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Faça o download da pesquisa em PDF - Jorge Bassani

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“propõe a”, que nunca é feita por acaso, que é uma uni<strong>da</strong>de plástico-construtivapolítica-filosófica-urbana,s<strong>em</strong> concessões ao simbólico ou propagandístico, sóarquitetura <strong>em</strong> bruto, absolutamente programática.A síntese de Paulo Mendes corresponde àquela dos poetas concretistas dos50 e a antropofagia oswaldiana. Em grande medi<strong>da</strong> ele consegue manter o caráter deuma linguag<strong>em</strong> <strong>em</strong>inent<strong>em</strong>ente liga<strong>da</strong> a uma determina<strong>da</strong> cultura urbana, a de SP.Não só a sua cultura, mas a sua geografia, aos seus materiais e suas técnicas.Um fato arquitetônico que merece destaque na déca<strong>da</strong> é o projeto para a novaPraça <strong>da</strong> Sé, de uma equipe coordena<strong>da</strong> pela EMURB (5) não tanto pelo projeto <strong>da</strong>praça <strong>em</strong> si, se b<strong>em</strong> que só ele já se apresenta com uma visão fragmenta<strong>da</strong> e depassag<strong>em</strong> para o espaço público.Mas o que nos chama a atenção é o projeto deocupação <strong>da</strong> praça por esculturas modernas sob a curadoria de Radha Abramo.O resultado desse museu ao ar livre de esculturas é proporcional àoficialização <strong>em</strong> outras artes, <strong>em</strong> condições mais limitadoras ain<strong>da</strong> que a arquitetura.Não existe visão urbana <strong>da</strong>s obras, não é <strong>da</strong>do o direito ao escultor de se integrar aourbano de conversar com ele, mais que um jardim de esculturas, como surgirão nosanos 90 na ci<strong>da</strong>de, na praça <strong>da</strong> Sé t<strong>em</strong>os mais um zoológico de esculturas, não houvenenhum tipo de diálogo entre os espaços que estão sendo oferecidos ao público e àsobras de arte que os povoam e os personalizam, por isso não fru<strong>em</strong>. Contudo, agrande discussão que se inicia nos anos 70, e vai se aprofun<strong>da</strong>r ca<strong>da</strong> vez mais naspróximas déca<strong>da</strong>s é exatamente essa: Arte - Ci<strong>da</strong>de6.4- As relações arteXci<strong>da</strong>de (cultura urbanaXmateriali<strong>da</strong>de urbana)Nos últimos anos <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 70 os artistas mais jovens, três geraçõesdepois dos concretistas, quer<strong>em</strong> levar sua produção inicial a um público que existediluído nas multidões de São Paulo, como é um público que consome determinado tipode música ou determinado programa de TV. Ele está espalhado pela ci<strong>da</strong>de a esperade novas informações, novas idéias para superar a prostração dos últimos anos,dividido <strong>em</strong> ínfimos guetos e tribos. Como reação a exclusão proporcionado pelosespaços oficiais, eles vão ocupar os espaços <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, vão transformar a ci<strong>da</strong>de <strong>em</strong>suporte, cenário, t<strong>em</strong>a de seus pensamentos artísticos, políticos, culturais. Isto <strong>em</strong>uma atitude underground, às vezes niilista, mas claramente uma atitude deenfrentamento a um oficial sectário e elitista e, também, como postura para seaproximar mais <strong>da</strong> cultura de massa que é produzi<strong>da</strong> e consumi<strong>da</strong> pelos centrosurbanos.Da mesma forma que havia acontecido <strong>em</strong> Nova York no início <strong>da</strong> déca<strong>da</strong>, osgrafites explod<strong>em</strong> por São Paulo como uma <strong>da</strong>s manifestações resultantes dopanorama brev<strong>em</strong>ente colocado acima. Outro tipo de acontecimento <strong>da</strong> época, e quepara este trabalho é mais atraente, são os grupos que propunham-se a realizar“intervenções urbanas”. Pequenos grupos de diferentes origens formaram-se elançaram-se com este objetivo, intervir no espaço urbano. Nunca nenhum destesgrupos definiu de forma precisa o que seria esta intervenção, mas elas aconteciam,extra-oficialmente, e com um comportamento quase que militante, uma militância s<strong>em</strong>nenhuma vinculação partidária, única exclusivamente a militância <strong>da</strong> linguag<strong>em</strong> <strong>da</strong>“ocupação” do espaço urbano, simbolizando a ocupação do espaço social e culturalpela geração pós-60.No caso dos grafites, guar<strong>da</strong><strong>da</strong>s as diferenças de épocas, eles ain<strong>da</strong> hojepermanec<strong>em</strong> com algumas destas características, a utilização não permiti<strong>da</strong> dosespaços, o discurso do excluído, o niilismo, e necessitam de análises maisespecíficas, até enquanto uma manifestação de rebeldia normalmente juvenil, queimplica <strong>em</strong> el<strong>em</strong>ento significativo do ambiente urbano, mas não como considerações5. José E. Lefèvre, Domingos de Azevedo Neto, Willian Mumford, Antonio Bergamin, Paulo Del Pichia eVladimir Bartalini.

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