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AcABAr coM A POBREZA nA noSSA GerAÇÃo - Save the Children

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as raparigas casarem em idade jovem. As criançasportadoras de deficiências correm mais riscos deviolência sexual.Contudo, também há boas notícias; a desigualdadede rendimento pode ser contrariada. No Brasil,por exemplo, ao longo da última década e tal osrendimentos dos 20% mais pobres cresceram 6%ao ano, três vezes mais do que o rendimento dos20% mais ricos. Simultaneamente, a pobreza absolutadecresceu de um modo dramático. 4 Na China, asestratégias de desenvolvimento regional ajudarama harmonizar as desigualdades entre as regiõesocidentais, centrais e do nordeste mais desfavorecidase as regiões mais ricas do sudeste. 5A redução de desigualdades (através de políticassociais e económicas que partilhem de uma maneiramais uniforme os benefícios do desenvolvimento ecombatam a discriminação subjacente) é uma dasestratégias mais eficazes para acelerar as taxas nacionaisde progresso, e trata-se de uma estratégia eficaz parachegar junto daqueles que são mais excluídos e maismarginalizados. 6 No entanto, os ODMs pouco têm adizer sobre este desafio. O ODM 3 mede a paridadede género no ensino, a percentagem de mulheres emempregos pagos e a proporção de lugares detidospor mulheres nos parlamentos nacionais. Fora destesaspetos, a desigualdade e a discriminação não sãomencionadas. É essencial enfrentar este desafio nonovo quadro de trabalho.O combate à desigualdade é essencialmenteimportante por duas razões. Primeiramente, paraconcretizarmos a ambição histórica de erradicara pobreza absoluta em todas as suas dimensões,precisamos de nos focarmos bastante mais naquelesque são mais difíceis de ajudar. Em segundo lugar, adesigualdade é em si mesma significativa para umdesenvolvimento saudável do mundo. A desigualdadeflagrante constitui um entrave quer ao crescimentoeconómico quer ao progresso do bem-estarhumano, e, tal como é abordado a seguir, prejudica osentimento de autoestima das crianças, o que por suavez pode comprometer o seu desenvolvimento aolongo da vida.Acelerar o progresso – visandoa desigualdadeDado que os ODMs incluíam sobretudo metasque envolviam uma determinada percentagem dapopulação, os governos tenderam a concentrar-se naspessoas desse grupo que eram mais fáceis de alcançar.Trata-se de algo compreensível até certo ponto, jáque é a maneira mais óbvia de reduzir a mortalidadeem dois terços, por exemplo, ou de reduzir a fomeem metade. Por exemplo, um governo nacional ou umdoador pode alargar os novos serviços de saúde àsvilas, mas deixar as aldeias mais distantes para maistarde. Em todos os objetivos ODM os indicadoressão consistentemente piores para os grupos maisdesfavorecidos, em todas as regiões do globo. 7De acordo com um técnico de saúde da <strong>Save</strong> <strong>the</strong><strong>Children</strong>, “as medições dos ODMs quando agregadasa nível nacional permitem que os países atinjam asmetas dos objetivos sem terem de responderàs necessidades das populações mais pobres emais vulneráveis.”Trata-se neste caso de um assunto que pode serliteralmente de vida ou de morte. Nos 42 paísesque detêm números mais elevados em termosde mortalidade infantil, uma pesquisa da <strong>Save</strong> <strong>the</strong><strong>Children</strong> mostrou que se a taxa de progresso nogrupo que melhorou mais rapidamente tivesse sidoigualmente alcançada em todos os outros grupos derendimento, ter-se-iam salvo 4 milhões de criançasdurante um período de 10 anos. 8 Este tipo dedesigualdade também existe entre grupos sociais, enão apenas entre grupos de rendimento. Em 2008,na Ásia do sul, morreram 143 raparigas por cada100 rapazes mortos – e esta disparidade pioraraligeiramente desde 1990. 9Melhorar a nossa qualidade de vida –visando a desigualdadeO combate aos níveis extremos de desigualdade éessencial para que possamos cumprir a promessade erradicar a pobreza. Mas mesmo se fossepossível erradicar a pobreza com os atuais níveis dedesigualdade, essa abordagem não seria aceitável.A desigualdade é particularmente prejudicialpara as crianças. As crianças mais pobres e maisdesfavorecidas apresentam resultados mais baixosem termos de bem-estar infantil; possuem menosoportunidades de desenvolverem o seu potencial; eo nível das próprias disparidades afeta a qualidade devida das crianças mais desfavorecidas.Há um debate global fundamental em torno dadesigualdade. Muita gente acredita que a ‘fatia de bolo’que cabe a cada pessoa, deve ser o reflexo do esforçode cada um. Pensam, portanto, alguns que é aceitávelou desejável existir um certo grau de desigualdade eriqueza (‘resultado’).1 Terminar o trabalho: melhores resultados, progressos mais rápidos7

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