6 ConclusÃO – A VISÃODA <strong>Save</strong> <strong>the</strong> <strong>Children</strong>“Superar a pobreza não é um exercício decaridade, é um ato de justiça. Tal como aescravatura e o apar<strong>the</strong>id, a pobreza não énatural. É produzida pelo homem e é possívelsuperá-la e erradicá-la através da ação dos sereshumanos. Cabe por vezes a uma geração sergrande. VOCÊS podem ser essa grande geração.Que a vossa grandeza floresça.”Nelson Mandela 1Os seres humanos têm lutado há milénios. Contra afome, contra a doença, contra a carência e a miséria,e contra a ignorância. Contra os desastres naturais,contra o conflito, contra a violência no interior danossa própria natureza e para nos governarmos anós próprios.Mas os seres humanos são incríveis. O nossotrabalho árduo, o nosso espírito inventivo e osnossos contributos para o bem comum globalsignificam que alcançámos um ponto de viragem semprecedentes. Está ao alcance da nossa capacidadetécnica e dos nossos sistemas políticos erradicara pobreza absoluta, em todas as suas dimensões,para sempre.Ao fazê-lo, temos de nos lembrar que todas as nossasrealizações económicas dependem totalmente dossistemas naturais, que temos de administrar e apoiarbastante melhor.Mas podemos, agora, erradicar a pobreza absolutae a desigualdade extrema.Podemos criar um mundo onde todos tenham osuficiente para comer, todos tenham escolaridadesuficiente para prosperarem, todos tenhamsaneamento para se manterem saudáveis e águapotável para beberem, e todos tenham acesso acuidados de saúde quando ficam doentes. Um mundoonde todos estejam seguros – que tenham meios desubsistência, que haja uma rede de segurança que osapoie em períodos de privação económica, e que assuas comunidades estejam preparadas para o piorque a natureza lhes possa trazer. Um mundo ondetodos olhem os outros seres humanos nos olhos,por saberem que todos merecem o mesmo respeito,seja mulher ou homem, criança ou adulto, do sulou do norte.O tratamento das crianças é um barómetro de umasociedade. E neste mundo, as crianças – as nossascrianças – não vão apenas sobreviver, mas simprosperar.Se os governos de norte a sul, as empresas de nortea sul, e as pessoas de norte a sul, respeitarem asnossas promessas dos ODMs, e derem também opróximo passo para chegar a zero, vamos conseguircriar as condições que permitem um desenvolvimentohumano progressivo, assente na sustentabilidadeambiental. Juntos, conseguimos fazer isto no espaçode uma geração.Atualmente, isso seria um feito verdadeiramentehistórico, algo de que nos podíamos orgulhar. Épossível. É o que está certo fazer. É certamente umdesafio que a comunidade global tem de aceitar.41
NOTASIntroduÇÃO1ODI e <strong>the</strong> Millennium Campaign (2010) Millennium DevelopmentGoals Report Card: Learning from progress [Boletim dos Objetivos deDesenvolvimento do Milénio: Aprender com o progresso], ODI: Londres2<strong>Save</strong> <strong>the</strong> <strong>Children</strong> e Overseas Development Institute (2012), Progress inChild Well-Being: Building on what works [Progresso em Bem-Estar Infantil:Basearmo-nos no que funciona]; Mehrotra, S. e Jolly, R. (1997) Developmentwith a Human Face: Experiences in social achievement and economic growth[Desenvolvimento com um Rosto Humano: Experiências em realizaçãosocial e crescimento económico], Oxford: OUP3Números do Comité de Assistência ao Desenvolvimento da OCDE4Kenny C e Sumner A (2011), More Money or More Development; Whathave <strong>the</strong> MDGs achieved? [Mais Dinheiro ou Mais Desenvolvimento; O quealcançaram os ODMs?] Center for Global Development5<strong>Save</strong> <strong>the</strong> <strong>Children</strong> (2012) ‘Aspirations for a post-MDG Framework basedon <strong>the</strong> Experiences and Perceptions of <strong>Save</strong> <strong>the</strong> <strong>Children</strong>’ [Aspiraçõespara um Quadro pós-ODMs baseado nas Experiências e Perceções da<strong>Save</strong> <strong>the</strong> <strong>Children</strong>], investigação interna inédita6Sumner, A (2010) Global Poverty and <strong>the</strong> New Bottom Billion [PobrezaGlobal e os Novos Mil Milhões Mais Pobres], Reino Unido: Institute forDevelopment Studies7Milanovic, B (2010) The Haves and <strong>the</strong> Have-Nots: A brief and idiosyncratichistory of global inequality [Os que Têm e os que Não Têm: Uma históriabreve e idiossincrática da desigualdade global], Basic Books8Berg, A e Ostry, J (2011) Inequality and Unsustainable Growth: Two sides of<strong>the</strong> same coin? [Desigualdade e Crescimento Insustentável: Duas faces damesma moeda?], FMI Staff Discussion Note SDN/11/08: http://www.imf.org/external/pubs/ft/sdn/2011/sdn1108.pdf9Ver Anexo 1 em <strong>Save</strong> <strong>the</strong> <strong>Children</strong> (2012) Born Equal: How reducinginequality could give our children a better future [Iguais à Nascença: Como aredução da desigualdade pode dar um futuro melhor às nossas crianças],<strong>Save</strong> <strong>the</strong> <strong>Children</strong>: Londres.1 TERMINAR O TRABALHO: MELHORESRESULTADOS, progressOS MAIS RÁPIDOS1Milanovic, B (2010) The Haves and <strong>the</strong> Have-Nots: A brief and idiosyncratichistory of global inequality [Os que Têm e os que Não Têm: Uma históriabreve e idiossincrática da desigualdade global], Basic Books, página 1902Warner, D, Rao, D S P, Griffiths, W E e Chotikapanich, D Global Inequality:Levels and trends 1993–2005 [Desigualdade Global: Níveis e tendências1993-2005] http://www.uq.edu.au/economics/abstract/436.pdf3<strong>Save</strong> <strong>the</strong> <strong>Children</strong> (2012) Born Equal: How reducing inequality could give ourchildren a better future [Iguais à Nascença: Como a redução da desigualdadepode dar um futuro melhor às nossas crianças], <strong>Save</strong> <strong>the</strong> <strong>Children</strong>:Londres.4Ver nota anterior.5<strong>Save</strong> <strong>the</strong> <strong>Children</strong> (2002) – ver nota 3, Capítulo 1.6Ver, por exemplo, a discussão deste ponto, e as fontes, em <strong>Save</strong> <strong>the</strong><strong>Children</strong> (2012) Born Equal: How reducing inequality could give our children abetter future [Iguais à Nascença: Como a redução da desigualdade pode darum futuro melhor às nossas crianças].7Melamed, C (2012) After 2015: Context, politics and processes for a post-2015 global agreement on development [Após 2015: Contexto, política eprocessos para um acordo global sobre desenvolvimento após 2015],ODI: Londres8<strong>Save</strong> <strong>the</strong> <strong>Children</strong> (2010) A Fair Chance At Life: Why equity matters for childsurvival [Uma Oportunidade Justa na Vida: Importância da equidade para asobrevivência infantil], <strong>Save</strong> <strong>the</strong> <strong>Children</strong> do Reino Unido: Londres9<strong>Save</strong> <strong>the</strong> <strong>Children</strong> (2011) An Equal Start: Why gender equality mattersfor child survival and maternal health [Um Começo Igual: Importância daigualdade de género para a sobrevivência infantil e a saúde materna],<strong>Save</strong> <strong>the</strong> <strong>Children</strong> do Reino Unido: Londres.10<strong>Save</strong> <strong>the</strong> <strong>Children</strong> (2002) – ver nota 3, Capítulo 1.11Young Lives e <strong>Save</strong> <strong>the</strong> <strong>Children</strong> (2012 a aguardar publicação) ‘GrowingUp with <strong>the</strong> Promise of <strong>the</strong> MDGs: <strong>Children</strong>’s hopes for <strong>the</strong> future ofdevelopment’ [Crescer com a Promessa dos ODMs: Esperanças dascrianças para o futuro do desenvolvimento], <strong>Save</strong> <strong>the</strong> <strong>Children</strong> do ReinoUnido: Londres12Hoff, K e Priyanka, P (2003) ‘Belief systems and durable inequalities:an experimental investigation of Indian caste’ [Sistemas de crençase desigualdades persistentes: uma investigação experimental dacasta indiana], http://siteresources.worldbank.org/DEC/Resources/BeliefSystemsandDurableInequalities.pdf13Young Lives e <strong>Save</strong> <strong>the</strong> <strong>Children</strong> (a aguardar publicação 2012) – vernota 11, Capítulo 1.14<strong>Save</strong> <strong>the</strong> <strong>Children</strong> (2012) Shared Value: How can large businesses contributeto <strong>the</strong> post-2015 agenda? [Valor Partilhado: Como é que as grandesempresas podem contribuir para a agenda pós-2015]15Resultados para o Development Institute, Post-2015 Health MDGs[Os ODMs da Saúde Pós-2015], Anteprojeto para discussão, 30 de maiode 2012, secção 416Jones, N e Espey, J (2008) Increasing Visibility and Promoting Policy Actionto Tackle Sexual Exploitation in and around Schools in Africa [Aumentar aVisibilidade e Promover Ações Políticas para Combater a ExploraçãoSexual dentro e em torno das Escolas em África], PLAN e OverseasDevelopment Institute, http://plan-international.org/learnwithoutfear/files/sexual-exploitation-in-west-africa-english17UNESCO (2012) Youth and Skills: Putting education to work [Juventudee Competências: Pôr a educação a funcionar], EFA Global MonitoringReport18O intervalo entre os cenários com variáveis de fertilidade médiae elevada19Melamed (2012) – ver nota 7, Capítulo 1.20Consultative Group on International Agricultural Research Inter-CenterWorking Group on Climate Change (ICWG-CC) (2008). The Challengeof Climate Change Research to Overcome its Impact on Food Security,Poverty, and Natural Resource Degradation in <strong>the</strong> Developing World[O Desafio da Investigação em Alterações Climáticas para Superar oseu Impacto na Segurança Alimentar, na Pobreza e na Degradação dosRecursos Naturais no Mundo em Desenvolvimento]. Conferência dasNações Unidas sobre as Alterações Climáticas no Bali em 2007– DPI/2483– novembro; e ver também a discussão relacionada com isto em G. Edame,B. Anam, W. Fonta e E. Duru, 2011, ‘Climate Change, Food Security andAgricultural Productivity in Africa: Issues and policy directions’ [‘Alteração42