esponsabilida<strong>de</strong>s na <strong>de</strong>finição do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> cida<strong>de</strong> que se preconiza para <strong>Torres</strong> <strong>Novas</strong>, <strong>de</strong> que resultará ofuncionamento harmonioso da cida<strong>de</strong> e das dimensões associadas ao trabalho, à residência e à cultura eturismo. A visão da Câmara <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Torres</strong> <strong>Novas</strong> <strong>de</strong> uma “cida<strong>de</strong> criativa” percorre transversalmente estaestratégia, partindo <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> requalificação do património da cida<strong>de</strong>, cujos resultados já pontuam otecido urbano, para um plano concertado em que a cultura e a criativida<strong>de</strong> surgem na intersecção <strong>de</strong> umconjunto <strong>de</strong> medidas e objectivos transversais às diferentes áreas <strong>de</strong> intervenção da Câmara <strong>Municipal</strong>. No actual cenário <strong>de</strong> intensificação da concorrência em mercados globais, a competitivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> umaeconomia <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>, em larga medida, do grau <strong>de</strong> qualificação e diferenciação dos seus territórios, emparticular das suas cida<strong>de</strong>s, on<strong>de</strong> se concentra a maior parte dos seus recursos materiais (<strong>de</strong>s<strong>de</strong>equipamentos a acessibilida<strong>de</strong>s) e imateriais, com <strong>de</strong>staque para as qualificações do capital humanodisponível. Importa, por isso, valorizar a aposta da Câmara <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> <strong>Torres</strong> <strong>Novas</strong> na qualificação dosespaços públicos e na dinamização dos momentos <strong>de</strong> encontro, lazer e aprendizagem da comunida<strong>de</strong>,integrando-a com diferentes soluções <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> proximida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> gestão pública potenciadoras <strong>de</strong>estilos <strong>de</strong> vida e modos <strong>de</strong> produção criativos e, portanto, diferenciados. Perspectiva-se uma cida<strong>de</strong> em que a cultura protagoniza os momentos <strong>de</strong> lazer das populações urbanas, masfunciona também como vector <strong>de</strong> coesão social, na medida em que é facilmente acedida pelas populações maisrurais e ainda como vector <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> através da consolidação <strong>de</strong> um pólo <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s criativas, cujaárea <strong>de</strong> influência ultrapassa as fronteiras do concelho. Preten<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>ixar clara a evidência <strong>de</strong> que o factor “criativida<strong>de</strong>” não se restringe aos campos culturais eartísticos, e que o potencial da sua tradução económica se comprova através do aumento do número <strong>de</strong>postos <strong>de</strong> trabalho associados às ditas “profissões criativas”. <strong>Novas</strong> profissões, relativamente in<strong>de</strong>finidasface ao padrão tradicional, estão a emergir <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s cuja ocupação principal consiste na geração <strong>de</strong>conceitos, na sua visualização, produção e implementação e que são suportadas por qualificaçõesassentes no talento, na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ada<strong>pt</strong>ação e num espírito aberto e inovador. Aspirar a atingir umacida<strong>de</strong> criativa tem, pois, repercussões em termos do ambiente <strong>de</strong> vida exigido pela fixação <strong>de</strong>trabalhadores criativos. Estas pessoas, que combinam atributos imprescindíveis como a criativida<strong>de</strong> e oconhecimento, precisam <strong>de</strong> estar enquadradas num ambiente que, para além das activida<strong>de</strong>s do dia-a-dia,lhes permita viver <strong>de</strong> uma forma social e culturalmente interactiva. A estratégia <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>Torres</strong> <strong>Novas</strong> para 2015 preten<strong>de</strong>, portanto, articular o “passado <strong>de</strong> <strong>Torres</strong><strong>Novas</strong>” enquanto cida<strong>de</strong> criada e sustentada com base na sua veia industrial, dando-lhe condições para realizara transição necessária à sua afirmação enquanto cida<strong>de</strong> logística e terciarizada, com o “presente <strong>de</strong> <strong>Torres</strong><strong>Novas</strong>” enquanto cida<strong>de</strong> que preten<strong>de</strong> garantir condições <strong>de</strong> vida atractivas, quer à população que vive etrabalha no concelho, quer à população que se preten<strong>de</strong> ca<strong>pt</strong>ar para trabalhar, viver e visitar o concelho e aindacom o “futuro <strong>de</strong> <strong>Torres</strong> <strong>Novas</strong>” enquanto cida<strong>de</strong> que complementa, e justifica, a atractivida<strong>de</strong> para trabalhar epara viver com base numa atractivida<strong>de</strong> citadina sustentada por um modo <strong>de</strong> vida urbano e culturalmentedinâmico e que se apoia num mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> funcionamento administrativo eficaz e funcional. Estruturar o cruzamento dos objectivos associados à articulação coerente <strong>de</strong>stas dimensões temporais, com aslógicas espaciais que lhes estão subjacentes, introduz um grau <strong>de</strong> complexida<strong>de</strong> acrescida à implementação daestratégia <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>Torres</strong> <strong>Novas</strong>, tornando-se necessário distinguir os casos em que o retorno doinvestimento <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da existência <strong>de</strong> níveis críticos <strong>de</strong> dimensão do mercado, dos casos em que se recomendaa colaboração em re<strong>de</strong> com outros pólos urbanos, ou dos casos em que uma estratégia <strong>de</strong> especializaçãocomplementar é a mais eficiente, o que passa por assumir que: a “cida<strong>de</strong> empresarial” em <strong>Torres</strong> <strong>Novas</strong> é moldada, <strong>de</strong> forma muito clara, pelas vantagens logísticas<strong>de</strong>correntes do cruzamento da A1 com a A23. Já sendo notória a tendência <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> empresas daárea da logística e da gran<strong>de</strong> distribuição no concelho, o processo <strong>de</strong> expansão <strong>de</strong>sta aglomeração empresarialatingirá com maior eficiência e rapi<strong>de</strong>z um ponto crítico <strong>de</strong> dimensão e <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> se a re<strong>de</strong> viária funcionarcomo um “ponte” e não como uma “fronteira” entre os agentes e o território, ficando claro o potencial acrescidoresultante da articulação entre as zonas <strong>de</strong> localização empresarial logística privilegiada dos terrenos contíguos<strong>de</strong> <strong>Torres</strong> <strong>Novas</strong> e Alcanena e, também, Vila Nova da Barquinha. o processo <strong>de</strong> expansão da “cida<strong>de</strong> resi<strong>de</strong>ncial” é moldado pela oferta <strong>de</strong> serviços às famílias, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo asustentabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> muitas <strong>de</strong>stas activida<strong>de</strong>s da dimensão da procura, quer se tratem <strong>de</strong> serviços massificadoscom um elevado investimento inicial, ou serviços muito especializados e flexíveis. O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> umacida<strong>de</strong> resi<strong>de</strong>ncial, que maximize o seu posicionamento enquanto “porta <strong>de</strong> Lisboa”, beneficiará, portanto, dofomento da articulação funcional entre <strong>Torres</strong> <strong>Novas</strong>, Entroncamento e Alcanena, já evi<strong>de</strong>nciada nas trocas <strong>de</strong>crescer com qualida<strong>de</strong>________________________________27
activos empregados entre os três concelhos e, portanto, pela dimensão crítica <strong>de</strong> um mercado capaz <strong>de</strong>incentivar um ciclo virtuoso <strong>de</strong> articulação <strong>de</strong> expansões <strong>de</strong> oferta, geradoras <strong>de</strong> expansões <strong>de</strong> procura. a dimensão é também uma variável chave no acesso aos fundos comunitários, na medida em que o QREN 2007-2013 prevê a valorização <strong>de</strong> uma lógica privilegiada <strong>de</strong> fomento <strong>de</strong> complementarida<strong>de</strong>s e sinergias, em<strong>de</strong>sfavor da sobreposição e <strong>de</strong>sperdício <strong>de</strong> recursos (que tem sido a prática até aqui, com intervençõesconcelhias relativamente <strong>de</strong>sgarradas), cujas implicações práticas se reflectem, sobretudo, na preferência daconcessão <strong>de</strong> apoios a projectos enquadrados numa estratégia <strong>de</strong> NUTS III e que justificam a plena participação<strong>de</strong> <strong>Torres</strong> <strong>Novas</strong> na activida<strong>de</strong> da Comunida<strong>de</strong> Urbana do Médio Tejo, enquanto instrumento essencial naprossecução <strong>de</strong> projectos financiados através do mix <strong>de</strong> financiamentos comunitários previstos no QREN. a diferenciação <strong>de</strong> <strong>Torres</strong> <strong>Novas</strong>, no seio <strong>de</strong>sta re<strong>de</strong> <strong>de</strong> articulações com outros concelhos da região, faz-sesegundo uma lógica valorizadora das suas especificida<strong>de</strong>s, mais orientada pela especialização, do que peladimensão. Os investimentos já realizados colocam <strong>Torres</strong> <strong>Novas</strong> numa posição privilegiada para acolher públicosculturais supramunicipais, seja numa ó<strong>pt</strong>ica <strong>de</strong> consumo (um calendário <strong>de</strong> programação cultural para ca<strong>pt</strong>arfluxos <strong>de</strong> fim-<strong>de</strong>-semana da população resi<strong>de</strong>nte no Médio Tejo e na Gran<strong>de</strong> Lisboa) ou numa ó<strong>pt</strong>ica <strong>de</strong> produçãoe comercialização <strong>de</strong> conteúdos culturais, num sentido suficientemente amplo para incluir, por exemplo, umare<strong>de</strong> <strong>de</strong> galerias <strong>de</strong> arte, antiquários ou lojas <strong>de</strong> artesanato e outros produtos locais. a lógica <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um turismo <strong>de</strong> visitação, baseado na atracção dos públicos, que preten<strong>de</strong>m fugirao bulício <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> maior dimensão nos seus momentos <strong>de</strong> lazer, aplica-se também, numa lógica <strong>de</strong>turismo resi<strong>de</strong>ncial, à população em ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reforma que <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> estar limitada pela localização do trabalhona <strong>de</strong>cisão do local <strong>de</strong> residência. A combinação <strong>de</strong> modos <strong>de</strong> vida urbanos e rurais cria um cenário favorável àaquisição <strong>de</strong> segundas residências por parte <strong>de</strong> uma população que, querendo passar longas temporadas numambiente <strong>de</strong> maior tranquilida<strong>de</strong> e reclusão, não abdicam da conveniência e da segurança proporcionadas peloacesso a uma cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> média dimensão e à capital. O potencial <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong>ste vector <strong>de</strong> diferenciação<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá da coexistência harmoniosa entre estes modos <strong>de</strong> vida, isto é, da dimensão e do nível <strong>de</strong> sofisticaçãodos serviços oferecidos <strong>de</strong> apoio às famílias, da preservação das paisagens rurais e das acessibilida<strong>de</strong>s intraregionais. Importa salientar que os processos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento económico e social que se preten<strong>de</strong>m <strong>de</strong>spoletar,enquanto motores do crescimento do concelho, se articulam entre si através <strong>de</strong> um efeito relativamentesequencial e em cascata, em que o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento “puxado” pela cida<strong>de</strong> empresarial terciarizadaé vertido num consequente processo <strong>de</strong> expansão da cida<strong>de</strong> resi<strong>de</strong>ncial, que, por sua vez, justifica a afirmaçãoda “cida<strong>de</strong> da dinamização cultural” e que, no seu conjunto, precisam ser enquadrados por uma respostaatempada da “cida<strong>de</strong> administrativa”. Por outro lado, esta dinâmica gera: efeitos cumulativos, no sentido em que os resultados do <strong>de</strong>curso <strong>de</strong> um “ciclo” <strong>de</strong> projecção <strong>de</strong> efeitos eimpactos entre os processos <strong>de</strong> afirmação das várias dimensões <strong>de</strong> cida<strong>de</strong> cria condições propícias ao início <strong>de</strong>um segundo “ciclo”, numa lógica reforçada em que o dinamismo da cida<strong>de</strong> empresarial atinge um patamarsuperior induzido pelo reforço, já verificado em termos <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços, empresas e bacia <strong>de</strong> emprego,voltando a introduzir novas justificações à expansão resi<strong>de</strong>ncial e à oferta cultural do concelho; efeitos recíprocos, no sentido em que, por exemplo, a expansão resi<strong>de</strong>ncial permite atingir patamares <strong>de</strong><strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> populacional que legitimam e conferem racionalida<strong>de</strong> económica à <strong>de</strong>nsificação em serviços(comerciais, <strong>de</strong> lazer, <strong>de</strong>sportivos, culturais, artísticos, etc.) que potenciam a atractivida<strong>de</strong> do concelho naca<strong>pt</strong>ação <strong>de</strong> nova população resi<strong>de</strong>nte e no consequente reforço do processo <strong>de</strong> expansão resi<strong>de</strong>ncial; e efeitos cruzados, no sentido em que, por exemplo, o processo <strong>de</strong> crescimento induzido, pela dinâmica culturale pelo reforço da valorização das artes, constitui um trunfo ao serviço do reconhecimento <strong>de</strong> <strong>Torres</strong> <strong>Novas</strong> comoum concelho atractivo para trabalhar e para viver (e reforçando o processo <strong>de</strong> crescimento da cida<strong>de</strong> empresariale resi<strong>de</strong>ncial), justificado pela existência <strong>de</strong> uma cida<strong>de</strong> viva, citadina e dinâmica.crescer com qualida<strong>de</strong>________________________________28