A EDUCAÇÃO ÁRABE NA DÉCADA DE 1970 EM CURITIBA
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2549Considerando os artigos 40 e 42 do Sistema Estadual de Ensino (Lei nº.4978, de 5 de dezembro de 1964), eConsiderando que o estabelecimento de ensino atendeu as exigências daResolução nº. 38/67, do Conselho Estadual de Educação,Decreta:Art. 1º - É concedida, em caráter confessional e pelo prazo de 2 anos, apartir do próximo ano letivo, autorização par funcionamento do CursoPrimário da Escola “Islâmica do Paraná”, desta Capital, que terá comoentidade mantenedora a Sociedade Beneficente Muçulmana do Paraná.Art. 2º - A escola autorizada a funcionar por êste Decreto deverá observar oque lhe fôr aplicável, os preceitos da legislação estadual de ensino;Art. 3º - Êste Decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadasas disposições em contrário.Curitiba, em 31 de dezembro de 1969, 147º da Independência e 80º daRepública.(aa) Paulo PimentelCândido Manuel M. Oliveira (DIÁRIO OFICIAL, 31/12/1968, p.6).A sua mantenedora era a Sociedade, que arrecadava dinheiro de seus sócios,além de cobrar uma taxa mensal dos alunos. Alguns alunos não pagavam essa taxa,sendo encaminhados pela SEED.Como afirmam Carloto e Gil Filho (2000), é no cotidiano, através da ação, dopensar, dos símbolos e da linguagem dos atores sociais, neste caso os árabemuçulmanos em Curitiba, que é possível verificar suas concepções, entendimentos econstruções da realidade. Apesar de a escola estar localizada no mesmo terreno que aSociedade, que na época servia como um espaço tanto religioso quanto cultural,observa-se que o espaço de representação da comunidade árabe muçulmana nãoapresenta ligação direta com o sagrado, uma vez que não mantinha símbolos religiososcomo decoração. Dessa maneira o sagrado não é determinante para a representação dacomunidade. Isso é possível ser analisado pelas estruturas arquitetônicas da Sociedade eda escola, que se mantém até os dias de hoje.Os espaços escolares e a formas pelas quais seus agentes se apropriam formama identidade da instituição. Nessa apropriação, estão presentes relações dialéticas entre ouniversal e o particular.As aulas eram ministradas no período da tarde, de segunda à sábado, noperíodo das 13 às 17 horas. Um sino tocava indicando que as crianças deveriam formarfilas no pátio antes de se encaminharem para as salas de aula. A responsável pelaorganização dos discentes era a diretora. As professoras esperavam essas criançasdentro da sala e a aula tinha início. Esse mesmo som era ouvido para indicar a mudançade disciplina e de professor, além de sinalizar o momento de ir embora. Nas paredes daescola havia pendurados dizeres do Alcorão, demonstrando ser ali um local religioso.