José A. MenezesFilho e Vanesca Luana Silva 87pouca especificidade (Correy & Galvão, 1985; Goyer, 1991; Cramer & Selender, 1965e Moore et al., 1980).O nosso objetivo foi avaliar o nível de exposição ao chumbo na fundição primária naépoca em que ainda operava em 1993. Essa avaliação da exposição ocupacional sedeu através da monitorização biológica dos tra<strong>ba</strong>lhadores ativos, através da determinaçãodos indicadores biológicos de exposição e efeito do chumbo, a fim de estabelecerum mapeamento das áreas de risco da planta industrial.Caracterização dos grupos ocupacionais e metodologiasForam investigados cento e noventa e cinco tra<strong>ba</strong>lhadores adultos do sexo masculinoda refinaria primária de chumbo em Santo Amaro, Bahia, Brasil no ano de 1993. Deacordo com o fluxograma do processo de produção da planta industrial e de organizaçãoe distribuição de cargos e função da empresa, os tra<strong>ba</strong>lhadores foram distribuídosnos seguintes grupos de atividade laboral: sinterização (n = 23), fusão (n =41), refinaria (n = 49), laboratório (n = 8), serviços gerais (n = 17), manutenção (n =26) e administração (n = 31). Os grupos de sinterização, fusão e refinaria exerciamsuas atividades laborais nos respectivos setores industriais, os indivíduos do grupode serviços gerais, com atividade de limpeza; e os da manutenção com atividade demanutenção dentro da planta. O pessoal do laboratório participava da execução, coletae determinação analítica das amostras destinadas ao controle de qualidade deprodução e da monitorização ambiental nos programa de higiene industrial da empresa.O grupo controle foi constituído de 65 indivíduos pareados por sexo, idade,raça, hábitos alimentares, ta<strong>ba</strong>gismo e alcoolismo com o grupo de tra<strong>ba</strong>lhadores expostona planta industrial, diferindo apenas quanto ao aspecto de não se referirem aexposição atual ou no passado aos compostos de chumbo.Este foi um estudo de corte transversal incluindo os grupos exposto e controle nosquais foram realizadas as determinações de chumbo no sangue (Pb‐S) por espectrometriade absorção atômica em forno de grafite, ácido d‐aminolevulínico na urina(ALA‐U) por espectrofotometria, zinco protoporfirina (ZnPP) por fluorescência diretae hemoglobina (Hb) no sangue total por analisador automatizado.O sangue foi coletado por punção venosa em veia cubital, através do sistema a vácuo,em dois tubos de vidro com EDTA livre de resíduo de chumbo. O tubo de sangue destinadoa determinação do chumbo foi armazenado em geladeira a até o momento daanálise e o tubo coletado para a determinação de Hb foi imediatamente processado. Aurina foi coletada em coletores de polietileno descontaminado com ácido nítrico a2% em água pura Tipo I (Sistema Milli‐RX45 acoplado a um Milli‐Q, Millipore).Nesta oportunidade todas as análises toxicológicas foram realizadas no Laboratóriode Toxicologia do Hospital São Rafael da Fundação Monte Tabor, em Salvador, Bahia.A concentração de chumbo no sangue foi determinada em duplicata por espectroscopiade absorção atômica, usando o método eletrotérmico de digestão da amostra emforno de grafite, segundo o método de Fernadez modificado (Pruszakowasaka et al.,
88Avaliação da exposição ocupacional ao chumbo em 1992 e monitorização biológica ...1983), utilizando o equipamento Perkin Elmer 5000 equipado com forno de grafiteP.E. HGA 500. A dosagem do ALA‐U foi realizada pelo método espectrofotométrico(Tomokumi & Ogata, 1992), usando o espectrofotômetro Perkin Elmer, Lambda I. Oresultado foi corrigido pelo valor da creatinina urinária, que foi dosada pelo métodocinético de Jaffé no analisador bioquímico Mega (Merck Diagnósticos). A determinaçãoda ZnPP foi executada por fluorimetria direta em sangue total, utilizando‐se ohematofluorômetro Protofluor‐Z (Helena Laboratories). A hemoglobina foi determinadaimediatamente após a coleta do sangue, usando‐se o sistema automatizadoSTKS (Colter®).O controle de qualidade analítica para a determinação do Pb‐S foi realizado usando osangue controle fornecido pela Bio‐Rad ® , Liphochek Nível I e II, Além do controle externode qualidade do Programa de Intercalibração de Controle de Qualidade do InstitutoNacional de Seguridad y Higiene del Tra<strong>ba</strong>jo (Espanha). O controle de qualidadedas determinações bioquímicas foi realizado através do programa de ControleExterno de Qualidade da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e SEGULAB (Itália).Após a estratificação por grupos de atividade, as médias aritméticas de cada grupoforam comparadas através do teste não paramétrico de Wilcoxon para médias nãopareadas, análise de variância one‐way (ANOVA) e análise de correlação, utilizandoseprograma estatístico Epinfo 6.0.Resultados e DisCuSsãoOs valores médios, mais desvio padrão (DP) e intervalo mínimo e máximo das determinaçõesde Pb‐S, ALA‐U, ZnPP e Hb do grupo controle e dos grupos tra<strong>ba</strong>lhadoresda metalúrgica de acordo com a função estão resumidos na Tabela 1.Tabela 1 – Valores indicadores biológicos de efeito e exposição nos grupos expostos econtrole.Grupos Avaliados Pb‐S ALA‐UMg/g creat.Grupo Controle 5,4 ± 3,1 1,9 ± 0,9N=65(1,4 ‐ 16,6) (0,5 ‐ 6,3)Administação13,1 ± 8,4* 4,6 ± 3,0n = 31(1,4 ‐ 34,8) (1,2 ‐ 17,4)Ser. Gerais25,1 ± 9,1* 6,0 ± 3,8n = 17(11,7 ‐ 46,3) (2,5 ‐ 18,3)Manutenção28,5 ± 9,8 * 6,9 ± 8,4 *n = 26(10,7 ‐ 42,6) (1,4 ‐ 42,1)Laboratório23,1 ± 7,6* 4,3 ± 1,0n = 8(11,0 ‐ 56,5) (3,3 ‐ 6,6)Sinterização36,7 ± 9,8* 11,9 ± 9,3*n = 23(5,6 ‐ 55,4) (2,54 ‐ 32,55)Fusão37,9 ± 8,5 * 11,1 ± 6,9*n = 41(24,8 ‐ 55,0) (2,4 ‐ 30,9)Refinaria36,0 ± 9,1* 10,3 ± 9,5*n = 49(11,0 ‐ 56,5) (1,2 ‐ 47,0)ZnPPPg/dl16,5 ± 7,0(8,5 ‐ 59)21 ± 28(5,5 ‐ 125)25,5 ± 20(9 ‐ 80)33 ± 38(10,5 ‐ 150)25,5 ± 17(10 ‐ 63,5)87,5 ± 107 *(14,5 ‐ 458)65,5 ± 45,5*(11,5 ‐ 150)65,5 ± 61,5*(11 ‐ 307)Hbg/dl14,0 ± 1,3(0,7 ‐ 17,4)14,4 ± 1,5(11,6 ‐ 16,9)15,0 ± 0,8(13,5 ‐ 16,1)14,8 ± 0,9(13,2 ‐ 16,1)15,6 ± 0,4(14,8‐ 16,1)15,0 ± 0,9(13,9 ‐ 17,0)14,4 ±1,2(11,9 ‐ 16,9)15,1 ± 0,9(12,9 ‐ 16,8)
- Page 2 and 3:
PROJETO SANTO AMARO - BAaglutinando
- Page 6:
ApresentaçãoCom o apoio do MCTI
- Page 9:
6chumbo que gerou no noroeste da Fr
- Page 12 and 13:
DepoimentosSanto Amaro precisa de u
- Page 14 and 15:
Projeto Santo AmaroBahia: aglutin
- Page 16 and 17:
Projeto Santo AmaroBahia: aglutin
- Page 18 and 19:
Projeto Santo AmaroBahia: aglutin
- Page 20 and 21:
Projeto Santo AmaroBahia: aglutin
- Page 22 and 23:
Passivos socioambientais da minerom
- Page 24 and 25:
Keila Valente de Souza e Maria de F
- Page 26 and 27:
Keila Valente de Souza e Maria de F
- Page 28 and 29:
Keila Valente de Souza e Maria de F
- Page 30 and 31:
Keila Valente de Souza e Maria de F
- Page 32 and 33:
Keila Valente de Souza e Maria de F
- Page 34 and 35:
Keila Valente de Souza e Maria de F
- Page 36 and 37:
Keila Valente de Souza e Maria de F
- Page 38 and 39:
Keila Valente de Souza e Maria de F
- Page 40 and 41: Keila Valente de Souza e Maria de F
- Page 42 and 43: Keila Valente de Souza e Maria de F
- Page 44 and 45: Keila Valente de Souza e Maria de F
- Page 46 and 47: Carla Guapo Costa e Francisco Rego
- Page 48 and 49: Carla Guapo Costa e Francisco Rego
- Page 50 and 51: Carla Guapo Costa e Francisco Rego
- Page 52 and 53: Carla Guapo Costa e Francisco Rego
- Page 54 and 55: Carla Guapo Costa e Francisco Rego
- Page 56 and 57: Carla Guapo Costa e Francisco Rego
- Page 58 and 59: Carla Guapo Costa e Francisco Rego
- Page 60 and 61: Carla Guapo Costa e Francisco Rego
- Page 62 and 63: Carla Guapo Costa e Francisco Rego
- Page 64 and 65: Carla Guapo Costa e Francisco Rego
- Page 66 and 67: Carla Guapo Costa e Francisco Rego
- Page 68 and 69: Maiza Ferreira de Andrade 65industr
- Page 70 and 71: Maiza Ferreira de Andrade 67Retorno
- Page 72 and 73: Maiza Ferreira de Andrade 69pesquis
- Page 74 and 75: Maiza Ferreira de Andrade 71Conclus
- Page 76 and 77: Maiza Ferreira de Andrade 73BAHIA/C
- Page 78 and 79: Estudos de avaliação da exposiç
- Page 80 and 81: Eduardo Mello De Capitani e Mônica
- Page 82 and 83: Eduardo Mello De Capitani e Mônica
- Page 88 and 89: Eduardo Mello De Capitani e Mônica
- Page 92 and 93: José A. MenezesFilho e Vanesca L
- Page 94 and 95: José A. MenezesFilho e Vanesca L
- Page 96 and 97: José A. MenezesFilho e Vanesca L
- Page 98 and 99: José A. MenezesFilho e Vanesca L
- Page 100 and 101: José A. MenezesFilho e Vanesca L
- Page 102 and 103: José A. MenezesFilho e Vanesca L
- Page 104 and 105: José A. MenezesFilho e Vanesca L
- Page 106 and 107: Remediação de áreas contaminadas
- Page 108 and 109: Jose Ângelo Sebastião Araujo dos
- Page 110 and 111: Jose Ângelo Sebastião Araujo dos
- Page 112 and 113: Jose Ângelo Sebastião Araujo dos
- Page 114 and 115: Jose Ângelo Sebastião Araujo dos
- Page 116 and 117: Jose Ângelo Sebastião Araujo dos
- Page 118 and 119: Jose Ângelo Sebastião Araujo dos
- Page 120 and 121: Jose Ângelo Sebastião Araujo dos
- Page 122 and 123: Jose Ângelo Sebastião Araujo dos
- Page 124 and 125: Jose Ângelo Sebastião Araujo dos
- Page 126 and 127: Jose Ângelo Sebastião Araujo dos
- Page 128 and 129: Jose Ângelo Sebastião Araujo dos
- Page 130 and 131: Jose Ângelo Sebastião Araujo dos
- Page 132 and 133: Jose Ângelo Sebastião Araujo dos
- Page 134 and 135: Avaliações ecológicas e ecotoxic
- Page 136 and 137: Júlia Carina Niemeyer , Silvia Egl
- Page 138 and 139: Júlia Carina Niemeyer , Silvia Egl
- Page 140 and 141:
Júlia Carina Niemeyer , Silvia Egl
- Page 142 and 143:
Júlia Carina Niemeyer , Silvia Egl
- Page 144 and 145:
Júlia Carina Niemeyer , Silvia Egl
- Page 146 and 147:
Júlia Carina Niemeyer , Silvia Egl
- Page 148 and 149:
Júlia Carina Niemeyer , Silvia Egl
- Page 150 and 151:
Júlia Carina Niemeyer , Silvia Egl
- Page 152 and 153:
Júlia Carina Niemeyer , Silvia Egl
- Page 154 and 155:
Luis Gonzaga dos Santos Sobral et a
- Page 156 and 157:
Luis Gonzaga dos Santos Sobral et a
- Page 158 and 159:
Luis Gonzaga dos Santos Sobral et a
- Page 160 and 161:
Luis Gonzaga dos Santos Sobral et a
- Page 162 and 163:
Luis Gonzaga dos Santos Sobral et a
- Page 164 and 165:
Luis Gonzaga dos Santos Sobral et a
- Page 166 and 167:
Luis Gonzaga dos Santos Sobral et a
- Page 168 and 169:
Luis Gonzaga dos Santos Sobral et a
- Page 170 and 171:
Luis Gonzaga dos Santos Sobral et a
- Page 172 and 173:
Luis Gonzaga dos Santos Sobral et a
- Page 174 and 175:
Luis Gonzaga dos Santos Sobral et a
- Page 176 and 177:
Luis Gonzaga dos Santos Sobral et a
- Page 178 and 179:
Química analítica aplicada ao est
- Page 180 and 181:
Química analítica aplicada ao est
- Page 182 and 183:
Química analítica aplicada ao est
- Page 184 and 185:
Química analítica aplicada ao est
- Page 186 and 187:
Química analítica aplicada ao est
- Page 188 and 189:
Química analítica aplicada ao est
- Page 190 and 191:
Química analítica aplicada ao est
- Page 192 and 193:
Química analítica aplicada ao est
- Page 194 and 195:
Casos paradigmáticos sobre contami
- Page 196 and 197:
Carla Costa, Eliane Araujo, Renata
- Page 198 and 199:
Carla Costa, Eliane Araujo, Renata
- Page 200 and 201:
Carla Costa, Eliane Araujo, Renata
- Page 202 and 203:
Carla Costa, Eliane Araujo, Renata
- Page 204 and 205:
Carla Costa, Eliane Araujo, Renata
- Page 206 and 207:
Carla Costa, Eliane Araujo, Renata
- Page 208 and 209:
Carla Costa, Eliane Araujo, Renata
- Page 210 and 211:
Carla Costa, Eliane Araujo, Renata
- Page 212 and 213:
Carla Costa, Eliane Araujo, Renata
- Page 214 and 215:
Carla Costa, Eliane Araujo, Renata
- Page 216 and 217:
Carla Costa, Eliane Araujo, Renata
- Page 218 and 219:
Carla Costa, Eliane Araujo, Renata
- Page 220 and 221:
Carla Costa, Eliane Araujo, Renata
- Page 222 and 223:
Carla Costa, Eliane Araujo, Renata
- Page 224 and 225:
Carla Costa, Eliane Araujo, Renata
- Page 226 and 227:
Silvia G. Egler e Natalia de Souza
- Page 228 and 229:
Silvia G. Egler e Natalia de Souza
- Page 230 and 231:
Silvia G. Egler e Natalia de Souza
- Page 232 and 233:
Silvia G. Egler e Natalia de Souza
- Page 234 and 235:
Silvia G. Egler e Natalia de Souza
- Page 236 and 237:
Silvia G. Egler e Natalia de Souza
- Page 238 and 239:
Silvia G. Egler e Natalia de Souza
- Page 240 and 241:
Silvia G. Egler e Natalia de Souza
- Page 242 and 243:
Silvia G. Egler e Natalia de Souza
- Page 244 and 245:
Silvia G. Egler e Natalia de Souza
- Page 246 and 247:
Silvia G. Egler e Natalia de Souza
- Page 248 and 249:
Silvia G. Egler e Natalia de Souza
- Page 250 and 251:
Silvia G. Egler e Natalia de Souza
- Page 252 and 253:
Silvia G. Egler e Natalia de Souza
- Page 254 and 255:
Silvia G. Egler e Natalia de Souza
- Page 256 and 257:
Silvia G. Egler e Natalia de Souza
- Page 258 and 259:
Silvia G. Egler e Natalia de Souza
- Page 260 and 261:
Silvia G. Egler e Natalia de Souza
- Page 262 and 263:
Silvia G. Egler e Natalia de Souza