Este texto busca pontuar algumas considerações e reflexões acerca da experiênciaque sido trabalhar a Filosofia na sala de aula. Especificamente estaremostrabalhando aquicom as discussões filosóficas na prática extensionista. Nossa experiência se dá com osjovens que fazem parte do programa de extensão “Adolescência, subjetividade e ética”,programa este que desde o inicio de <strong>2011</strong> veem realizando atividades na escola Estadualde Ensino Fundamental e Médio Raimundo Asfora, na cidade de Seridó, pequena cidadedo Curimataú paraibano.A nossa prática extensionista busca trabalhar com os jovens componentes doprograma, tentandoarticular as discussões filosóficas estabelecidas nas aulas com ocotidiano e a vivência de cada um, e, assim, pensar uma filosofia e uma educação quesejam, ambas e a um só tempo, pensamento e experiência. Nesse sentido, a Filosofia évista em nossas atividades como uma possível e fecunda articulação entre o pensamentoe a experiência.Sabemos que o ensino de Filosofia no ensino médio passou a ser parte integrandodo currículo escolar com a promulgação da Lei n. 1.684/2008 que tornou obrigatório oensino da disciplina em todas as séries do Ensino Médio. Todavia a nossa prática não estáinserida em uma grade curricular, e, tão pouco, segue um esquema ou cronograma, asatividades da nossa extensão universitária buscam entender a Filosofia como o saber quevem atender aos questionamentos da existência humana. De acordo com essaprerrogativa, as atividades realizadas estão associadas à vida, e as suas necessidadesdiárias, aos questionamentos dos jovens que participam das aulas. Os debates, as aulas,as palestras, as exibições de filmes, estão indo de acordo com aquilo que no dia-a-dia éobservado, é entendido através do diálogo. Não realizamos uma atividade proposta porum programa de disciplina, mas, oferecemos oportunidades de reflexões, discussões ediálogos sobre os mais variados temas, que, concernem para a vida humana, sobretudono momento crucial da juventude.Mas o que ée para que serve a Filosofia? Talvez essa pergunta não tenha resposta,ou tenha inúmeras respostas. Muitas vezes entendida como um conhecimento inacessívelà maioria das pessoas, a Filosofia foi desprezada, por ser conhecimento de gente“entendida”, mas ela deve ser entendida como um conhecimento de pessoas que sequestionam e questionam o mundo ao seu redor, e, mais que questionar a Filosofia leva oI Seminário Nacional do Ensino Médio1122
sujeito a dar novos sentidos a sua existência, produzindo em si uma vontade criadora.Sobre isso o filosofo francês Gilles Deleuze, afirma que;Suponho que muita gente ache que a Filosofia é uma coisa muito abstratae só para os “entendidos”. Tenho t~o viva em mim a ideia de que aFilosofia n~o tem nada a ver com “entendidos”, de que n~o é umaespecialidade, ou o é, mas só na medida em que a pintura ou a músicatambém o são, que procuro ver esta questão de outra forma.Se a Filosofia é um conhecimento que não faz parte de um grupo seleto, então, elae parte de nossa vida, está presente nos momentos mais simples da vida humana. Épartindo dessa idéia que buscamos levá-la para o centro das discussões com os jovensmembros do programa de extensão.Filosofia é uma palavra grega que significa amor à sabedoria, trata-se então deuma atividade e de uma forma de pensamento sobre as questões da vida, do mundo e desi mesmo. Questões que incidem sobre a existência do sujeito.Entre o sujeito e a Filosofia existe uma relação profunda, rica em significados, estadá suporte a muitas das questões que inquietam o ser humano. É preciso destacar queesta mesma relação existe entre a educação e a Filosofia. Trata-se de uma relação,complexa, rica e que se alarga ao longo da história. Desde seu nascimento – que pode sersituado nos denominados pré-socráticos, como Pitágoras ou Thales de Mileto – a filosofiateve como um de seus fundamentos as pretensões educacionais, na vida do cidadão.Vários filósofos criaram “escolas de pensamento” ou se ocuparam em transmitir seupensamento, reunindo pessoas ou de alguma forma divulgando o seu pensamento. Comoexemplo dessa questão podemos citar o caso de Sócrates. Nele, a filosofia e a educaçãotêm uma aproximação tão forte que por hora podem se confundir. Sua vida foi ao mesmotempo filosófica e educacional, tanto que morreu em nome da filosofia por uma acusaçãorelacionada com sua atividade pedagógica: corromper aos jovens que o seguiam. Outroexemplo da relação entre Filosofia e educação no mundo grego pode também serobservado na vida de Platão:A filosofia passa a fazer da educação não apenas umaprática, mas também um objeto de reflexão teórica, a ideia central dessa relação é que, aFilosofia educaria o sujeito, e este por sua vez seria parte de uma renovação politica.Mas a Filosofia incide também em outras áreas da existência humana, não serestringindo a uma relação politica. Priscila Piazentini (2010), ao fazer uma leitura daI Seminário Nacional do Ensino Médio1123
- Page 1 and 2:
I Seminário Nacional do Ensino Mé
- Page 3 and 4:
SENACEM - HISTÓRIA, MOBILIZAÇÃO,
- Page 10 and 11:
RESUMOATIVIDADE LÚDICA COMO FERRAM
- Page 13 and 14:
MATERIAL E MÉTODOSA apresentação
- Page 15 and 16:
Figura 3: Elaboração das pergunta
- Page 17 and 18:
não está completamente correta, d
- Page 19 and 20:
MIRANDA, S. No Fascínio do jogo, a
- Page 21 and 22:
eficaz na divulgação do projeto p
- Page 23 and 24:
MATERIAIS E MÉTODOSA divulgação
- Page 25 and 26:
A integração de três atividades
- Page 27 and 28: foram superadas as expectativas, pr
- Page 29 and 30: REFERÊNCIASALMEIDA, C. M. C.; AMOR
- Page 31 and 32: MÃOS LIMPAS, CORPO SAUDÁVEL: IMPO
- Page 33 and 34: PIMENTA e ANASTASIOU (2002: 195) di
- Page 35 and 36: por 24 horas a 37° Graus para obte
- Page 37 and 38: Como essa experiência foi possíve
- Page 39 and 40: Figura 5- Divulgação dos resultad
- Page 41 and 42: PIMENTA, S. G.; ANASTASIOU, L. G. C
- Page 43 and 44: aposentar, teve seu trabalho refina
- Page 45 and 46: - Coleta dos grãos de uva a serem
- Page 47 and 48: REFERÊNCIASMoreira, Marco Antonio,
- Page 49 and 50: mesmas cartilhas utilizadas para a
- Page 51 and 52: pedagógicas.” (61). Além disso,
- Page 53 and 54: leitor? Pós-leitura? 13. Trabalha
- Page 55 and 56: Apresentamos abaixo o resultado do
- Page 57 and 58: PROEJA de Informática do IFRN - Ca
- Page 59 and 60: KLEIMAN, A. Oficina de leitura: teo
- Page 61 and 62: Gostaríamos de começar com uma im
- Page 63 and 64: daquilo que vemos ou tocamos, enfim
- Page 65 and 66: Como diz Gadamer, nós compreendemo
- Page 67 and 68: Após esse esboço geral podemos af
- Page 69 and 70: como forma de melhorar nossa qualid
- Page 71 and 72: É essa capacidade de superação d
- Page 73 and 74: quem realmente somos, é bem verdad
- Page 75 and 76: Para Foucault, a experiência é aq
- Page 77: SOBRE EXPERIÊNCIA(S) DO USO DA FIL
- Page 81 and 82: espiritual constitui-se em “aquil
- Page 83 and 84: Outros instrumentos fazem parte de
- Page 85 and 86: PRODUÇÃO DO SABER ETOPOÉTICO NAS
- Page 87 and 88: O saber que carrega com si elemento
- Page 89 and 90: adversidades, resistir a tentação
- Page 91 and 92: O projeto de extens~o “Subjetivid
- Page 93 and 94: educacionais. Para tanto, estaremos
- Page 95 and 96: dos acontecimentos fortuitos, são
- Page 97 and 98: compreendem a realização de pales
- Page 99 and 100: _______________. Mistério de Ariad