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O mundo pelo buraco da fechadura - Fonoteca Municipal de Lisboa

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MaisBlur?“Fool’s <strong>da</strong>y”, o primeirosingle dos Blur <strong>de</strong>s<strong>de</strong>que a ban<strong>da</strong> se separouem 2003, foi lançado emedição limita<strong>da</strong> <strong>de</strong> milcópias para o Record StoreDay e <strong>de</strong>via ter estado àven<strong>da</strong> apenas em lojas<strong>de</strong> discos in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes,mas horas <strong>de</strong>pois já seencontravam cópias noeBay. O single teve tantosucesso que, agora, osBlur vieram anunciarmais novas canções.Damon Albarn disse ao“New Musical Express”que gostou tanto <strong>de</strong>gravar “Fool’s <strong>da</strong>y” quenão se importava na<strong>da</strong> <strong>de</strong>repetir, ao mesmo tempoque negava os rumores <strong>de</strong>que os Blur gravarão umálbum em breve. Talveznão seja um álbum, então,mas sem dúvi<strong>da</strong> que serãooutros singles.David Murray em estado puro, com uma formação <strong>de</strong> sonhoresponsável por álbuns históricos <strong>de</strong>Hamiet Bluiett (Clarinet Summit),Chico Freeman, Arthur Blythe,James Newton, Anthony Davis ouMuhal Richard Abrams, Cumminsregistou também o início <strong>de</strong> carreira<strong>de</strong> David Murray, na altura umsaxofonista com uma linguagemvanguardista free, ain<strong>da</strong> longe dosucesso e <strong>da</strong> notorie<strong>da</strong><strong>de</strong> que viria aatingir com os World SaxophoneQuartet.Gravado no Lower ManhattanOcean Club, em véspera <strong>de</strong> ano novo<strong>de</strong> 1977, com uma formação <strong>de</strong>sonho – Murray nos saxofones tenore soprano, Lester Bowie notrompete, Fred Hopkins nocontrabaixo e Phillip Wilson nabateria –, é um registo que tem comoprincipal virtu<strong>de</strong> apresentar-nosuma música em estado puro,inadulterado. Apesar <strong>de</strong> se tratar <strong>de</strong>uma gravação aparentemente poucoequilibra<strong>da</strong> – alguns dos temas sãolongos <strong>de</strong> mais, com improvisos queparecem não levar a lado nenhum –,impressiona o total<strong>de</strong>scomprometimento dos músicos,que se concentram única eexclusivamente na música, semquaisquer preocupações extramusicaisrelaciona<strong>da</strong>s com opúblico, a gravação ou a duração dostemas. Com um espírito oposto àexuberância instrumental que viria atornar-se imagem <strong>de</strong> marca <strong>de</strong>Murray, a música <strong>de</strong>senvolve-setranquilamente, sem pressas(excepção feita à versão <strong>de</strong>strava<strong>da</strong><strong>de</strong> “Bechet’s Bounce”), embala<strong>da</strong><strong>pelo</strong> jogo encantatório do saxofone edo trompete e <strong>pelo</strong> ritmo orgânico<strong>de</strong> que sobressai o tom ma<strong>de</strong>ira docontrabaixo <strong>de</strong> Hopkins. Umaviagem no tempo à i<strong>da</strong><strong>de</strong> ingénua dofree jazz.Na autoestra<strong>da</strong>, a 60Brad Mehl<strong>da</strong>uHighway Ri<strong>de</strong>rNonesuch; distri. Warner / FarolmmmnnA elevadíssimafasquia que foiestabeleci<strong>da</strong> aolongo dos anospor artistas comoDuke Ellington,Stan Kenton,Count Basie, Gil Evans(particularmente nas suascolaborações com Miles Davis) ou,mais recentemente, Maria Schnei<strong>de</strong>restá sempre presente quandoescutamos gravações <strong>de</strong> jazzorquestral. Neles, as mais puras eintensas emoções estão presentessem soarem nunca artificiais ougratuitas. É esse, exactamente, omaior problema <strong>de</strong> “HighwayRi<strong>de</strong>r”, o mais recente e ambiciosoprojecto do talentoso pianista BradMehl<strong>da</strong>u. Bem longe <strong>da</strong> contenção e<strong>da</strong> “sinceri<strong>da</strong><strong>de</strong>” dos registos em trioque lhe valeram unânimereconhecimento mundial, Mehl<strong>da</strong>uaqui trabalha com Jon Brion, umprodutor pop reconhecido portrabalhos com Kanye West ou AimeeMann, construindo um álbum(duplo) <strong>de</strong>sequilibrado que tem nosmomentos em trio, quarteto ouquinteto - a Mehl<strong>da</strong>u, LarryGrenadier e Jeff Ballard juntam-se osaxofonista Joshua Redman ou oBrad Mehl<strong>da</strong>uespalha-se aotentar recriaras gran<strong>de</strong>sgravações <strong>de</strong>jazz orquestralbaterista Matt Chamberlain - assequências mais consegui<strong>da</strong>s. Équando entra a orquestra, seguindouma estética claramente americana,na linha <strong>de</strong> Aaron Copland, JohnA<strong>da</strong>ms ou Pat Metheny, que seinstala a artificiali<strong>da</strong><strong>de</strong> e osentimento <strong>de</strong> que as harmonias sãoforça<strong>da</strong>s ao evocar, por brevesmomentos, os gran<strong>de</strong>s mestres <strong>da</strong>clássica europeia. Nem a prestaçãoconsistente <strong>de</strong> Redman salva o discodirecção artística Cesário CostaMETROPOLITANAT E M P O R A D A 2 0 0 9 | 2 0 1 0<strong>de</strong> bater no fundo logo à segun<strong>da</strong>música, o xaroposo “Don’t be sad”.Com um catálogo <strong>de</strong> melodias popque comprometem fortemente aambição megalómana do projecto,“Highway Ri<strong>de</strong>r” é resgatado dototal fracasso pela maiorconsistência do segundo disco, comum par <strong>de</strong> temas brilhantes, “Intothe city” e “Come with me”, oprimeiro em trio, o segundo emquarteto com Redman. R.A.OS METAIS E A SINFONIABRASS ENSEMBLE DA METROPOLITANAREINALDO GUERREIRO direcção musicalobras <strong>de</strong>Alfred Reed | Eric Ewazen | Jan Koetsier | Gunther SchullerSexta-feira, 21 <strong>de</strong> Maio, 21h30Museu do OrienteSábado, 22 <strong>de</strong> Maio, 22h00Sala Elíptica do Convento <strong>de</strong> MafraDomingo, 23 <strong>de</strong> Maio, 20h30Festival Ibérico <strong>de</strong> Ba<strong>da</strong>joz 2010Inscrições abertas nas Escolas <strong>da</strong> Metropolitana+ info em www.metropolitana.ptÍpsilon • Sexta-feira 21 Maio 2010 • 47

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