Até 1940, o Brasil era um país predominantemente rural, comapenas cerca de 30% de sua população vivendo nas <strong>cidade</strong>s. A partirdessa década, o processo de urbanização se acelera a tal ponto que,em 40 anos, a situação inverteu-se, registrando como urbana, quase70% da população.“O processo de expulsão do homem do campo - resultanteentre outros fatores, da concentração da propriedade da terra,da presença de monoculturas que exigem trabalho sazonal edas mudanças tecnológicas na agricultura - associado à atraçãoexercida pela <strong>cidade</strong> industrial, com suas promessas e sonhos,faz crescer enormemente o contingente de pessoas que vivemem condições sub<strong>uma</strong>nas na periferia das <strong>cidade</strong>s” (Costa etal., 1994).No início da década de 70, o Brasil viveu um período em queum grande número de municípios elaborou o Plano <strong>Di</strong>retor deDesenvolvimento Integrado - PDDI, em função de <strong>uma</strong> determinaçãoda administração federal que condicionava a liberação de recursosfinanceiros aos municípios à existência de tal plano. Alguns municípiosrealmente elaboraram bons Planos <strong>Di</strong>retores, tanto em seus aspectostécnicos/formais, quanto no conteúdo de suas propostas, tendoefetivamente implementado as políticas assim formuladas, comótimos resultados em seu processo de desenvolvimento, tantoeconômico, quanto social. No entanto, a maioria dos municípiosapenas deu cumprimento a <strong>uma</strong> determinação “superior”, sempreocupação com a forma ou com o conteúdo do plano, que, de fato,não iria “sair da gaveta”. Surgiram, nessa época, alg<strong>uma</strong>s empresasespecializadas em “fabricar” Planos <strong>Di</strong>retores, muitas vezes sem omenor contato com a realidade local.Na década de 80, com o crescimento dos movimentos sociaisurbanos, especialmente nas grandes capitais, teve início um processode luta pela reforma urbana, estimulado pela aproximação dainstalação da Assembléia Nacional Constituinte, que culminou no“Movimento Nacional pela Reforma Urbana”. Após um período deintensa participação, incluindo <strong>uma</strong> emenda de iniciativa popular,conseguiu-se incluir no texto constitucional um Capítulo da PolíticaUrbana, que no Art. 182 determina que “A política dedesenvolvimento urbano [...] tem por objetivo ordenar o plenodesenvolvimento das funções sociais da <strong>cidade</strong> e garantir o bem-estarde seus habitantes” e que “o plano diretor [...] é o instrumento básicoda política de desenvolvimento e de expansão urbana”. O mesmoartigo diz que “a propriedade urbana cumpre sua função socialquando atende às exigências fundamentais de ordenação da <strong>cidade</strong>expressas no plano diretor”. (Brasil,1988)
A mobilização da sociedade para discutir a questão urbana noprocesso constituinte influenciou, também, a elaboração dasConstituições Estaduais e de muitas Leis Orgânicas Municipais, sendoque, em diversos casos, foi possível conquistar avanços em relação ànorma federal. A Constituição Estadual de São Paulo, por exemplo,determinou a obrigatoriedade do Plano <strong>Di</strong>retor para todos osmunicípios, devendo abranger a totalidade do território do municipal,incluindo a área rural.No entanto, a experiência tem demonstrado que a maioria dosmunicípios brasileiros, especialmente os pequenos e médios, têmdificuldades técnicas e materiais para conduzir o processo deplanejamento e desenvolvimento. Esta constatação evidencia anecessidade que os municípios têm de contar com assessoria e apoiotécnico que poderiam ser prestados pelas outras esferas de governoou, preferencialmente, pelas universidades.Como muitas Câmaras Municipais poderiam apresentardificuldades no cumprimento desta nova responsabilidade, o CEPAM(Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal), órgãodo Governo do Estado de São Paulo, elaborou <strong>uma</strong> série depublicações destinadas a auxiliar os legislativos municipais na tarefade elaboração de suas Leis Orgânicas. Alguns partidos políticostambém produziram propostas específicas a serem apresentadas porseus vereadores no processo de preparação do texto legal. Alg<strong>uma</strong>sdestas propostas correspondiam a conteúdos não contemplados nasConstituições Federal e Estadual. Em função destes “modelos”, muitasLeis Orgânicas, de diferentes municípios, têm grande número deartigos com redação idêntica. No entanto, em alguns municípios,como é o caso de <strong>Rio</strong> <strong>Claro</strong>, alguns vereadores, por iniciativa própriaou assessorados por profissionais de diversas áreas, produziramtextos específicos ou detalhamentos dos princípios definidos nasConstituições Federal e Estadual, especialmente nas áreas de saúde,meio ambiente e desenvolvimento urbano.A Política Urbana, após um longo período de vácuo legal, emfunção de pressões de diversos grupos de interesse, teverecentemente um grande avanço em nosso país com a aprovação daLei 10.257, de 10 de julho de 2001, conhecida como Estatuto daCidade que, ao regulamentar os Art. 182 e 183 da ConstituiçãoFederal, normatiza a aplicação de diversos instrumentos da políticaurbana, como o IPTU Progressivo no Tempo, o <strong>Di</strong>reito de Superfície, o<strong>Di</strong>reito de Preempção, as Operações Urbanas Consorciadas e o Estudode Impacto de Vizinhança. Além disso, a Lei disciplina a elaboraçãodo Plano <strong>Di</strong>retor. (Brasil, 2001)CAPÍTULO II - O DESENVOLVIMENTO URBANO EM RIO CLARO
- Page 1 and 2: RIO CLARO É ...UMA CIDADE SAUDÁVE
- Page 3 and 4: ÍNDICEAPRESENTAÇÃOINTRODUÇÃOCA
- Page 5: INTRODUÇÃOComo a maior parte da h
- Page 8 and 9: As principais causas de morte nos p
- Page 10: predatórias, que, além de minarem
- Page 13: sendo que a Lei 8080/90,conhecida c
- Page 17 and 18: década de 70, o município integra
- Page 19 and 20: Diante deste posicionamento dos rep
- Page 21 and 22: 1. Criação do PRODERC, com extin
- Page 23 and 24: Câmara Municipal e fizeram um leva
- Page 25 and 26: plano, a partir de novas informaç
- Page 27 and 28: Diversos organismos internacionais
- Page 29 and 30: Uma diretriz importante na formula
- Page 31 and 32: 1. Formalização do Comitê Inter-
- Page 33 and 34: • Elaboração/revisão do Plano
- Page 35 and 36: conservação e trazendo grande ris
- Page 37 and 38: introduzir práticas adequadas quan
- Page 40 and 41: um programa habitacional, o Projeto
- Page 42 and 43: através desta atividade, têm ingr
- Page 44 and 45: popularização destas informaçõe
- Page 46 and 47: garantir recursos técnicos e mater
- Page 48 and 49: A III Conferência Municipal de Sa
- Page 50 and 51: são apresentadas, a seguir, alguma
- Page 52 and 53: ) otimização da estocagem e comer
- Page 54 and 55: e) jovens e adolescentes.Para orien
- Page 56 and 57: para reuniões, infra-estrutura (eq
- Page 58 and 59: Diversas ações desenvolvidas no m
- Page 60 and 61: DEJOURS, C. A Loucura do Trabalho:
- Page 62 and 63: APÊNDICE 1 - A ORIGEM DA SAÚDE P
- Page 64 and 65:
Em 1843, em conseqüência do relat
- Page 66 and 67:
de 1992, e reuniu 178 nações que
- Page 68 and 69:
de alguns temas ambientais, não po
- Page 70 and 71:
Neste trecho, parece haver uma preo
- Page 72 and 73:
políticas ambientais nacionais e s
- Page 74 and 75:
Cidades Sustentáveis. No Brasil, o
- Page 76 and 77:
entanto, o IDH vem se mostrando um
- Page 78 and 79:
I - Incluídos no Cadastro Estadual
- Page 80:
com trabalhos realizados no Brasil,