strong>do</strong>s os <strong>enfermeiro</strong>s se cuidam ainda que se associe ou não aqueixa como sen<strong>do</strong> originada e /ou agravada a partir <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da ativida<strong>de</strong><strong>de</strong> <strong>enfermeiro</strong>.
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