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Júlia Carina Niemeyer , Silvia Egler e Eduardo Mendes da Silva 133A <strong>ba</strong>cia do rio Su<strong>ba</strong>éA <strong>ba</strong>cia hidrográfica do rio Su<strong>ba</strong>é encontra‐se localizada no Recôncavo Norte, abrangendoparte de sete municípios: Feira de Santana, São Gonçalo dos Campos, SantoAmaro, São Francisco do Conde, São Se<strong>ba</strong>stião do Passé, Amélia Rodrigues eConceição do Jacuípe, numa área de 655 km². Está localizada entre as coordenadasgeográficas de 12 o 15’ e 12 o 40’ latitude sul e 38 o 37’ e 39 o 00’ longitude oeste. O principalcurso d’água é o rio Su<strong>ba</strong>é, o qual tem sua nascente na chamada Lagoa do Su<strong>ba</strong>é(<strong>ba</strong>irro Su<strong>ba</strong>é e Loteamento Parque do Su<strong>ba</strong>é) no perímetro ur<strong>ba</strong>no de Feira deSantana, servindo como corpo receptor de efluentes industriais do Centro Industrialdo Su<strong>ba</strong>é e esgotos domésticos provenientes de vários <strong>ba</strong>irros adjacentes. Esteaporte provoca diminuição da concentração de oxigênio dissolvido na estação seca epH do sedimento de neutro a básico (HATJE et al., 2006; 2010). Seus principaisafluentes são: a) margem direita: rio Sergi (principal afluente), rio Pirauna, rio daSerra e rio Serji‐Mirim e b) margem esquerda: rio Traripe (principal afluente) e riodo Macaco. Sua foz está localizada no município de São Francisco do Conde na <strong>ba</strong>ía deTodos os Santos, em frente à ilha de Cajaí<strong>ba</strong>. O rio Su<strong>ba</strong>é é considerado como a principalfonte de material em suspensão para a <strong>ba</strong>ía de Todos os Santos (HATJE et al.,2006), transportando e distribuindo partículas contaminadas para as águas e sedimentosda <strong>ba</strong>ía.De um modo geral a área da <strong>ba</strong>cia hidrográfica é recoberta com espécies que comumenteconstituem a Floresta Perenifólia (vegetação secundária) e manguezais querecobrem as margens desde a foz do rio Su<strong>ba</strong>é até as proximidades da cidade deSanto Amaro. A vegetação típica de Mata Atlântica vem sendo degradada devido àação antrópica, inicialmente pelo extrativismo e posteriormente por culturas diversase pastagens. Atualmente, restam cerca de 5% da sua cobertura original.Primeiros indícios de contaminação e de ecotoxicidade relacionados àPlumbumUma completa revisão sobre o histórico de contaminação em Santo Amaro pode servista na tese de Anjos (2003). É lá que encontramos o relato de que, em 16 de dezembrode 1961, o jornal de maior circulação no município, “O Archote”, trazia comomanchete principal “COBRAC: fábrica de chumbo e de morte”. A reportagem referiasea um estudo desenvolvido pelo engenheiro químico Dr. Hans Dittmar, contratadopor pecuaristas da região, alarmados com a grande mortalidade de gado e suínos.Após um estudo minucioso, o Dr. Dittmar atribuiu às atividades da fábrica a morte decerca de 250 burros, 200 bovinos, além de outros animais, relacionando‐as às emissõesatmosféricas tóxicas, e alegou que os processos usados pela fábrica para o processamentodo chumbo eram dos mais primitivos. A polêmica levou a fábrica a tomaralgumas medidas de controle da contaminação atmosférica, além da aquisição de terrasno seu entorno, buscando continuar sua produção (ANJOS, 2003).