12.07.2015 Views

Nov-Dez - Sociedade Brasileira de Oftalmologia

Nov-Dez - Sociedade Brasileira de Oftalmologia

Nov-Dez - Sociedade Brasileira de Oftalmologia

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

328Portes AJF, Gomes LP, Amaral BLMB, Massa LINTRODUÇÃOAo contrário dos tratamentos médicos baseadosna ingestão <strong>de</strong> medicamentos por via oral, ouso correto <strong>de</strong> colírios <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma técnica<strong>de</strong> administração baseada em movimentos <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>naçãomotora fina associada à visão a<strong>de</strong>quada (1) .Muitos pacientes, notadamente os idosos, têm dificulda<strong>de</strong>em aplicar medicações oculares tópicas <strong>de</strong>vidoa não possuirem a<strong>de</strong>quada coor<strong>de</strong>nação motora ou visão<strong>de</strong> perto sem óculos (1) .Vários estudos <strong>de</strong>monstraram que o uso incorreto<strong>de</strong> colírios po<strong>de</strong> acarretar o aumento da absorçãosistêmica das drogas, com consequente maiortoxicida<strong>de</strong> (2) .O uso incorreto ocorre quando se usa númeroexcessivo <strong>de</strong> gotas por aplicação ou número excessivo<strong>de</strong> aplicações das gotas.É comum o uso <strong>de</strong> gotas gerar sensações <strong>de</strong>sagradáveiscomo queimação, ardência e lacrimejamento. Emvirtu<strong>de</strong> <strong>de</strong>stas sensações, as crianças são <strong>de</strong> um grupoem que o uso <strong>de</strong> gotas representa um transtorno para ainstituição <strong>de</strong> um tratamento, <strong>de</strong>vido à sua pouca cooperação,exacerbada pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manterem osolhos abertos para o colírio ser aplicado.Alguns dos mais importantes fatores que levamos pacientes a não a<strong>de</strong>rirem a<strong>de</strong>quadamente ao tratamentocom colírios po<strong>de</strong>m estar relacionados à instilaçãoincorreta <strong>de</strong>stes, o que eleva o custo da terapêutica (3) .O uso do medicamento sob a forma vaporizada po<strong>de</strong>facilitar o tratamento em: crianças, pacientes com altasametropias, idosos, pós-operatórios, traumas oculares, etc.<strong>de</strong>vido a menor necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> visão da ponta do colírio,da proximida<strong>de</strong> dos cílios e <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação motora (4) .Há estudos que <strong>de</strong>monstraram a eficácia dos medicamentosquando aplicados na forma <strong>de</strong> vaporização.No Brasil apenas um estudo <strong>de</strong>ste tipo foi publicado naRevista <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Oftalmologia</strong> por Tavares e Portes(4) em 2006. Após extensa revisão bibliográfica nasbases <strong>de</strong> dados MedLine, LILACS e SciELO, não encontramosestudos nacionais ou internacionais sobre a percepçãoda aplicação tópica <strong>de</strong> drogas vaporizadas nosolhos.Os objetivos <strong>de</strong>ste trabalho foram:a) Avaliar <strong>de</strong> acordo com questionário qual o nível<strong>de</strong> facilida<strong>de</strong> ou dificulda<strong>de</strong> para aplicação tópica<strong>de</strong> medicações oculares: vaporização x gotas;b) Avaliar <strong>de</strong> acordo com a observação do pacientequal o método que foi utilizado com maior a<strong>de</strong>quaçãotécnica para aplicação <strong>de</strong> drogas tópicas oculares.MÉTODOSA pesquisa foi realizada no no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong> 2008 e2009 no Ambulatório <strong>de</strong> <strong>Oftalmologia</strong> da PoliclínicaRonaldo Gazolla da Universida<strong>de</strong> Estácio <strong>de</strong> Sá – Rio<strong>de</strong> Janeiro (RJ), Brasil.Foi utilizado um frasco <strong>de</strong> colírio <strong>de</strong> solução <strong>de</strong>lubrificante ocular <strong>de</strong> carboximetilcelulose sódica a0,5% e um frasco <strong>de</strong> vaporizador previamente esterilizadocom óxido <strong>de</strong> etileno contendo a mesma solução(procedimento realizado em centro cirúrgico).No ambulatório havia uma ca<strong>de</strong>ira e uma maca,<strong>de</strong> forma que os pacientes po<strong>de</strong>riam realizar a instilação,tanto quanto possível, da mesma forma que estivessemhabituados a fazê-lo em seu próprio ambiente.Para cada participante foi fornecido um frasco <strong>de</strong>colírio <strong>de</strong> solução lubrificante ocular <strong>de</strong>carboximetilcelulose sódica a 0,5% e solicitado que efetuassea instilação do mesmo em um dos olhos previamenteselecionado. Através <strong>de</strong> um processo randomizadopor uma tabela pseudoaleatória do Excel só foram incluídosos pacientes que disseram saber instilar colírionos olhos.No outro olho foi solicitado que o participanteaplicasse a solução <strong>de</strong> carboximetilcelulose sódica a0,5% através do vaporizador.Todo processo foi acompanhado pelos autores.Após o processo foi perguntado ao paciente questõespré-formuladas sobre a praticida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ambos osmétodos.A análise estatística foi realizada com auxílio daplanilha Excel 2007 para confecção <strong>de</strong> tabelas e do programaBiostat 5.0 para cálculo da significância estatística.Aspectos éticosEsta pesquisa foi submetida ao Comitê <strong>de</strong> Éticaem Pesquisa da Universida<strong>de</strong> Estácio <strong>de</strong> Sá.RESULTADOSDos 50 pacientes avaliados, 72% eram do sexofeminino com ida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 50,94 ± 18,16 anos.Em relação ao grau <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> administraçãotópica ocular, 36% acharam difícil ou muito difícil avaporização e 14% a instilação <strong>de</strong> colírio. Emcontrapartida, 70% acharam fácil ou muito fácil realizara instilação do colírio e 42% a vaporização(Tabela 1).As dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>scritas pelos pacientes para aaplicação tópica ocular foram relatadas por 64% dosRev Bras Oftalmol. 2009; 68 (6): 327-31

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!