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O Papel da Criminologia na Definição do Delito - Emerj

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Ain<strong>da</strong>, conforme já fora anteriormente mencio<strong>na</strong><strong>do</strong>, a resposta alcança<strong>da</strong>pela criminologia dependerá <strong>da</strong> óca pela qual se optará. Dessaforma, para a criminologia, é imprescindível o estu<strong>do</strong> <strong>da</strong>s diversas teoriasque tratam de explicar o fenômeno criminoso. AUGUSTO THOMPSON corroboracom essa afirmava, ao lecio<strong>na</strong>r:Pracamente, ca<strong>da</strong> criminólogo que se preza a<strong>do</strong>ta posiçãopessoal no que concerne ao ponto. O fato indiscuvel é inexisra mais longínqua ou remota esperança de consenso arespeito <strong>da</strong> questão. 17Diante disso, a criminologia inevitavelmente irá se converter em umcampo forma<strong>do</strong> pelos encontros e desencontros de to<strong>da</strong>s as teorias a elarelacio<strong>na</strong><strong>da</strong>s. Ca<strong>da</strong> uma dessas seguirá seus próprios critérios, estabelecen<strong>do</strong>suas próprias premissas e axiomas. A compreensão de tais teoriaspermite obter respostas às perguntas formula<strong>da</strong>s com relação ao delito,auxilian<strong>do</strong> a definição <strong>da</strong> criminologia como ciência. 18O méto<strong>do</strong> empírico a que se fez referência, uliza<strong>do</strong> para o estu<strong>do</strong><strong>do</strong> crime, também é objeto de crícas. A fun<strong>da</strong>mental delas diz respeitoao fato de que o sucesso desta técnica depende diretamente <strong>da</strong> neutrali<strong>da</strong>dee <strong>do</strong> desinteresse por parte <strong>do</strong> sujeito que realiza a análise em questão.O conhecimento ob<strong>do</strong> somente poderá ser sistemaza<strong>do</strong> a parr <strong>da</strong>pureza <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s recolhi<strong>do</strong>s. Então, constrói-se a seguinte questão: comoseria possível a imparciali<strong>da</strong>de desse sujeito se ele mesmo é também parte<strong>do</strong> objeto invesga<strong>do</strong>? 19Aponta<strong>da</strong> a referi<strong>da</strong> críca, é preciso ressaltar que ela correspondeà opinião minoritária <strong>do</strong>s estudiosos. Majoritariamente, entende-se que acriminologia tem <strong>na</strong>tureza de ciência, ulizan<strong>do</strong>-se, portanto, <strong>do</strong> méto<strong>do</strong>cienfico de estu<strong>do</strong>. Por certo, é preciso que se conte com o maior rigorde imparciali<strong>da</strong>de possível, ten<strong>do</strong> sempre em mente que a imparciali<strong>da</strong>decompleta <strong>do</strong> invesga<strong>do</strong>r é uma utopia.O filósofo Popper é novamente cita<strong>do</strong> <strong>na</strong> obra de Serrano Maíllo,para explicar que será cienfica to<strong>da</strong> hipótese que puder ser nega<strong>da</strong> me-17 THOMPSON, Augusto. Quem são os criminosos? O crime e o criminoso: entes polícos. Rio de Janeiro: LumenJuris, 1998, p. 23.18 CERETTI, A<strong>do</strong>lfo, op. cit. p. 211.19 SANTOS, Juarez Cirino <strong>do</strong>s. A criminologia <strong>da</strong> repressão. Rio de Janeiro: Forense, 1979, p. 21 apud THOMPSON,Augusto, op. cit. p. 26.❙R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 16, n. 61, p. 153-173, jan.-fev.-mar. 2013❙ 159

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