- 28 -Segun<strong>do</strong> eles, há uma necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma conferência mais apurada. “Se o carrinho <strong>de</strong>parada está lacra<strong>do</strong>, se as laminas estão com dispositivos corretos, se os aparelhosestão funcionan<strong>do</strong>. Outros equipamentos são conferi<strong>do</strong>s to<strong>do</strong>s os dias, <strong>de</strong> manhã e <strong>de</strong>noite. Se um monitor cardíaco está funcionan<strong>do</strong>, se tem algo quebra<strong>do</strong>, se os eletro<strong>do</strong>sestão com fácil acesso, se o ar comprimi<strong>do</strong> funciona. Se tá vin<strong>do</strong>, se não tem válvulaquebrada, to<strong>do</strong>s os respira<strong>do</strong>res, para que na hora que você precisa, estão to<strong>do</strong>s comfácil acesso”.A organização da escala <strong>de</strong> funcionário entra na seqüência e também consta como umatarefa importante para o <strong>enfermeiro</strong>.“Eu costumo <strong>de</strong>ixar a cada 5 dias, troca <strong>de</strong>setor. Com os poucos funcionários que a gentetem, mas quem está escala<strong>do</strong> na área <strong>de</strong>emergência, na remoção, nos consultórios, nacoleta, no eletro...”.A sala <strong>de</strong> medicação é um <strong>do</strong>s setores críticos, pois “é sempre lotada. Então tem umque fica responsável pela sala, e outro que está cobrin<strong>do</strong> vários setores, mas também éapoio pra aquela pessoa. Então não tem essa. Eu saí pra lavar os inala<strong>do</strong>res. Por maisque vai fazer alguma coisa, instalar um soro na sala <strong>de</strong> observação, a responsabilida<strong>de</strong>é <strong>de</strong>le”.Quan<strong>do</strong> se inicia o fluxo <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, esta preparação se torna quase impossível. Porisso é importante fazer no início as triagens, reposições, reavaliações, reposição <strong>de</strong>setor.A reposição está relacionada a repor materiais médicos hospitalares <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os setorese também os fármacos da sala <strong>de</strong> medicação.A não reposição <strong>do</strong>s materiais e medicamentos no começo <strong>do</strong> plantão traz comoconseqüência para o <strong>enfermeiro</strong> ter <strong>de</strong> ficar corren<strong>do</strong> na farmácia pra retirar isso eaquilo porque no <strong>de</strong>correr <strong>do</strong> dia o fluxo <strong>de</strong> pessoas é intenso e ele e não consegue.
- 29 -“Procuro ver tu<strong>do</strong> que tem pra fazer opedi<strong>do</strong>, bem ce<strong>do</strong>, pra quem esta trabalhan<strong>do</strong>não sofrer as conseqüências da falta <strong>de</strong> algo.Aí, essa coisa <strong>de</strong> passar os setores to<strong>do</strong>s, efazer o serviço <strong>de</strong> materiais, e outro la<strong>do</strong>, terconhecimento <strong>de</strong> tu<strong>do</strong> que não tem ou tem pravocê passar pros médicos. Ó, não temosantibióticos e tal. E muitas vezes até fazer afunção <strong>de</strong> intermediário. Pras situações <strong>de</strong>bronco espasmo, não temos hidrocortisona...”Essa conferência “tem” <strong>de</strong> ser realizada pelo <strong>enfermeiro</strong>, pois não <strong>de</strong>legam para oauxiliar <strong>de</strong> enfermagem. Segun<strong>do</strong> eles, é uma rotina difícil, porque dificilmentepermanecem senta<strong>do</strong>s. E muitas vezes você tem que confiar na sua equipe.São tarefas que visam à agilização <strong>do</strong> <strong>trabalho</strong>, muitas tarefas administrativas e <strong>de</strong>supervisão e nesse senti<strong>do</strong>, o <strong>enfermeiro</strong> transforma-se em um administra<strong>do</strong>r, umassistente social, um auxiliar administrativo, em um gerente, um profissional <strong>de</strong>relações públicas. Este aspecto da ativida<strong>de</strong> nos remete a certa ausência <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição <strong>do</strong>que seja a profissão <strong>de</strong> <strong>enfermeiro</strong>, como se houvesse, uma crise <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>.Outro aspecto que merece ser pontua<strong>do</strong> está relaciona<strong>do</strong> à falta <strong>de</strong> <strong>de</strong>limitação das açõesda enfermagem, levan<strong>do</strong> a que sejam consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s culpa<strong>do</strong>s pelas falhas administrativas<strong>do</strong> hospital. Segun<strong>do</strong> SPINDOLA e SANTOS (2005), a enfermagem é cobrada pelosmédicos, pelos pacientes, por familiares e também pela administração.A necessida<strong>de</strong> da preparação amplia um pouco a sua jornada <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> comoverificamos na fala abaixo:“Se eu tenho horário pra chegar, mais ce<strong>do</strong>,pra me organizar pra trabalhar às 12 horas,você tem que se organizar pra trabalhar às 12
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