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a visão de psicólogos sobre medicação no tratamento.

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47seus sofrimentos não foi percebida na clínica <strong>de</strong> P2. Pelo contrário, P2 constatou que, aose perceberem <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes da medicação, seus pacientes se empenham ainda mais nabusca pela resolução <strong>de</strong> seu sofrimento, submetendo-se até mesmo aos altos custos damedicação e aos limites que o medicamento estabelece.Se por um lado a percepção <strong>de</strong> P2 não é sintônico ao explicitado por Gabbard(1998) e Frey, Mabil<strong>de</strong> e Eizirik (2004), por outro, conforme já <strong>no</strong>tado anteriormente, aobservação <strong>de</strong> P2 está <strong>de</strong> acordo com idéias <strong>de</strong> Leite e Vasconcellos (2003), quanto aofato <strong>de</strong> que a a<strong>de</strong>são à medicação ligar-se à aceitação da própria patologia. Para P2, opaciente que já chega na clínica em busca <strong>de</strong> mudança a<strong>de</strong>rem à medicação a fim <strong>de</strong>possibilitar o enfrentamento <strong>de</strong> seu sofrimento, <strong>de</strong>ixando pouco espaço para fatorescomo efeitos colaterais e custos. Além da percepção da <strong>de</strong>pendência ao medicamento,as adversida<strong>de</strong>s em seu uso, tais como a abstinência e outras interações, estimulam essabusca por um significado a fim <strong>de</strong> não mais se <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r do medicamento.Dessa maneira, percebe-se, nessa busca <strong>de</strong> resolução, o <strong>de</strong>sejo da suspensão douso do medicamento. P2 conclui:P2: "Eles aceitam, e buscam isso (a suspensão do medicamento)".A mesma opinião é compartilhada por P1.P1: "Para suspen<strong>de</strong>r a medicação tem que ser um processo gradativo e natural(...) A maioria dos casos aceita muito bem a diminuição, aceita porque se o psiquiatravê que já está melhor e a pessoa se sente bem mesmo tomando me<strong>no</strong>s, todo mundo achabom. Acho que este caso <strong>de</strong> suspen<strong>de</strong>r a medicação, ninguém acha ruim não, eles ficamcom receio, com medo <strong>de</strong> ter uma recaída às vezes, mas isso não ocorre".Da mesma forma, P4 concorda que existe ainda um receio na retirada damedicação.

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