As principais causas de morte nos países desenvolvidos, são asdoenças crônico-degenerativas e outros agravos não-transmissíveis,incluindo os acidentes e as lesões causadas pela violência, fortementerelacionados com a lógica que predomina na organização das <strong>cidade</strong>se da sociedade. Já nos países em desenvolvimento, as doençasinfecciosas e parasitárias continuam a ocorrer de forma importante,ao mesmo tempo que cresce o número das Doenças e Agravos Não-Transmissíveis (DANT), evidenciando a superposição de dois perfisepidemiológicos: um típico de países subdesenvolvidos e um depaíses desenvolvidos, o que revela que existem no país diferentesrealidades.Um exemplo dessas diferenças que ficam “escondidas” nasmédias nacionais pode ser observado no estudo comparativo daexpectativa de vida nas capitais brasileiras realizado por Patarra ecolaboradores (apud Costa et al., 1994) e que pode ser assimresumido:“Assim, enquanto a esperança de vida ao nascer era de 48 anospara Fortaleza, este indicador era de 71 anos para Porto Alegre,em 1980. Ou seja, o fato de nascer em Fortaleza ou em PortoAlegre, duas capitais de estado, determinava <strong>uma</strong> diferença de23 anos na expectativa de vida. O que poderia ocasionar tantadiferença?Se analisarmos os dados referentes a Fortaleza, desagregandoossegundo renda familiar e saneamento básico, alg<strong>uma</strong>squestões tornam-se mais claras. A população com rendafamiliar “per capita” de até ½ salário mínimo apresentavaexpectativa de vida de 46 anos, enquanto que a população comrenda “per capita” superior a 5 salários mínimos, que vivia namesma <strong>cidade</strong>, tinha 65 anos como expectativa de vida. Emoutras palavras, o fato de ser pobre ou rico em Fortalezarepresenta <strong>uma</strong> diferença de quase 20 anos na expectativa devida. No caso das condições de saneamento básico, a diferençaentre as pessoas que contam com água e esgoto adequados emseus domicílios e aquelas em que a água e o esgoto sãoinadequados é, também, de cerca de 20 anos.Assim, ‘morar na <strong>cidade</strong>’ tem impactos diferentes sobre a vidadas pessoas, dependendo, entre outros fatores, do nível sócioeconômicoda família e da qualidade do meio ambiente urbanono qual lhe é dado viver/morrer” (Costa et al., 1994).
Saúde e Meio AmbienteQuando a esperança está dispersaSó a verdade libertaChega de maldade e de ilusãoEmbora o meio ambiente seja um dentre tantos fatoresreconhecidos pela Lei 8080/90 como determinantes e condicionantesda saúde, ele é o que tem caráter mais abrangente, especialmenteporque alguns dos demais fatores enumerados fazem parte doconceito ampliado de meio ambiente ou com este guardam estreitarelação, como é o caso da moradia, alimentação, saneamento básico,trabalho, transporte, etc. Em função disso, a questão ambiental serátratada de maneira especial no Apêndice 1, através da discussão arespeito da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente eDesenvolvimento – CNUMAD, também conhecida como ECO-92 ouRIO-92.Desenvolvimento SustentávelDesenvolvimento Sustentável, de acordo com o Relatório“Nosso Futuro Comum”, pode ser definido como aquele capaz degarantir o atendimento das necessidades da geração atual, semimpedir que as futuras gerações tenham suas necessidades tambématendidas. Em outras palavras, Desenvolvimento Sustentável significausarmos nossa ilimitada capa<strong>cidade</strong> de pensar, em vez de nossoslimitados recursos naturais. Ou seja, <strong>uma</strong> comunidade sustentávelvive em harmonia com seu meio ambiente e não causa danos aambientes distantes ou a outras comunidades, agora ou no futuro. Aqualidade de vida e os interesses das futuras gerações são maisvalorizados do que o crescimento ou o consumo imediato.Ao discutir a sustentabilidade do mundo, Sachs (1997) formulaas seguintes questões:“Como acelerar um desenvolvimento sócio-econômicoautêntico, capaz de incorporar ao imperativo ético de <strong>uma</strong>solidariedade sincrônica com as gerações atuais o postulado de<strong>uma</strong> solidariedade diacrônica face às gerações futuras?Como comprometer-se num jogo de soma positiva com anatureza, em vez de se reforçar a continuidade de práticas
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