Carla Costa, Eliane Araujo, Renata Damico Olivieri e Inês Ribeiro e Raquel Lucena 199compõe nem é destruído pelo calor, minúsculas partículas de emissões veicularescontaminam o solo ao longo das estradas (FREUDENRICH, 2012a).Com a proibição do uso de combustíveis aditivados com chumbo no país, a partir de1996, a principal fonte de exposição ao metal passou a ser outra (FREUDENRICH,2012a). Em uma análise realizada, em 2001, a EPA detectou que emissões industriaisrespondiam por 78% da contaminação do ar por chumbo; os combustíveis, por 10%,e o setor de transportes, por 12% (U.S. EPA, 2007d apud LEVIN et al., 2008). Em2004, quatro plantas de tratamento de resíduos estavam entre as 20 fontes que maislançavam chumbo no meio ambiente, de acordo com o Toxics Release Inventory (TRI)da EPA (U.S. EPA, 2007d apud LEVIN et al., 2008).Após um período de declínio, que perdurou por mais de 25 anos, os níveis de chumbono ar voltaram a subir no país entre 2004 e 2006. As maiores concentrações são encontradasnas proximidades de fundições e fabricantes de <strong>ba</strong>terias, constituindo asúnicas violações às leis nacionais voltadas à presença do metal no ar (U.S. EPA, 2007aapud LEVIN et al., 2008). Estudos mostram que crianças que moram perto de áreasde mineração e fundições correm risco de ter elevados níveis de chumbo no sangue(MAISONET et al., 1997; MURGUEYTIO et al., 1996; SWARUP et al., 2005 apud LEVINet al., 2008), mesmo até 20 anos depois do fechamento das unidades fabris (DIAZ‐BARRIGA et al., 1997 apud LEVIN et al., 2008).No entanto, os dados nacionais de emissões de chumbo no ar não retratam com precisãoas emissões locais, tampouco os riscos às populações envolvidas. Nem todas asfontes de emissão de chumbo estão listadas no TRI da EPA. Incineradoras municipaise reparadoras de autopeças são exemplos disto e podem contribuir para a contaminaçãode seus entornos (LEVIN et al., 2008). Além disso, demolições de construçõesantigas contribuem para emissões locais de chumbo e podem aumentar o nível dometal no sangue de crianças (FARFEL et al., 2003; RABITO et al., 2007 apud LEVIN etal., 2008).No que diz respeito à contaminação do solo, oito décadas de combustão de gasolinacom chumbo, emissões industriais e resquícios de tinta à <strong>ba</strong>se do metal, dentre outrosfatores, deixaram um grande passivo ambiental, especialmente nos <strong>ba</strong>irros maispobres (LEVIN et al., 2008). Devido ao tráfego intenso e ao número elevado de habitações,o solo nas áreas ur<strong>ba</strong>nas do país pode ter uma média de 800 a 1.200 g/dl dechumbo (DUGGAN; INSKIP 1985; LANPHEAR 1998a apud LEVIN et al., 2008).Pesquisas históricas sobre atividades comerciais podem identificar fontes atuais deexposição (ECKEL et al. 2001 apud LEVIN et al., 2008). Um estudo no estado deWashington, por exemplo (WOLZ et al. 2003 apud LEVIN et al., 2008), mostrou quemoradias próximas a locais onde compostos de chumbo eram usados como pesticida,entre 1905 e 1947, apresentam contaminação significativa do solo e da poeira interna(LEVIN et al., 2008).
200Casos paradigmáticos sobre contaminação provocada por chumbo em várias regiões do mundoCabe mencionar que o chumbo é o elemento químico mais frequentemente liberadoem locais de destinação de resíduos não controlados. A Agency for Toxic Substancesand Disease Registry (ATSDR) identificou contaminação pelo metal em 59% das áreasatualmente monitoradas (ATSDR 2005, apud LEVIN et al., 2008).Outras fontes potenciais de contaminação por chumbo foram encontradas na poeira,em alimentos ‐ em especial o chocolate ‐ no leite materno, doces importados doMéxico, água potável, suplementos dietéticos, vidros e louças, cerâmicas, e numavasta gama de outros produtos (LEVIN et al., 2008), como <strong>ba</strong>tons (THEWASHINGTON POST, 2012).Em 2007, a Campanha por Cosméticos Seguros ‐ grupo formado por consumidoresque pressiona o governo norteamericano a estabelecer limites para o nível dechumbo encontrado nos <strong>ba</strong>tons, testou 33 <strong>ba</strong>tons vermelhos e descobriu que doisterços deles continham chumbo, sendo que, em um terço, o nível excedia o limite estabelecidopara a presença de metais em doces pela Food and Drug Administration(FDA), a agência de vigilância sanitária dos EUA (THE WASHINGTON POST, 2012).Desde então, a FDA realizou dois testes. Em 2008, suas análises envolveram 20 <strong>ba</strong>tons,e, em 2011, 400. Foram encontrados níveis de chumbo em todos os produtostestados. Nas análises de 2012, cinco <strong>ba</strong>tons da L'Oreal e da Maybelline, subsidiáriasda L'Oreal norte americana, ficaram entre os 10 mais contaminados. Dois <strong>ba</strong>tons daCover Girl e dois da NARS também estão nesta lista, bem como um produto daStargazer (THE WASHINGTON POST, 2012).O nível mais alto de chumbo ‐ 7,19 partes por milhão – foi encontrado no <strong>ba</strong>tom PinkPetal, da série Color Sensational, da Maybelline. Mas a concentração média dechumbo nos 400 <strong>ba</strong>tons testados foi de 1,11 partes por milhão, algo bem próximo damédia obtida nas análises de 2008 (THE WASHINGTON POST, 2012).De acordo com a FDA, os níveis de chumbo detectados não representam riscos à saúde."Do ponto de vista científico, não é válido comparar o risco que a presença dechumbo nos doces, um produto destinado à ingestão, representa para o consumidor,ao risco associado a níveis de chumbo nos <strong>ba</strong>tons, um produto destinado ao uso tópicoque é eventualmente ingerido em quantidades muito inferiores do que os doces",afirmou a FDA em comentários publicados na internet (THE WASHINGTONPOST, 2012).Já a Campanha por Cosméticos Seguros argumenta que a FDA não tem <strong>ba</strong>se científicapara fazer tal afirmação. De acordo com seus integrantes, o nível de chumbo encontradono Pink Petal, da Maybelline, corresponde a mais do que o dobro dos níveis encontradosno relatório anterior da FDA e a mais de 275 vezes o nível encontrado namarca menos contaminada dentre as testadas recentemente. A marca menos contaminada,Wet & Wild Mega Mixers Lip Balm, era também a mais <strong>ba</strong>rata, "demonstrandoque o preço do produto não é um fator indicativo da adoção de práticas adequadasna sua manufatura" (THE WASHINGTON POST, 2012).
- Page 2 and 3:
PROJETO SANTO AMARO - BAaglutinando
- Page 6:
ApresentaçãoCom o apoio do MCTI
- Page 9:
6chumbo que gerou no noroeste da Fr
- Page 12 and 13:
DepoimentosSanto Amaro precisa de u
- Page 14 and 15:
Projeto Santo AmaroBahia: aglutin
- Page 16 and 17:
Projeto Santo AmaroBahia: aglutin
- Page 18 and 19:
Projeto Santo AmaroBahia: aglutin
- Page 20 and 21:
Projeto Santo AmaroBahia: aglutin
- Page 22 and 23:
Passivos socioambientais da minerom
- Page 24 and 25:
Keila Valente de Souza e Maria de F
- Page 26 and 27:
Keila Valente de Souza e Maria de F
- Page 28 and 29:
Keila Valente de Souza e Maria de F
- Page 30 and 31:
Keila Valente de Souza e Maria de F
- Page 32 and 33:
Keila Valente de Souza e Maria de F
- Page 34 and 35:
Keila Valente de Souza e Maria de F
- Page 36 and 37:
Keila Valente de Souza e Maria de F
- Page 38 and 39:
Keila Valente de Souza e Maria de F
- Page 40 and 41:
Keila Valente de Souza e Maria de F
- Page 42 and 43:
Keila Valente de Souza e Maria de F
- Page 44 and 45:
Keila Valente de Souza e Maria de F
- Page 46 and 47:
Carla Guapo Costa e Francisco Rego
- Page 48 and 49:
Carla Guapo Costa e Francisco Rego
- Page 50 and 51:
Carla Guapo Costa e Francisco Rego
- Page 52 and 53:
Carla Guapo Costa e Francisco Rego
- Page 54 and 55:
Carla Guapo Costa e Francisco Rego
- Page 56 and 57:
Carla Guapo Costa e Francisco Rego
- Page 58 and 59:
Carla Guapo Costa e Francisco Rego
- Page 60 and 61:
Carla Guapo Costa e Francisco Rego
- Page 62 and 63:
Carla Guapo Costa e Francisco Rego
- Page 64 and 65:
Carla Guapo Costa e Francisco Rego
- Page 66 and 67:
Carla Guapo Costa e Francisco Rego
- Page 68 and 69:
Maiza Ferreira de Andrade 65industr
- Page 70 and 71:
Maiza Ferreira de Andrade 67Retorno
- Page 72 and 73:
Maiza Ferreira de Andrade 69pesquis
- Page 74 and 75:
Maiza Ferreira de Andrade 71Conclus
- Page 76 and 77:
Maiza Ferreira de Andrade 73BAHIA/C
- Page 78 and 79:
Estudos de avaliação da exposiç
- Page 80 and 81:
Eduardo Mello De Capitani e Mônica
- Page 82 and 83:
Eduardo Mello De Capitani e Mônica
- Page 88 and 89:
Eduardo Mello De Capitani e Mônica
- Page 90 and 91:
José A. MenezesFilho e Vanesca L
- Page 92 and 93:
José A. MenezesFilho e Vanesca L
- Page 94 and 95:
José A. MenezesFilho e Vanesca L
- Page 96 and 97:
José A. MenezesFilho e Vanesca L
- Page 98 and 99:
José A. MenezesFilho e Vanesca L
- Page 100 and 101:
José A. MenezesFilho e Vanesca L
- Page 102 and 103:
José A. MenezesFilho e Vanesca L
- Page 104 and 105:
José A. MenezesFilho e Vanesca L
- Page 106 and 107:
Remediação de áreas contaminadas
- Page 108 and 109:
Jose Ângelo Sebastião Araujo dos
- Page 110 and 111:
Jose Ângelo Sebastião Araujo dos
- Page 112 and 113:
Jose Ângelo Sebastião Araujo dos
- Page 114 and 115:
Jose Ângelo Sebastião Araujo dos
- Page 116 and 117:
Jose Ângelo Sebastião Araujo dos
- Page 118 and 119:
Jose Ângelo Sebastião Araujo dos
- Page 120 and 121:
Jose Ângelo Sebastião Araujo dos
- Page 122 and 123:
Jose Ângelo Sebastião Araujo dos
- Page 124 and 125:
Jose Ângelo Sebastião Araujo dos
- Page 126 and 127:
Jose Ângelo Sebastião Araujo dos
- Page 128 and 129:
Jose Ângelo Sebastião Araujo dos
- Page 130 and 131:
Jose Ângelo Sebastião Araujo dos
- Page 132 and 133:
Jose Ângelo Sebastião Araujo dos
- Page 134 and 135:
Avaliações ecológicas e ecotoxic
- Page 136 and 137:
Júlia Carina Niemeyer , Silvia Egl
- Page 138 and 139:
Júlia Carina Niemeyer , Silvia Egl
- Page 140 and 141:
Júlia Carina Niemeyer , Silvia Egl
- Page 142 and 143:
Júlia Carina Niemeyer , Silvia Egl
- Page 144 and 145:
Júlia Carina Niemeyer , Silvia Egl
- Page 146 and 147:
Júlia Carina Niemeyer , Silvia Egl
- Page 148 and 149:
Júlia Carina Niemeyer , Silvia Egl
- Page 150 and 151:
Júlia Carina Niemeyer , Silvia Egl
- Page 152 and 153: Júlia Carina Niemeyer , Silvia Egl
- Page 154 and 155: Luis Gonzaga dos Santos Sobral et a
- Page 156 and 157: Luis Gonzaga dos Santos Sobral et a
- Page 158 and 159: Luis Gonzaga dos Santos Sobral et a
- Page 160 and 161: Luis Gonzaga dos Santos Sobral et a
- Page 162 and 163: Luis Gonzaga dos Santos Sobral et a
- Page 164 and 165: Luis Gonzaga dos Santos Sobral et a
- Page 166 and 167: Luis Gonzaga dos Santos Sobral et a
- Page 168 and 169: Luis Gonzaga dos Santos Sobral et a
- Page 170 and 171: Luis Gonzaga dos Santos Sobral et a
- Page 172 and 173: Luis Gonzaga dos Santos Sobral et a
- Page 174 and 175: Luis Gonzaga dos Santos Sobral et a
- Page 176 and 177: Luis Gonzaga dos Santos Sobral et a
- Page 178 and 179: Química analítica aplicada ao est
- Page 180 and 181: Química analítica aplicada ao est
- Page 182 and 183: Química analítica aplicada ao est
- Page 184 and 185: Química analítica aplicada ao est
- Page 186 and 187: Química analítica aplicada ao est
- Page 188 and 189: Química analítica aplicada ao est
- Page 190 and 191: Química analítica aplicada ao est
- Page 192 and 193: Química analítica aplicada ao est
- Page 194 and 195: Casos paradigmáticos sobre contami
- Page 196 and 197: Carla Costa, Eliane Araujo, Renata
- Page 198 and 199: Carla Costa, Eliane Araujo, Renata
- Page 200 and 201: Carla Costa, Eliane Araujo, Renata
- Page 204 and 205: Carla Costa, Eliane Araujo, Renata
- Page 206 and 207: Carla Costa, Eliane Araujo, Renata
- Page 208 and 209: Carla Costa, Eliane Araujo, Renata
- Page 210 and 211: Carla Costa, Eliane Araujo, Renata
- Page 212 and 213: Carla Costa, Eliane Araujo, Renata
- Page 214 and 215: Carla Costa, Eliane Araujo, Renata
- Page 216 and 217: Carla Costa, Eliane Araujo, Renata
- Page 218 and 219: Carla Costa, Eliane Araujo, Renata
- Page 220 and 221: Carla Costa, Eliane Araujo, Renata
- Page 222 and 223: Carla Costa, Eliane Araujo, Renata
- Page 224 and 225: Carla Costa, Eliane Araujo, Renata
- Page 226 and 227: Silvia G. Egler e Natalia de Souza
- Page 228 and 229: Silvia G. Egler e Natalia de Souza
- Page 230 and 231: Silvia G. Egler e Natalia de Souza
- Page 232 and 233: Silvia G. Egler e Natalia de Souza
- Page 234 and 235: Silvia G. Egler e Natalia de Souza
- Page 236 and 237: Silvia G. Egler e Natalia de Souza
- Page 238 and 239: Silvia G. Egler e Natalia de Souza
- Page 240 and 241: Silvia G. Egler e Natalia de Souza
- Page 242 and 243: Silvia G. Egler e Natalia de Souza
- Page 244 and 245: Silvia G. Egler e Natalia de Souza
- Page 246 and 247: Silvia G. Egler e Natalia de Souza
- Page 248 and 249: Silvia G. Egler e Natalia de Souza
- Page 250 and 251: Silvia G. Egler e Natalia de Souza
- Page 252 and 253:
Silvia G. Egler e Natalia de Souza
- Page 254 and 255:
Silvia G. Egler e Natalia de Souza
- Page 256 and 257:
Silvia G. Egler e Natalia de Souza
- Page 258 and 259:
Silvia G. Egler e Natalia de Souza
- Page 260 and 261:
Silvia G. Egler e Natalia de Souza
- Page 262 and 263:
Silvia G. Egler e Natalia de Souza