estações <strong>de</strong> caminho <strong>de</strong> ferro, centrais <strong>de</strong> recolha e manutenção <strong>de</strong> transportes colectivos – autocarros,eléctricos, metropolitano – e centros ou terminais <strong>de</strong> transporte rodoviário), pela localização das principaiscentrais, equipamentos e infra-estruturas associadas às “utilities” (energia, gás, água, saneamento, recolha etratamento do lixo e resíduos) e pela localização dos gran<strong>de</strong>s mercados abastecedores associados,nomeadamente, à gran<strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ia alimentar e moldado por uma busca permanente, mais activa ou mais passiva,mais planeada ou mais improvisada, mais “preventiva” ou mais “curativa”, <strong>de</strong> soluções o<strong>pt</strong>imizadas <strong>de</strong> custo emobilida<strong>de</strong>; O processo <strong>de</strong> terciarização, associado ao consumo, com a expansão da “cida<strong>de</strong> cultural”, suportado pelalocalização dos principais marcos patrimoniais, recintos <strong>de</strong> espectáculos, equipamentos museológicos, espaços<strong>de</strong>sportivos e novos centros comerciais, em articulação com a localização <strong>de</strong> equipamentos e serviçosassociados ao turismo e lazer (alojamento e restauração, nomeadamente) e <strong>de</strong> centros <strong>de</strong> formação e exercíciodas competências e profissões associadas à produção <strong>de</strong> conteúdos, às artes, à recuperação do património,nomeadamente, e muito moldado pela interpenetração dos respectivos ciclos <strong>de</strong> vida (inovação,amadurecimento, <strong>de</strong>clínio, ressurgimento); O processo <strong>de</strong> consolidação da “cida<strong>de</strong> do conhecimento”, suportado pela localização dos estabelecimentos <strong>de</strong>ensino superior e politécnico, dos centros <strong>de</strong> investigação, dos gran<strong>de</strong>s laboratórios, dos centros tecnológicos edas gran<strong>de</strong>s infra-estruturas <strong>de</strong> suporte à difusão do conhecimento e <strong>de</strong> manutenção do acervo documental(bibliotecas centrais), nomeadamente, em articulação com dinâmicas concorrenciais, nacionais e internacionais,<strong>de</strong> atracção <strong>de</strong> “estudantes” (on<strong>de</strong> as condições globais <strong>de</strong> acesso, instalação e frequência se tornam muitorelevantes) e <strong>de</strong> ligação ao tecido empresarial e moldado pela progressiva afirmação do paradigma da“aprendizagem ao longo da vida” (refrescamento, reciclagem, intensificação das activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pós-graduação) eda diferenciação dos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> gestão e investimento (públicos e privados). O processo <strong>de</strong> ascensão da “cida<strong>de</strong> criativa” suportado pela progressiva afirmação da diferenciação comomecanismo <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> riqueza, pelo gradual afastamento do conceito <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> riqueza da produção emanipulação <strong>de</strong> bens, no sentido da valorização da criativida<strong>de</strong>, informação e i<strong>de</strong>ias, e consumando-se naatracção <strong>de</strong> talento, na valorização das artes e da criativida<strong>de</strong>, no aparecimento <strong>de</strong> empresas inovadoras e no<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> crescimento, sustentado pela dinâmica <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s económicas<strong>de</strong>senvolvidas em torno <strong>de</strong> uma economia criativa. O processo <strong>de</strong> construção da “cida<strong>de</strong> sustentável” suportado pela articulação entre produção económica,conservação ambiental e inclusão social, como garante do bem-estar da população a longo prazo e materializadona acção dos po<strong>de</strong>res públicos, através, por exemplo, dos serviços <strong>de</strong> saneamento e limpeza, da re<strong>de</strong> <strong>de</strong>transportes públicos em articulação com o or<strong>de</strong>namento da utilização do transporte individual, da habitaçãosocial, mas também, no estabelecimento <strong>de</strong> um ambiente propício à adopção do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong>,por parte <strong>de</strong> empresas e famílias. O crescimento urbano constitui, naturalmente, uma realida<strong>de</strong> complexa e diversificada, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, em cadamomento, do percurso que se percorreu até então, estruturado em torno <strong>de</strong> avanços e retrocessos, moldado porrestrições orçamentais e assente em <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> agentes que não dispõem <strong>de</strong> informação perfeita, logo oestádio <strong>de</strong> consolidação <strong>de</strong> cada uma <strong>de</strong>stas ”dimensões <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>” num dado pólo urbano é, inevitavelmente,<strong>de</strong>sequilibrado, e ten<strong>de</strong>ndo a moldar uma realida<strong>de</strong> resultante do seu efeito cumulativo <strong>de</strong> longo prazo, atravésda afirmação sequencial <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas dimensões, como resultado da afirmação das anteriores. A pretensão<strong>de</strong> alguma vez atingir tal equilíbrio é, não só irrealista, mas, principalmente, in<strong>de</strong>sejável, porque em cadamomento uma cida<strong>de</strong> enfrenta diferentes oportunida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>safios que, a serem i<strong>de</strong>ntificados por todos osagentes envolvidos – famílias, empresas, po<strong>de</strong>res públicos – po<strong>de</strong>rão indiciar qual é a estratégia a seguir, isto é,quais as escolhas que o<strong>pt</strong>imizam os recursos disponíveis na sua articulação com o ambiente económico, social,ambiental e institucional, evitando que se esteja a “lutar contra a corrente”.No caso <strong>de</strong> <strong>Torres</strong> <strong>Novas</strong>, as duas gran<strong>de</strong>s oportunida<strong>de</strong>s com que se <strong>de</strong>para o concelho são <strong>de</strong>terminantes na<strong>de</strong>finição do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> articulação e da relevância assumida pelas diferentes dimensões <strong>de</strong> cida<strong>de</strong> que se reconhecemexistir e/ou ter potencial <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento no concelho (tal como se esquematiza na figura seguinte), e <strong>de</strong> cujahierarquização, priorização e articulação, ao nível executivo, resulta uma visão integrada do mo<strong>de</strong>lo estratégico <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento que se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> para <strong>Torres</strong> <strong>Novas</strong>.Estas oportunida<strong>de</strong>s articulam-se com o seu posicionamento no contexto da região Médio Tejo e, como tal,consubstanciam-se na sua afirmação, enquanto Porta Norte da Gran<strong>de</strong> Região <strong>de</strong> Lisboa nos corredores <strong>de</strong> circulaçãologística, para o que também contribuirá a outra oportunida<strong>de</strong> com que se <strong>de</strong>para o concelho, associada à ca<strong>pt</strong>ação <strong>de</strong>investimentos que se teriam localizado preferencialmente em Lisboa, mas que po<strong>de</strong>m reorientar a sua <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>crescer com qualida<strong>de</strong>________________________________25
localização em função dos critérios <strong>de</strong> afectação <strong>de</strong> fundos comunitários e potenciar uma dinâmica <strong>de</strong> fomento dacompetitivida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> investimento produtivo em <strong>Torres</strong> <strong>Novas</strong>.FIGURA 4.1:Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Torres</strong> <strong>Novas</strong> – A articulação das dimensões <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>Fonte: Augusto Mateus & AssociadosAo <strong>de</strong>finir uma estratégia <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento focada na valorização competitiva dos níveis <strong>de</strong> coesão alcançadospelo concelho, <strong>Torres</strong> <strong>Novas</strong> aposta na adopção <strong>de</strong> estratégias diferenciadas para as perspectivas, que sepreten<strong>de</strong>m complementares, <strong>de</strong> “utilização e fruição da cida<strong>de</strong>”, seja para TRABALHAR, para VIVER ou paraVISITAR e da sua articulação, com base na transversalida<strong>de</strong> do objectivo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma “cida<strong>de</strong>criativa”, isto é: “TORRES NOVAS PARA TRABALHAR” assume-se como eixo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento em continuida<strong>de</strong>, na medida emque <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sempre se apresentou como um concelho <strong>de</strong> trabalho, cuja vertente tradicionalmente industrial está asofrer uma reorientação no sentido da especialização em activida<strong>de</strong>s logísticas e terciarizadas, para as quais épreciso criar condições competitivas, o que tem implicações complementares ao nível da promoção doacolhimento facilitado <strong>de</strong> iniciativas, cuja vertente artística e criativa <strong>de</strong>va ser equacionada no quadro da criação<strong>de</strong> condições propícias à sua viabilização empresarial e económica; “TORRES NOVAS PARA VIVER” assume-se como eixo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento complementar, na medida em que searroga como alicerce à atracção <strong>de</strong> empresas e <strong>de</strong> pessoas para o concelho e <strong>de</strong> cuja qualida<strong>de</strong>, funcionalida<strong>de</strong>e aprazibilida<strong>de</strong>, nomeadamente, em termos do estilo <strong>de</strong> vida proporcionado pela aplicação do conceito <strong>de</strong>criativida<strong>de</strong> aos vectores <strong>de</strong> vivência, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> a consequente capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fixação; “TORRES NOVAS PARA VISITAR” assume-se como eixo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento embrionário, numa VERTENTECULTURAL e numa perspectiva <strong>de</strong> investimento cumulativo, face às condições e aos equipamentos <strong>de</strong> caráctercultural e <strong>de</strong>sportivo disponíveis no concelho, os quais importa, agora, usar, conjugar e articular no âmbito <strong>de</strong>uma política cultural que confira vida e animação à cida<strong>de</strong> e que confira <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> aos pilares imateriais <strong>de</strong> umacida<strong>de</strong> criativa que “usa a cultura” na vertente <strong>de</strong> lazer e <strong>de</strong> trabalho, como a vocação e o talento, como assoluções inovadoras e a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> implementação tecnológica, e como o espírito aberto e a tolerância; “TORRES NOVAS PARA ADMINISTRAR” assume-se como eixo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento necessário, na medida em queserá da actuação concertada das entida<strong>de</strong>s e instituições que sustentam o seu mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> governança e que têmcrescer com qualida<strong>de</strong>________________________________26