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Nov-Dez - Sociedade Brasileira de Oftalmologia

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Hipertensão ocular “mascarada” por e<strong>de</strong>ma <strong>de</strong> córnea após cirurgia da catarata351CRF 8,0mmHg. Optou-se por manter medicação tópicaanti-hipertensiva ocular e iniciar <strong>de</strong>smame do corticói<strong>de</strong>com lotoprednol 0,5% (Loteprol), bem como adicionarlubrificação tópica com lágrima artificial a base <strong>de</strong> HPGuar e com Polyquad como conservante (Oftane) 4 vezesao dia e suplementação alimentar com ácidos graxosessenciais tipo ômega 3 a base <strong>de</strong> linhaça em cápsulas<strong>de</strong> 1g, 2 vezes ao dia durante as refeições.Três semanas após a primeira avaliação, a pacienteretornou relatando redução importante dos sintomas e melhorada visão que era, sem correção, <strong>de</strong> 20/20 em OE. Apaciente fazia uso da suplementação alimentar recomendada,Loteprol 2 vezes ao dia e Oftane irregularmente, tendo<strong>de</strong>scontinuado por conta própria o Combigan há 5 dias.O ORA revelou IOPcc 13,9 mmHg, IOPg 11,5mmHg, CH 9,2 e CRF 8,2 (Figura 1B). A espessura central(Pentacam) foi <strong>de</strong> 522µm (Figura 2C). A diferença daespessura corneana po<strong>de</strong> ser observada no mapa diferencial(Figura 2D). Observou-se redução significativa darefletivida<strong>de</strong> (scattering) da córnea e restauração da transparênciacorneana e resolução do quadro <strong>de</strong> e<strong>de</strong>maestromal, que se correlacionou com os achados das imagens<strong>de</strong> Scheimpflug (Figura 3B). O padrão <strong>de</strong> progressãoespacial estava <strong>de</strong>ntro dos limites da normalida<strong>de</strong>(Figura 4B). Ao exame da lâmpada <strong>de</strong> fenda, observou-seainda leve ceratopatia ponteada no 1/3 inferior.Consi<strong>de</strong>rando-se a evolução clínica e os achados,optamos por manter <strong>de</strong>smame do corticói<strong>de</strong>, orientara paciente sobre a importância da lubrificação e dasuplementação alimentar para tratamento da disfunçãolacrimal e retornar para controle pressórico em um mês.Com isso, a paciente retornou neste período semqueixas, em uso da suplementação alimentar recomendadae Oftane 4 vezes ao dia. A acuida<strong>de</strong> visual sem correçãoera <strong>de</strong> 20/20 em OE. O exame do segmento anteriorrevelava olho esquerdo calmo pseudofácico, sem alteraçõesnotáveis. A TAG era <strong>de</strong> 15mmHg às 15 horas. OORA revelou IOPcc 15,1mmHg, IOPg 13,3mmHg, CH9,3 e CRF 8,1. A espessura central (Pentacam) foi <strong>de</strong>529µm. O exame da microscopia especular revelou contagem<strong>de</strong> 2.617 células/mm 2 em OD, com mosaico celularnormal e 1.960 células em OE, com mo<strong>de</strong>radospolimegatismo e pleomorfismo. A paciente foi orientadapara retornar em 3 meses para controle clínico e acompanhamentoou antes, em caso <strong>de</strong> alguma sintoma novo.DISCUSSÃOA influência da córnea nas medidas da TAG ésabida <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a introdução do método por Goldmann eFigura 3: Tomografia <strong>de</strong> segmento anterior com imagens <strong>de</strong>Scheimpflug (Pentacam)Figura 4: Gráfico <strong>de</strong> Progressão Paquimétrica Espacial: A – Naprimeira consulta com e<strong>de</strong>ma subclínico; B – Após o tratamentoSchimitd, em 1957 (1) . Entretanto, somente após a publicaçãodo estudo OHTS (Ocular Hypertension TreatmentStudy), em junho <strong>de</strong> 2002, que i<strong>de</strong>ntificou em análisemultivariada a espessura central da córnea (ECC) comoo mais importante fator preditivo para o <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> lesão glaucomatosa do nervo óptico em pacienteshipertensos oculares, que houve a popularização do reconhecimento<strong>de</strong>sta variável (14) . Fórmulas <strong>de</strong> correçãoda TAG foram propostas com base em análises <strong>de</strong> regressãolinear com a ECC (15-18) . Entretanto, Gunvant etal. <strong>de</strong>monstraram que tais fórmulas po<strong>de</strong>m hipercorrigira medida da pressão em córneas finas (19) . Por outro lado,córneas com aumento da espessura por e<strong>de</strong>ma apresentamuma resistência reduzida e portanto um efeito naTAG similar a córneas com menor espessura (16-20) .Comisso, recomenda-se muito cuidado no uso <strong>de</strong> qualquerfórmula baseada em uma suposta relação sempre linearentre a espessura da córnea, sua resistência e seu efeitoRev Bras Oftalmol. 2009; 68 (6): 348-54

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