- 76 -Por outro la<strong>do</strong>, uma abertura dada, um único estímulo <strong>de</strong> atenção e <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong>interessa bastaria para a conversa fluir... ou para o chamamento constante (PAI eLAUTERT, 2005).Além disso, os trabalha<strong>do</strong>res <strong>de</strong>ste ramo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>, nos parece, contam com umahistória <strong>de</strong> <strong>de</strong>svalorização e com conteú<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ste processo que os leva a incutir no seuimaginário, nas suas representações, o sofrimento e o ter <strong>de</strong> suportá-lo como parteintrínseca da ativida<strong>de</strong>.“Mas fulano fez isso, você não fala nada.Sempre é a enfermagem, só sobra praenfermagem, mas não tem jeito. A natureza danossa profissão é essa”.Quan<strong>do</strong> se trata <strong>de</strong> atendimento <strong>de</strong> crianças o tratamento <strong>do</strong> <strong>enfermeiro</strong> para com opaciente se torna mais lúdico, sen<strong>do</strong> que este lúdico é sempre com o objetivo <strong>de</strong> facilitara aceitação pela criança <strong>do</strong> procedimento que <strong>de</strong>ve ser realiza<strong>do</strong>, como por exemplo,tirar as agulhas <strong>do</strong> soro. A enfermeira solicita a “permissão” <strong>do</strong> pequeno pacienteestabelecen<strong>do</strong> a relação <strong>de</strong> troca, tirar as agulhas <strong>do</strong> soro e ganhar um presentinho, umafigurinha a<strong>de</strong>siva.O <strong>enfermeiro</strong> colabora com os auxiliares, cortan<strong>do</strong> a fita a<strong>de</strong>siva, posicionan<strong>do</strong> o braço<strong>do</strong> bebê para a auxiliar <strong>de</strong> enfermagem colher o sangue da criança, que não consegueacertar a veia <strong>do</strong> bebê na primeira vez. Este é um momento <strong>de</strong> muita tensão, pois errar aveia significa ter <strong>de</strong> furar outra vez e os pais, como pais que são, fazem expressões <strong>de</strong><strong>do</strong>r, por outro la<strong>do</strong>, expon<strong>do</strong> a enfermagem a mais tensões, riscos <strong>de</strong> stress. Aenfermeira refere que “fica mais chateada com o sofrimento <strong>do</strong>s pais, que choram,sofrem”.Para alguns <strong>enfermeiro</strong>s “é mais leve trabalhar com adulto e que com criança sofremmuita pressão <strong>do</strong>s pais, muitas cobranças. Quan<strong>do</strong> erra a veia... Tem profissional bom<strong>de</strong> veia... Mas, às vezes a criança está com febre, <strong>de</strong>sidratada e fica mais difícil <strong>de</strong>
- 77 -acertar a veia e se culpa o profissional”. É a culpabilização <strong>do</strong> profissional, ele temobrigação <strong>de</strong> acertar, não po<strong>de</strong> errar.Outra situação nos mostra a preocupação e o foco <strong>do</strong> <strong>enfermeiro</strong> no paciente criança quejá tomou várias inalações. O <strong>enfermeiro</strong> usan<strong>do</strong> o OXIMETRO 15 , aparelho que me<strong>de</strong> aquantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> oxigênio no corpo da criança, brinca distrain<strong>do</strong>-o enquanto realiza oprocedimento _ “Que time você torce? Se for Palmeiras, ainda tem chance”.Co<strong>do</strong> (2004) em O <strong>trabalho</strong> enlouquece? Um encontro entre a clínica e o <strong>trabalho</strong>,coloca “o cuidar exige atenção, <strong>de</strong>dicação, entrega, pontua<strong>do</strong> <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> e<strong>do</strong>ação... No caso <strong>do</strong> profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> isso é mais complica<strong>do</strong>. A relação afetiva éparte integrante <strong>do</strong> exercício <strong>de</strong> sua ativida<strong>de</strong> diária para que sua tarefa seja realizada”.Estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> por Souza et al. (2007) refere que <strong>de</strong>ntre as habilida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> <strong>enfermeiro</strong>encontram-se as técnicas e as pessoais. A sua sensibilida<strong>de</strong>, ou melhor, a suasubjetivida<strong>de</strong> é colocada a serviço <strong>do</strong> paciente para possibilitar uma compreensãoa<strong>de</strong>quada <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> enfermo e ministrar-lhe os cuida<strong>do</strong>s necessários.O <strong>trabalho</strong> <strong>do</strong> <strong>enfermeiro</strong> envolve também características <strong>de</strong> educa<strong>do</strong>r e esta qualida<strong>de</strong><strong>do</strong> seu <strong>trabalho</strong> é fundamental para um caminho <strong>de</strong> melhoria da saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> enfermo oucura. Como educa<strong>do</strong>r, enten<strong>de</strong> que <strong>de</strong>ve ensinar o paciente a se cuidar.O Cuidar, segun<strong>do</strong> <strong>enfermeiro</strong>s, envolve passar para o paciente a aprendizagem comrelação ao seu problema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e qual <strong>de</strong>ve ser a sua conduta quan<strong>do</strong> obtiver alta,<strong>de</strong>volver-lhe autonomia, ainda que parcial.“Cuidar das pessoas, ensinar que elas secui<strong>de</strong>m, e gerenciar as pessoas, que executamcuida<strong>do</strong>s <strong>de</strong> enfermagem. Ensinar que elas secui<strong>de</strong>m, porque quan<strong>do</strong> elas saem da alta,precisam apren<strong>de</strong>r a se cuidar, tem paciente15 Oxímetro é um dispositivo médico que me<strong>de</strong> indiretamente a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> oxigênio no sangue <strong>de</strong> umpaciente. Em geral é anexa<strong>do</strong> a um monitor, para que os médicos e fisioterapeutas possam ver aoxigenação em relação ao tempo. A maioria <strong>do</strong>s monitores também mostra a freqüência cardíaca.
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